Ironias do destino | Vminkook

7

Jimin havia acabado de ministrar sua última aula do dia. Estava exausto, fim de semestre era tão cansativo, o ômega não via a hora de encerrar e ele entrar de férias. Estava a caminho da sala dos professores para guardar seu material e ir embora, ansioso pelo silêncio de sua casa e companhia do marido, quando encontrou Yubin no caminho. Seu coração se apertou pelo estado da amiga, ela não estava lidando bem com a descoberta da própria gestação, a ômega também tinha a feição cansada, a pele ainda mais pálida e o olhar perdido.

– Yu? Você se sente bem? – perguntou preocupado.

Yubin suspirou, estava incapaz de disfarçar seu desconforto.

– Péssima – foi sincera – estou tão enjoada, cansada, confusa – os olhos da ômega marejaram na hora.

Jimin já sabia o que estava acontecendo.

– Quer sentar e conversar? – a mesma assentiu.

Foram até um local um pouco afastado e sentaram lado a lado. Jimin sabia que Yubin não se sentia confortável em falar da gestação, mas sentiu que a amiga precisava desabafar o peso que estava carregando.

– Yu... – começou calmo – se quiser conversar sobre isso, estou aqui pra você, de verdade.

A ômega abaixou o olhar brincando com seus dedos, nervosa. Hesitou, mas antes de começar a falar suspirou criando coragem, falar com Jimin sobre era difícil.

– Jiminie... – sua voz soou frágil – eu não estou pronta para isso. Eu não planejei nada, mal sei cuidar de mim, minha noiva e meu noivo também não queriam ser pai e mãe. Tá tudo tão confuso...

Jimin se sentia culpado, se não fosse por ele Yubin não teria parado o contraceptivo.

– Me desculpa Jiminie, eu nem deveria estar falando disso com você, logo você que o maior sonho é gerar e eu aqui me lamentando – uma lágrima escorreu por seu rosto.

– Minha amiga – lhe ofereceu um sorriso doce para confortá-la – como você mesmo disse é o meu sonho e do meu marido, e tá tudo bem não ser o seu e de seus noivos. Ninguém é obrigado a querer ter filhos, é um pensamento tão machista os ômegas serem obrigados a gerar para que a sociedade nos aceite – ela o abraçou chorando – É completamente normal se sentir assim, Yu. É uma situação inesperada... E você não precisa ter todas as respostas agora.

– Eu me sinto tão perdida, tão culpada. É como se eu não tivesse mais controle de nada, eu tentei me acostumar, ficar feliz em ser mãe... mas eu não quero. Pode ser que isso soe confuso para você, mas eu tinha me preparado para gerar seu bebê e ser tia dele, não gerar os meus.

– Você... você está considerando... – Jimin não conseguia falar a palavra.

– Sim, amanhã eu e meus noivos vamos à clínica, decidi interromper.

– Entendo que não está sendo fácil Yu, mas você não está sozinha. A minha opinião sobre você não mudará, afinal cada um faz o que for melhor para o próprio corpo, eu não posso e nem devo te julgar.

Yubin respirou fundo, absorvendo suas palavras. Sentiu como se um peso saísse de suas costas.

– Obrigado Jiminie – murmurou com um sorriso tímido – estava com tanto medo de seu julgamento, não queria perder sua amizade.

– Estarei aqui Yu, para o que precisar e não falo da boca pra fora, como disse não posso te julgar por isso. Eu... também me sinto culpado Yu.

– Não sinta meu amigo, quem esqueceu de se proteger foi eu e aqueles dois fogosos – eles riram – em nenhum momento passou isso pela minha cabeça, como disse estava feliz por realizar seu sonho.