laços de esperança - S. Winchester

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Era uma manhã fria e silenciosa no bunker dos Homens de Letras. S/N estava na pequena cozinha, preparando uma xícara de chá, enquanto Sam Winchester, concentrado, mergulhava em um livro antigo na sala ao lado. O aroma de café pairava no ar, misturado com o cheiro de papel envelhecido. Era uma cena comum no bunker — calma antes da próxima tempestade.

Mas naquela manhã, S/N não conseguia se concentrar. Seu coração batia acelerado, a mente repleta de pensamentos confusos. Algo estava diferente há dias. Primeiro foi a exaustão inexplicável, depois as náuseas matinais que ela tentou ignorar. Mas agora, enquanto segurava o teste de gravidez positivo escondido em seu bolso, sabia que não poderia mais evitar a verdade.

Ela estava grávida.

S/N apoiou as mãos no balcão, tentando controlar a respiração. Como aquilo poderia ter acontecido? Ela e Sam tinham algo especial, mas nunca haviam falado sobre o futuro — muito menos sobre crianças. O mundo deles era perigoso, imprevisível. Trazer uma vida para aquele caos parecia impossível.

Ainda assim, ali estava ela, com a prova em mãos. S/N sabia que precisava contar a ele, mas como? Sam era gentil, protetor, mas também carregava o peso do mundo nos ombros. Como ele reagiria a essa notícia inesperada?

"Você consegue, S/N", murmurou para si mesma.

Respirando fundo, ela saiu da cozinha, indo em direção à sala onde Sam ainda estava mergulhado em sua pesquisa. O som de seus passos suaves ecoava no corredor vazio. Quando chegou à entrada, parou, observando-o. Sam estava inclinado sobre o livro, os cabelos castanhos caindo sobre os olhos enquanto fazia anotações meticulosas em um caderno.

Por um momento, S/N se perdeu na cena. Apesar do medo e da incerteza, uma sensação de calma a invadiu. Sam era sua âncora, seu parceiro em todos os sentidos. Se alguém poderia enfrentar isso com ela, era ele.

— Sam? — chamou, a voz um pouco hesitante.

Ele levantou o olhar imediatamente, sorrindo ao vê-la.

— Ei, S/N. Tudo bem? Você parece preocupada.

Ela hesitou, aproximando-se lentamente. — Podemos conversar? É... importante.

Sam fechou o livro, imediatamente atento. Ele sempre tinha uma habilidade quase sobrenatural de perceber quando algo estava errado.

— Claro. O que aconteceu?

S/N sentou-se no sofá ao lado dele, cruzando as mãos no colo. O peso das palavras parecia esmagador.

— Sam, antes de qualquer coisa, eu quero que você saiba que... eu amo você. Muito.

Os olhos dele suavizaram com o tom dela, mas ele franziu as sobrancelhas, preocupado.

— Eu também te amo, S/N. O que está acontecendo?

Ela respirou fundo, fechando os olhos por um momento antes de soltar as palavras.

— Eu estou grávida.

O silêncio que se seguiu foi quase ensurdecedor. Sam ficou imóvel, os olhos fixos nela enquanto processava o que acabara de ouvir.

— Grávida? — ele repetiu, a voz baixa, como se precisasse confirmar para si mesmo.

— Sim — disse ela, nervosa. — Eu sei que isso não estava nos nossos planos. Nem sei como isso aconteceu... mas aconteceu.

Sam passou a mão pelos cabelos, claramente atordoado. Ele ficou em silêncio por um momento, e S/N sentiu o coração apertar.

— Sam, por favor, diga algo.

Ele olhou para ela, os olhos castanhos refletindo uma mistura de emoções.

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