nas curvas do destino - C. Sainz

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Era uma tarde ensolarada no autódromo de Barcelona, e S/N observava atentamente os carros voando pela pista. O barulho dos motores fazia o ar vibrar e ela se pegou sorrindo, tomada pela excitação do momento. Estava ali a trabalho, cobrindo a corrida para uma revista, mas a paixão pelo automobilismo ia muito além de uma simples tarefa profissional.

No entanto, havia algo que a deixava mais animada naquela tarde: a possibilidade de encontrar Carlos Sainz, o piloto espanhol que, mais do que qualquer outro, tinha capturado sua atenção. Havia algo nele, algo além do talento com o volante. Ele era carismático, determinado e, ao mesmo tempo, dono de uma gentileza rara. E talvez fosse essa combinação que a intrigava tanto.

Enquanto S/N circulava pelo paddock com seu crachá de imprensa, sentiu o coração acelerar quando avistou Carlos conversando com alguns membros de sua equipe. Ele parecia relaxado, rindo de algo que alguém havia dito, mas o olhar dele a capturou no exato momento em que ela decidiu se aproximar.

Ele acenou, sorrindo calorosamente, e se aproximou, segurando o olhar dela como se já a conhecesse.

— S/N! Bom te ver por aqui — disse ele, a voz cheia de simpatia.

— Carlos, oi! — respondeu, sentindo o rosto aquecer. — Espero que eu não esteja atrapalhando.

Ele riu, balançando a cabeça. — Claro que não. É sempre bom ver alguém que realmente entende o que fazemos aqui. E aí, gostou da corrida?

— Está incrível! Vocês estão todos voando na pista — disse ela, tentando conter a empolgação. — Mas, confesso, tem sido uma surpresa te ver tão bem nos treinos. Parece que o carro está ótimo hoje.

Carlos sorriu, os olhos brilhando. — É verdade, o carro está respondendo bem. E eu estou determinado a dar o meu melhor amanhã. Quem sabe uma vitória em casa?

— Vou estar torcendo — respondeu ela, com um sorriso encorajador.

Carlos parecia prestes a dizer algo mais, mas foi interrompido por um dos engenheiros, que chamou sua atenção. Ele lançou a S/N um olhar de desculpas antes de se afastar, mas, antes de sair, virou-se e disse:

— Me encontra mais tarde na área dos trailers, depois do treino?

S/N assentiu, surpresa e animada. — Claro! Estarei lá.

O treino prosseguiu e, horas depois, quando o sol já se punha, ela seguiu em direção aos trailers, ansiosa para vê-lo novamente. O coração batia acelerado, e ela se perguntava se Carlos realmente estava interessado em conversar ou se era apenas gentileza.

Quando o encontrou, ele estava encostado em uma mesa improvisada, com um sorriso tranquilo. A proximidade dele a deixou sem fôlego por um instante. Ele vestia uma camiseta simples e jeans, sem o macacão e o capacete que usualmente faziam parte de sua imagem. Carlos era ainda mais encantador assim, de uma forma despretensiosa e real.

— Achei que talvez você não viesse — ele comentou, enquanto lhe oferecia uma garrafa de água.

— E perder essa chance? Nem pensar — disse ela, aceitando a garrafa e sorrindo.

Eles se sentaram em uma área reservada, onde podiam ver o circuito quase vazio. A luz alaranjada do entardecer fazia tudo parecer mais íntimo, mais próximo. S/N percebeu que aquele era um lado de Carlos que poucas pessoas conheciam — o lado tranquilo e reflexivo, longe das câmeras e dos fãs.

— Sabe — ele começou, olhando para o horizonte —, é engraçado como, às vezes, esse mundo da Fórmula 1 parece um furacão. Mas em momentos como esse... tudo fica tão... calmo.

— Imagino que seja difícil ter momentos de paz no meio de tanta pressão — respondeu ela, com um olhar compreensivo. — Deve ser cansativo sempre tentar atender às expectativas, tanto da equipe quanto dos fãs.

Carlos assentiu, com um sorriso pensativo.

