Why do you hate me?

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Hanabi narrando no presente/atualidade

A caminho da Capital / Trem

Eu estava deitada em uma sala tranquila, quando fui surpreendida pela acompanhante do Distrito 4. Eu nem sabia seu nome até aquele momento. Ela tinha longos cabelos castanhos, olhos claros — talvez verdes ou azuis, era difícil dizer —, pele clara e vestes simples, nada comparado ao estilo extravagante de Effie Trinket. Ela parecia jovem, talvez da minha idade ou até mais nova.

— Oi! — disse ela, com uma animação que me fez sentar para prestar atenção. — Eu me chamo Kyra Summers Plinth! — continuou, estendendo a mão. Sem entusiasmo, retribuí o gesto.

— Hanabi Abernathy — falei de forma breve e seca.

Ela ficou me olhando, provavelmente esperando que eu continuasse a conversa ou dissesse algo mais.

— Bom… Finnick pediu para eu te mostrar o seu quarto — disse ela, quebrando o silêncio e me fazendo levantar para segui-la. — Estou me sentindo muito honrada em te conhecer. Sou, de certa forma, uma grande fã. — Kyra sorriu, mas a ideia de alguém ser minha fã parecia tão absurda que me fez rir.

— Minha fã? Não tenho fãs, só pessoas que preferiam nunca ter me conhecido — falei, com uma risada amarga.

Ela me olhou confusa, depois começou a falar em um tom mais baixo:

— Acho que você não entendeu. Não sou fã dos Jogos, muito menos da Capital, como deve estar pensando. Eu sou do Distrito 2 e fui enviada pelo seu pai. — Minha expressão confusa a encorajou a continuar. — Você não sabe? Estamos com um plano para desbancar Snow. Meu trabalho é garantir que você compareça à reunião amanhã à noite, na Capital. Achei que seu pai tivesse te contado, pelo menos sobre o plano.

— Não falo com meu pai há um ano, desde a turnê do Peeta e da Katniss. Não temos uma boa relação — respondi, ainda processando a ideia de um plano contra Snow. Parte de mim queria acreditar, mas parecia improvável. Snow sempre está à frente de todos.

— Ah… achei que vocês fossem próximos. Desculpe por tocar nesse assunto — disse ela, mexendo no cabelo, visivelmente envergonhada.

— Não tem problema. — Ofereci um sorriso breve. — Quantos anos você tem, Kyra? Você parece jovem. E como conseguiu virar acompanhante do Distrito 4? Achei que a Capital tivesse um processo seletivo bem rigoroso.

— Tenho 18 anos. Fiz aniversário no mês passado. Bem, eu não nasci no Distrito 2. Na verdade, sou da Capital. — Isso chamou minha atenção, e me concentrei nela enquanto explicava. — Meu bisavô, Strabo Plinth, trouxe minha família para a Capital durante a Primeira Rebelião. Ele vendia armas e conseguiu muito dinheiro para se mudar. Meu avô, Sejanus Plinth, morreu jovem, mas teve um filho com uma mulher chamada Layla Frost. Esse filho é meu pai, Erick Frost Plinth. Só muito depois ele foi reconhecido como herdeiro da fortuna Plinth.

A história era surpreendente. Eu sabia quem era Sejanus Plinth, mas não sabia que ele tinha tido um herdeiro.

— É uma história impressionante. Nunca imaginaria… — Eu estava no meio da frase quando passamos por uma sala de jantar e vi Finnick. Ele parou de comer, levantou-se e veio até nós.

— Preciso falar com você — disse ele, interrompendo a conversa. Kyra deu um passo para trás, e eu revirei os olhos.

— Não quero falar com você. Não hoje. — Tentei me afastar, mas ele insistiu.

— Acho que você não entendeu. Eu não quero falar, preciso falar com você — ele enfatizou. Relutante, decidi ouvir.

Afastei-me de Kyra e me aproximei da mesa de jantar. Peguei um bolinho de chocolate e me apoiei na mesa, esperando que ele começasse. No entanto, por um momento, me perdi em seus olhos outra vez.

— Por que você tenta me odiar? — perguntou ele, com um olhar quase desesperado, como se buscasse respostas que nunca encontrei para mim mesma.

— Eu não tento. Eu te odeio — falei, firme, sustentando seu olhar. Dizer aquilo fez meu coração apertar, mas não podia demonstrar fraqueza. Finnick deu um sorriso de canto, aquele que sempre faz quando está irritado.

— Então me diga, Hanabi, me diga, florzinha: por que me odeia? Se nunca fiz nada para você, qual é o motivo?

A pergunta me pegou desprevenida. Não era algo que eu soubesse responder. Não odiava Finnick por algo que ele tenha feito. O ódio vinha de algo mais profundo. Talvez da culpa que carreguei por nunca poder ajudá-lo, mesmo quando sabia o que Snow fazia com os vencedores. Mas isso não era algo que eu admitiria, nem para mim mesma.

— Está demorando tanto para responder que parece que nem tem motivo, né, florzinha? — disse ele, sarcástico. Empurrei seu ombro levemente e saí andando.

— Mantenha distância de mim, Odair — falei, voltando para perto de Kyra.

— Com todo prazer, Abernathy — respondeu ele, com seu tom debochado de sempre.

O caminho até meu quarto foi silencioso. Kyra parecia hesitante em dizer algo, mas permaneceu calada. O quarto era simples e semelhante ao que eu já conhecia dos trens da Capital. Deitei-me de bruços na cama e olhei pela janela.

Foi quando a vi: uma hanabi, a flor de fogo, desabrochando na estrada. Talvez, só talvez, a sorte esteja finalmente ao meu favor.

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O próximo capítulo vai ser no passado, especificamente nessa reunião que a Hanabi falou.

Espero que vocês gostem do capítulo, e se não for pedir muito, comentem e marquem a estrela.

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Kyra Summers Plinth

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Kyra Summers Plinth

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