Sinais

Predador a espreita

Capítulo IX
A noite estava fria e silenciosa quando Krystal e Dean chegaram ao local marcado, uma antiga fábrica abandonada na periferia da cidade. As luzes de suas lanternas iluminavam as paredes descascadas e o piso de concreto desgastado, enquanto eles se moviam cuidadosamente pelo espaço. A atmosfera era opressiva, como se as sombras ao redor os observassem, esperando o momento certo para atacar.

— Tem certeza de que ele está aqui? — sussurrou Dean, olhando ao redor, a arma firme em suas mãos.

Krystal assentiu, com os olhos fixos nas sombras à frente. — Todas as pistas apontavam para esse lugar. Se ele planejou tudo isso, ele quer que estejamos aqui.

Eles avançaram pelo corredor escuro, os passos ecoando em um ritmo inquietante. Krystal sentia o coração bater mais rápido, e uma tensão crescente se instalava em seu peito. "Algo estava errado, mas ela não conseguia identificar o que era." Richard era meticuloso demais, sempre um passo à frente, sempre controlando o jogo.

Quando chegaram a uma grande sala vazia no fundo da fábrica, a escuridão os envolveu completamente, e a sensação de perigo se intensificou. Krystal olhou ao redor, mas tudo parecia calmo demais, como se alguém estivesse esperando por eles. De repente, um som sutil ecoou, uma risada baixa que se espalhou pelo ambiente, quebrando o silêncio.

Krystal e Dean ergueram as armas, girando na direção do som. A risada continuou, fria e calculada, reverberando nas paredes da sala.

— Vocês realmente acreditaram que poderiam me pegar? — A voz era familiar, mas carregada de um tom que Krystal nunca tinha ouvido antes. — Vocês caíram exatamente onde eu queria.

Krystal sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Ela conhecia aquela voz, mas a realidade não fazia sentido.

— Pietro? — murmurou ela, tentando processar o que estava acontecendo. — Onde você está?

As luzes das lanternas iluminaram uma figura que se aproximava das sombras. Pietro saiu da penumbra, o rosto parcialmente oculto pela escuridão, mas o olhar em seus olhos era frio e calculado. Ele não era mais o Pietro que ela conhecia.

Dean deu um passo para trás, a expressão de incredulidade em seu rosto. — Não... isso não pode ser.

Pietro sorriu, um sorriso cheio de frieza. — Vocês realmente acreditaram que estavam no controle, que seguiam as pistas para capturar o vilão? A verdade é que cada movimento foi calculado, desde o início. Cada pista, cada chamada... tudo levou vocês até aqui, exatamente onde eu queria.

Krystal deu um passo à frente, o coração acelerado. — Então... você é Richard?

Pietro assentiu lentamente, os olhos fixos nela. — Eu sou Richard Bennet, o homem que vocês estiveram caçando o tempo todo. E, Krystal... desde o momento em que nos conhecemos, isso já estava decidido.

Krystal tentou falar, mas as palavras ficaram presas em sua garganta. Pietro, o homem em quem ela confiava, o parceiro que lutou ao seu lado, era o monstro que ela procurava todo esse tempo.

— Mas por quê? — sussurrou Krystal, a voz carregada de dor. — Por que fez isso?

Pietro deu um passo mais próximo, o olhar intenso. — Você quer a verdade? Porque desde o início, eu queria ver até onde você poderia chegar, até onde conseguiria ir para tentar me pegar. Cada passo que você deu, cada pista que encontrou... tudo fazia parte de um plano maior.

Krystal sentiu o peso das palavras dele, e então lembrou das visões de Pietro, de como ele dizia que não conseguia ver a morte dela.

— Pietro... — sussurrou ela, com a voz trêmula. — Então, é por isso que você não vê minha morte? Porque você é o motivo dela?