— É sim. Mas é algo que eu amo fazer. Desde criança, sonhei em correr. Então, não posso reclamar. Mas, às vezes, é bom estar com alguém que entende sem fazer muitas perguntas... alguém como você.

S/N sentiu o rosto aquecer ao ouvir isso, e não pôde evitar sorrir.

— Bom, acho que isso vem com o território. Eu cubro o esporte, então vejo o quanto vocês passam — disse ela, tentando conter a emoção em sua voz. — Mas acho que todos precisam de um espaço para respirar... até você.

Carlos a olhou de um jeito que a fez sentir que ele estava realmente prestando atenção. Havia uma intensidade em seu olhar, como se ele estivesse enxergando mais do que ela dizia.

— Sabe, nem sempre encontro pessoas que falam assim comigo — disse ele suavemente. — A maioria só quer saber dos detalhes técnicos, das estatísticas... é bom ter uma conversa normal.

Ela riu, tentando disfarçar o nervosismo. — Bom, espero que goste da minha companhia então. Não sou tão boa com números e estratégias, mas sei que vocês são mais do que isso. Às vezes, esquecemos que há pessoas por trás dos capacetes.

Carlos sorriu, visivelmente tocado pelas palavras dela. — Exatamente. Às vezes, eu também esqueço. — Ele fez uma pausa, olhando diretamente para ela. — Eu gostei de você, S/N. Você me faz sentir... leve. Como se, por um momento, eu pudesse simplesmente ser eu mesmo.

O coração dela deu um salto, mas ela tentou manter a calma. — Bom, fico feliz de poder te proporcionar isso. Acho que todos merecem momentos de simplicidade, não é?

Carlos não respondeu de imediato, apenas assentiu, pensativo. Ele parecia estar ponderando sobre algo importante, e, de repente, inclinou-se para mais perto dela.

— Sabe, nunca pensei que diria isso, mas... quer sair para jantar depois da corrida amanhã? Eu sei que vamos estar cansados, mas acho que seria bom.

S/N ficou surpresa, mas sorriu, tentando conter a empolgação. — Eu adoraria, Carlos.

Eles passaram mais algum tempo conversando, e, quando finalmente se despediram, S/N sentia-se leve, como se estivesse flutuando. A expectativa do jantar no dia seguinte a acompanhou durante toda a corrida. Ela assistiu cada volta, cada ultrapassagem, e vibrou quando Carlos cruzou a linha de chegada em terceiro lugar, comemorando com ele a conquista.

Mais tarde, depois dos compromissos de imprensa e da cerimônia do pódio, Carlos encontrou S/N, que esperava ansiosa. Ele estava exausto, mas o sorriso que deu ao vê-la mostrava que a presença dela fazia valer a pena.

— Vamos? — perguntou ele, com um brilho nos olhos.

Eles foram a um restaurante tranquilo, longe da agitação dos fãs e da imprensa. Sentados em uma mesa discreta, puderam conversar sem interrupções, rindo e trocando histórias sobre suas vidas, gostos e experiências. S/N notou que Carlos era ainda mais carismático e engraçado do que imaginava, e ele a escutava com uma atenção que a deixava sem fôlego.

— E você? — perguntou ele, com um sorriso curioso. — Como alguém tão incrível quanto você não está em um relacionamento?

Ela riu, balançando a cabeça. — Talvez eu só não tenha encontrado alguém disposto a lidar com minha vida corrida... ou talvez eu estivesse esperando pelo convite certo.

Carlos a olhou fixamente, e o mundo ao redor pareceu se dissolver. Ele segurou sua mão sobre a mesa, os olhos intensos e sinceros.

— Então espero ser eu o certo.

S/N sentiu um arrepio percorrer seu corpo, e apenas assentiu, sorrindo. A química entre eles era palpável, e ambos sabiam que algo especial estava surgindo.

Naquela noite, enquanto caminhavam juntos sob as luzes da cidade, Carlos entrelaçou os dedos nos dela, como se dissesse sem palavras que aquele era apenas o começo de algo lindo.


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