Acordei ressaqueada e grudenta, como o de costume. Sentia Samael preso a mim. O empurrei.
— Gozou dentro, de novo, desgraçado — resmunguei.
Samael me abraçou, resmungando junto.
— Esqueci dessa sua frescura — murmurou.
Revirei os olhos. De dia, sóbria: tudo ao normal e repugnante. Empurrei ele e sai de seu aperto. Me levantei da cama e fui direto para o banheiro. Escovei os dentes e me enfiei embaixo do chuveiro. Passei o shampoo e comecei a esfregar meus cabelos.
Senti as mãos de Samael coladas em minha cintura, me puxando em um abraço por trás. Já com o cabelo enxaguado, virei meu rosto para ele.
— Bom dia.
— Bom dia — retribuiu, me beijando em seguida.
Ele me virou, ficando de frente para mim, ainda com as mãos na minha cintura.
— O que quer fazer hoje? — perguntou.
Dei de ombros.
— Sei lá... O que tem pra fazer?
— O que você quiser.
Ultimamente eu não ando pensando muito. Tudo o que faço é ir na onda e beber. Não sabia o que eu queria de fato.
— Quero banhar sozinha, posso?
Samael sorriu enquanto negava.
— Deixa eu te limpar.
— Consigo fazer isso sem sua ajuda.
— Quando eu faço, é mais divertido — piscou.
— Ah, me poupe, por favor.
Ele riu e me soltou. Nós banhamos juntos.
Saímos do banheiro.
— Quer conhecer a casa?
— Nah.
— Quer que alguma criada faça...
— Criada?
— Sim — deu de ombros. — tem criados, empregados, escravos, tudo.
— Meu deus — murmurei, levemente desacreditada.
— Quer café da manhã?
— Só se for uma boa dose de uísques.
Tem que tá bêbado pra aguentar essa bagunça.
Samael estalou os dedos e uma mulher, baixa, com o rosto metade pintado em manchas tortas em branco cor de tinta e branco cor de pele humana clara. Ela vestia uma roupa toda cor de sangue, cabelo branco preso em um rabo de cavalo. Aquela mulher se curvou frente a Samael e ele mandou que ela trouxesse algumas garrafas. Deduzi que ela era um dos escravos.
Bebi muito.
Ele estava sentado, sóbrio, com terno e eu estava deitada em seu colo. Seus dedos faziam cafuné nos meus cabelos.
— Como funciona esse lance dos escravos? — olhei para ele.
— Igual a escravidão que aconteceu com os humanos e tals... Só que sem esse lance de cor de pele. Escravos são fabricados.
— Como diabos tem a fabricação de um escravo?
— Normalmente é uma mistura de humanos com Gikans.
— Gikans?
— Uma subespécie de demônios.
— Uau... E vocês dizem serem mais evoluídos que nós.
![](https://img.wattpad.com/cover/350275691-288-k265128.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝕯𝖊𝖒𝖔𝖓í𝖆𝖈𝖔 - 𝕯𝖆𝖗𝖐 𝕽𝖔𝖒𝖆𝖓𝖈𝖊 (+18) [CONCLUÍDA]
HorrorO que você faria se acordasse de madrugada, imóvel, com um belo homem te encarando? Ágatha decidiu acreditar fielmente que isso era apenas um sonho e, eventualmente, ignorou - ou tentou ignorar - suas aparições. Mas isso se tornou impossível quando...