Taehyung carrega ressentimentos desde a infância, alimentando uma rivalidade intensa por anos pelo namorado do seu melhor amigo. Contudo, quando circunstâncias colocam Jeon e Kim lado a lado, ambos confrontam sentimentos reprimidos e proibidos que n...
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Quinta-feira
Taehyung
Minhas pernas doíam, meus braços se contraiam a cada movimento, e eu sentia o suor escorrer pelas costas, enquanto o short colava na minha bunda. Treinávamos sem descanso há uma hora e meia por dia, com intervalos de apenas 20 minutos, desde a tarde de terça-feira. O treinador não tinha exigido esse ritmo, mas eu sim, e quanto mais o pessoal reclamava, mais eu endurecia o treino.
Estávamos concluindo a primeira hora de treino comigo no ataque, enquanto os outros integrantes do time tentavam interceptar a bola. Precisávamos reforçar a defesa, e aquele exercício era essencial. Maldita hora para Jeongguk entrar na quadra com os meninos, eles não tinham aula, não?
Só de pensar o quanto eu me deixei levar por ele uma raiva cresce em mim, quem ele pensa que é?
— Não podemos ser amigos. — Sussurrei imitando sua voz para mim e revirei os olhos. — Filho de uma puta...
Arremessei a bola para cima e a acertei com toda a força, como se fosse a cabeça dele, até sentir minha mão arder.
Todos foram correndo em direção ao Hyunjin. Coloquei a mão na boca quando eu vi que tinha o acertado.
— Droga! — Corri em sua direção vendo um filete de sangue sair de sua sobrancelha, que continha o piercing. Afastei todos e aproximei do garoto. — Eu já não falei para não jogar com piercings. — Agarrei o rosto do garoto e analisei a situação.
— O que deu em você, Taehyung? Você que machucou ele e ele que tem culpa?! Está totalmente descontrolado nesses treinos. — Quando Yeonjun, a pessoa que deveria receber a bola, falou, um silêncio ensurdecedor tomou conta da quadra. Virei minha cabeça lentamente em sua direção.
— Como é que é? — Sorri sem achar muita graça. — Leva ele para enfermaria e saiam da quadra. — Todos se viraram. — Você não, Yeonju. Aqui, na minha frente. — Apontei.
— O-o que?
— Você escutou. — Fui até o local que ficava as bolas e me afastei atacando a primeira e ele defendeu, a segunda, a terceira, a quarta, até ele não conseguir mais e as bolas acertarem com força em sua coxa, ombro, perna e costas. — Se VOCÊ tivesse sido bom o suficiente, eu não teria acertado seu amigo. — Joguei a última que passou perto da sua orelha.
Me virei para arquibancada vendo as caras assustadas, principalmente do Jimin que veio na minha direção.
— A gente pode conversar?
— Uhum. — Falei como se nada tivesse acontecido e consertei a faixa no meu cabelo.
…
— Aí, Tae. Coitado, você tinha que ver a carinha de cachorro que caiu da mudança. — Jimin riu. Conversávamos à vontade no vestiário, agora que todos já tinham tomado banho. Eu estava encostado na pia, apenas com a toalha enrolada na cintura, e ele, do mesmo jeito, estava sentado no banco.
