Capítulo 23 - Lição

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Minha mãe me ligou bem cedo e pediu para eu subir e tomar café da manhã com ela. Ontem, ela reparou que eu emagreci, então decidiu que, enquanto estou aqui, vai me encher de comida para me fazer engordar e ficar "fofa como um ursinho" de novo, pois diz que pessoas magras parecem sem sorte. Mas quando cheguei lá, parecia que ela estava acabando de conversar sobre negócios com uma gerente chamada Prae ou talvez Phlu... Não lembro. Só sei que uma vez discutimos quando ela brigou com um hóspede estrangeiro, e minha mãe mencionou que é essa pessoa quem fica informando tudo sobre mim.

Dizendo que eu sou "filha de uma qualquer" lá em Pattaya. Complicado...

"Obrigada por tantas informações valiosas."

Minha mãe disse com uma expressão séria para a gerente.

"Você é uma colaboradora indispensável para o nosso hotel. Continue assim... E você."

Ela se voltou para mim.

"Demorou para chegar; eu chamei faz tempo."

A gerente saiu com um sorriso presunçoso, e eu fiquei completamente confusa.

"Por que a senhora está elogiando alguém que me chamou de 'filha de uma qualquer'?"

"Só descobri agora que ela tem 36 anos."

"E o que isso importa?"

"Porque vou deixá-la trabalhar aqui até os 42, então pedir ao seu pai para demiti-la sem indenização. Aos 36, ainda há oportunidades para ela, mas começar do zero mais tarde é praticamente uma sentença. Vai ser merecido."

Assim que terminou de falar, minha mãe cruzou as pernas e levantou a xícara de café para tomar um gole, com o dedo mindinho levantado, exibindo um ar refinado de alguém bem-sucedido.

Eu, por outro lado, senti um arrepio percorrer meu corpo com a aura de crueldade que emanava dela. Quem diria que, por trás daquele sorriso e das palavras elogiosas, ela já havia traçado um plano a longo prazo. Era como se não houvesse como voltar atrás, mas continuar também não levaria a lugar algum.

"Vamos, sente-se logo! A mãe pediu um monte de comida especialmente para você, Nong In. Coma bastante, está só pele e osso agora. A mãe te criou tão bem, e alguém veio inventar essas coisas de fantasmas para te assustar, pode?"

"Nem estou tão magra assim, mãe. Só estou surpresa com as suas ideias. Você é uma verdadeira inspiração! Agora entendo por que o papai tem tanto respeito por você."

"haha."

Minha mãe riu, cobrindo a boca com a mão.

"Eu sei como lidar com as pessoas. E o seu pai é uma presa."

"Mas eu ouvivocê dizer que o papai te iludiu quando estavamos tomando banho, não foi?"

"Iludiu o quê, garota! Eu é que fiz aquela situação acontecer, oras."

"Como assim, mãe?"

"Seu pai e eu nos conhecemos na Inglaterra. Quando eu o vi pela primeira vez, pensei: 'Que homem! Tão branquinho, com um sorriso tão bonito, e tão fofo'. "

Minha mãe riu, relembrando o passado tão distante.

"Eu estava estudando lá, trabalhava em um restaurante, e acabamos nos dando muito bem e continuamos conversando desde então."

"Parece ter sido algo bem gradual."

Respondi.

"Demorou um pouco, sabe? Seu pai era meio lento. Eu o convidei para ver um filme no meu quarto, e ele só assistia ao filme de verdade! Eu fiquei irritada. Na terceira vez, eu fui até o quarto dele. Aí então... provoquei um pouco, e ele ficou com ciúmes e começou a prometer céus e terras, por fim, seu pai acabou achando que ele é quem me convenceu de algo e me agarrou."

In's LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora