Capítulo 27 - Você de outro ângulo

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Minha vida está cada vez mais parecida com uma novela. Depois daquele apagão, acordei e percebi que estava em um hospital. O cheiro característico de desinfetante não deixava dúvidas — era, sem dúvida, um hospital. Se fosse um mau cheiro, aí sim seria o banheiro do alojamento onde eu costumo ficar.

Sim... estou no hospital.

A luz forte do quarto fez meus olhos se abrirem lentamente, causando um leve desconforto.

Assim que consegui me mover um pouco, percebi que havia alguém debruçado na beira da cama.

Seria... Lay?

"Lay?"

Assim que murmurei, a pessoa que estava debruçada começou a acordar devagar e levantou o rosto. Arun, usando seu uniforme de trabalho, me olhou com surpresa e rapidamente perguntou:

"Você está bem agora, Srta. In? Como assim, Lay? O que eu estava pensando..."

"Estou bem melhor. Quem me trouxe para o hospital?"

"Foi o Janephop."

"Então, por que você está aqui? Já é tarde."

Olho para os lados procurando um relógio na parede e vejo que já são dez da noite.

"Você disse que voltaria tarde hoje, ia sair para um encontro, não é? E o Mawin?"

"Assim que soube que você estava doente, ele perdeu a vontade de passear. Todos ficaram muito preocupados e acabaram de ir embora. Até seu pai já foi informado; ele disse que vai vir te ver depois de amanhã, já que está em uma missão em Mianmar."

"Não precisa incomodar meu pai com isso. Mas... o que o médico disse que eu tenho?"

"Você teve uma reação grave ao medicamento. Seu coração quase parou."

"Uau... foi algo tão sério assim?"

Agora entendo por que meu pai decidiu vir me ver. Lembro que, enquanto falava com Arun ao telefone, tomei o remédio que o médico me receitou, e logo depois comecei a sentir sintomas estranhos, até perder o controle sobre meu próprio corpo.

"O Mawin deve estar chateado... estraguei o encontro de vocês."

"Nada é mais importante do que você, Srta. In."

Ao ouvir isso, fiquei tímida e automaticamente levei a mão à cabeça para coçá-la, tentando disfarçar o embaraço.

"Na verdade, você não precisava ficar aqui comigo, Fah. Sei que você não gosta de hospitais."

"Mas se eu não ficar, quem vai cuidar de você? E, além disso, eu ficaria sozinha no meu quarto... me sinto meio solitária."

"O quê?"

Arun quase nunca expressa seus sentimentos, então ouvir a palavra "solitária" me pegou de surpresa, e eu perguntei de novo para ter certeza. Mas ela desviou o olhar e rapidamente mudou de assunto.

"A propósito, quando estávamos ao telefone, parecia que você tinha algo muito importante para me contar... mas eu não consegui entender direito."

"Hm?"

Pisquei os olhos várias vezes, tentando me lembrar sobre o que eu estava falando ao telefone. Então, de repente, lembrei-me da história do garoto na casa abandonada.

"Ah, sim, então... é sobre..."

"..."

De início, fiquei animada, mas logo fechei a boca rapidamente, pois Arun BekFah morre de medo de fantasmas. Se eu contasse o que ouvi no programa de histórias de terror, a pequena com certeza desmaiaria e ficaria internada comigo. Então, em vez de contar, dei uma tossidinha e disfarcei, fingindo que não lembrava de nada.

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