CAPÍTULO 7 - Cut Your Hair

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(narrado por Gabriele)

Na ordem de aniversários do nosso grupo de amigos, eu sou a mais velha e Ryuko é a mais nova. Faço aniversário dia 14 de setembro, Levy faz no dia 10 de novembro, Daniel faz no dia 20 de fevereiro, Paul faz no dia 10 de maio, e Ryuko no dia 6 de junho. Na astrologia, sou de virgem, Levy é de escorpião, Daniel é aquariano, Paul é taurino e Ryuko, enfim, geminiana.

O Festival da Canção ocorreria no meio do mês de junho, um pouco depois de todos nós já termos completado 15 anos - se a banda do pessoal, a WWS, ganhasse, iríamos comemorar juntando nossas economias para passar um fim de semana juntos nas férias de julho que se aproximavam, em algum lugar na floresta de Granite Falls. Como minha mãe também iria ter alguns dias de recesso da escola, ela se ofereceu para ficar como a "adulta" que nos ajudaria na viagem: ela em um hotel da região com as amigas, e nós na pousada que queríamos ficar.

Eu estava disposta a manter a viagem de pé mesmo se eles ficassem, sei lá, em 3º lugar, mas o Daniel estava tão focado em ser o vencedor do festival que esse já vinha sendo meio que seu único assunto a semana toda: "o pessoal vai me ver ligando o pedal de fuzz na hora do solo e vai endoidar", "quando o Paul soltar o gutural dele na bridge o pessoal vai ficar maluco", "no final a Ryuko deve meter um solo de bateria", e mais outras questões de apresentação ao vivo que só devem interessar para outros roqueiros.

Estávamos lá em casa assistindo TV depois de termos visitado a Ryuko lá em Komorebi, exaustos, pois na noite anterior eu que estava na casa do Daniel pra ficar de olho nele - à pedido dos pais dele - e não deixar ele virar a noite tocando guitarra. De todas as coisas inusitadas que me imaginei vivendo aos 15 anos, essa definitivamente entra no top 5.

- Crianças, daqui a pouco é hora de descansar também e de você ir pra sua casa, Daniel! - disse minha mãe, com aquele tom de professora de primário que ela nunca perdia

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- Crianças, daqui a pouco é hora de descansar também e de você ir pra sua casa, Daniel! - disse minha mãe, com aquele tom de professora de primário que ela nunca perdia.

- Eu vou pra casa, tia, só vou terminar esse filme com a Gabi primeiro. Se eu for pra casa sem ver esse filme não vou dormir de novo!

- Você que sabe, meu filho, você se preparou horrores pro seu show. Não faça nada que vá se arrepender...

Realmente, já passava das 20 horas da noite. E Daniel ainda precisava pegar trem. Já era a quinta vez que estávamos assistindo o Drácula de Bram Stoker dirigido pelo Coppola, e toda vez o Daniel fazia alguma piada sobre os diferentes penteados do Vlad. Eu, que sou besta, ria todas as vezes como se fosse a primeira vez.

 Eu, que sou besta, ria todas as vezes como se fosse a primeira vez

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