19 - Tóxico

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Acordei ressaqueada e grudenta, como o de costume. Sentia Samael preso a mim. O empurrei.

— Gozou dentro, de novo, desgraçado — resmunguei.

Samael me abraçou, resmungando junto.

— Esqueci dessa sua frescura — murmurou.

Revirei os olhos. De dia, sóbria: tudo ao normal e repugnante. Empurrei ele e sai de seu aperto. Me levantei da cama e fui direto para o banheiro. Escovei os dentes e me enfiei embaixo do chuveiro. Passei o shampoo e comecei a esfregar meus cabelos.

Senti as mãos de Samael coladas em minha cintura, me puxando em um abraço por trás. Já com o cabelo enxaguado, virei meu rosto para ele.

— Bom dia.

— Bom dia — retribuiu, me beijando em seguida.

Ele me virou, ficando de frente para mim, ainda com as mãos na minha cintura.

— O que quer fazer hoje? — perguntou.

Dei de ombros.

— Sei lá... O que tem pra fazer?

— O que você quiser.

Ultimamente eu não ando pensando muito. Tudo o que faço é ir na onda e beber. Não sabia o que eu queria de fato.

— Quero banhar sozinha, posso?

Samael sorriu enquanto negava.

— Deixa eu te limpar.

— Consigo fazer isso sem sua ajuda.

— Quando eu faço, é mais divertido — piscou.

— Ah, me poupe, por favor.

Ele riu e me soltou. Nós banhamos juntos.

Saímos do banheiro.

— Quer conhecer a casa?

— Nah.

— Quer que alguma criada faça...

— Criada?

— Sim — deu de ombros. — tem criados, empregados, escravos, tudo.

— Meu deus — murmurei, levemente desacreditada.

— Quer café da manhã?

— Só se for uma boa dose de uísques.

Tem que tá bêbado pra aguentar essa bagunça.

Samael estalou os dedos e uma mulher, baixa, com o rosto metade pintado em manchas tortas em branco cor de tinta e branco cor de pele humana clara. Ela vestia uma roupa toda cor de sangue, cabelo branco preso em um rabo de cavalo. Aquela mulher se curvou frente a Samael e ele mandou que ela trouxesse algumas garrafas. Deduzi que ela era um dos escravos.

Bebi muito.

Ele estava sentado, sóbrio, com terno e eu estava deitada em seu colo. Seus dedos faziam cafuné nos meus cabelos.

— Como funciona esse lance dos escravos? — olhei para ele.

— Igual a escravidão que aconteceu com os humanos e tals... Só que sem esse lance de cor de pele. Escravos são fabricados.

— Como diabos tem a fabricação de um escravo?

— Normalmente é uma mistura de humanos com Gikans.

— Gikans?

— Uma subespécie de demônios.

— Uau... E vocês dizem serem mais evoluídos que nós.

𝕯𝖊𝖒𝖔𝖓í𝖆𝖈𝖔 - 𝕯𝖆𝖗𝖐 𝕽𝖔𝖒𝖆𝖓𝖈𝖊 (+18) [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora