Capítulo 34 - Coração

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Eu chorei tanto que meus olhos ficaram inchados por três dias seguidos. Sem Janephop ao meu lado, parecia que algo essencial em minha vida tinha sido arrancado, ao ponto de eu mal conseguir respirar. Algumas vezes, eu chamava por ele para alguma tarefa, esquecendo-me, momentaneamente, que ele já não estava mais lá. E, ao lembrar disso, as lágrimas voltavam, repetindo o ciclo sem parar, até que minha mãe, vendo meu estado, não conseguiu mais suportar.

"Pare de chorar, In... O coração da mamãe não aguenta mais."

"Também quero parar, mãe, mas simplesmente não consigo. Por que você e o pai tiveram que ser tão cruéis e mandar Jane embora? Vocês poderiam ter conversado com ele com calma."

"E se o Jane não tivesse saído, você conseguiria encará-lo? In, você mesma disse que não conseguia aceitar os sentimentos dele."

Minha mãe percebeu de imediato.

"Mas nós poderíamos fingir que nada disso aconteceu..."

"Isso é coisa de quem foge dos problemas, meu bem... É melhor aceitar a realidade. Logo isso vai passar. Chame algum amigo para vir ficar com você, para não se sentir tão sozinha."

"Mas quem eu chamaria? Não tenho amigos."

"Quem é que não tem amigos?"

"Alguém como eu."

Eu disse, desanimada. Minha mãe me olhou com compaixão e me abraçou.

"Ah, meu amor, deve estar esquecendo alguém, não é?"

"Quem, mãe?"

"Surpresa!"

O "surpresa" da minha mãe realmente fez minhas lágrimas pararem. A visão que se abriu diante de mim me chocou: Arun estava parada bem na minha frente. Olhei para minha mãe, confusa, quase com a boca aberta.

"A mamãe trouxe uma amiga para você, Nong in. Agora pode parar de chorar, meu amor."

"Mãe, como você conseguiu trazer a Arun até aqui?"

"Porque sou inteligente, bonita e cheia de recursos, minha querida. Acontece que uma amiga minha foi a um restaurante muito famoso e tirou uma foto, e, por coincidência, a Arun apareceu no fundo. Tá vendo? É o destino!"

"E ela simplesmente aceitou vir?"

Arun não respondeu nada, mas eu podia imaginar que, por consideração, ela aceitou por respeito à minha mãe, sua antiga patroa.

"É claro que ela viria. Eu disse que a você estava muito triste, e vocês já são bem intimas."

"Oi?!"

Arun e eu nos viramos para minha mãe, surpresas. Ela parecia um pouco confusa também.

"O que foi? Falei alguma coisa errada? Ou será que o que falei não é apropriado?"

"O contexto não funcionou bem, mãe."

"Eu só quis dizer que vocês são bem próximas, oras... Bom, Arun está aqui agora, então Nong In, não faça tantas perguntas. Arun, cuide da minha menina, por favor. Ela é uma pobre coitada: além de beleza e dinheiro, ela não tem mais nada nessa vida. Fiquem aí e conversem, enquanto eu mando alguém trazer alguns petiscos."

"Quer conversar aqui mesmo?"

Perguntei, apontando para o meu quarto. Minha mãe assentiu com um sorriso.

In's LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora