24 - Eles

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Foi contra minha vontade. Primeiro, me bateram com tanta força que apaguei. Depois, acordei em um cativeiro: tudo escuro, frio, vazio, apenas com uma estaca de ferro. Estava com os pulsos presos a estaca de ferro, impossibilitando meus movimentos. Eu podia me sentar e ficar de pé, apenas.

Eu gritei. Gritei muito. Gritei até quando tinha voz. Estava com medo e o que fariam comigo não parecia aceitável.

Tentei me soltar. Meus pulsos sangravam de tanto que puxei, porém, não consegui.

Olhei envolta, caçando algo para usar a meu favor e não encontrei nada. Era quase como se tivessem feito isso justamente pra mim. Parecia que eu estava em um porão, com apenas uma porta que estava fechada.

Então, a porta se abriu. Agarez entrou.

— Dormiu bastante, senhora — falou, se aproximando.

— Se querem me fazer mal pra tentar atingir Samael, não vai adiantar — menti.

— Atingir ele? — ergueu uma sobrancelha. — não, não. Só queremos nos divertir.

Ele chegou perto de mim. Se agachou do meu lado e pegou uma mecha de cabelo meu. Seus dedos deslizaram devagar.

— Sabe que ele vai te matar — murmurei. — não sabe?

— Achei que ele não ligava tanto pra senhora ao ponto de atingi-lo.

Engoli em seco.

Ele riu. Sua mão atrevida desceu até a ponta da mecha, próximo ao meu seio. Devagar, ele esticou a o dedo. Senti seu indicador roçar no meu peito levemente. Minha respiração ficou presa na garganta. Queria me soltar e esganar esse puto e todos os outros.

— Ágatha, né? — olhou para mim.

— Me solta, seu filho da puta — cuspi as palavras.

Acho que xingar ele o afetou. Até demais.

— Se não o quê? — agarrou o meu pescoço. — me responde, vadia metida do caralho! — se levantou. Puxou o meu pescoço, me enforcando e me obrigando a ficar de pé. Ele era mais alto. Me ergueu até que meus pés ficassem fora do chão. Senti meu ar sumir. — vai chorar? — inclinou o rosto. — espernear? Gritar? Implorar? — sorriu. — acha que eu ligo? Acha que tem poder sobre mim?

Senti minhas forças sumindo. Minha visão estava escurecendo e meu corpo soltava soluços secos em busca de ar.

— Me pergunto o que Samael viu em uma cadela suja como você — aproximou o rosto do meu. — sequer é bonita. — riu. — mas, acho que vou descobrir o que tem de tão especial, Ágatha.

Ele me soltou. Cai com tudo. Me despedacei no chão. Me encolhi, soluçando e gemendo de dor. Consegui o ar que buscava mas ainda doía. Sentia meu pescoço queimar, doendo, latejando.

Agarez veio até mim. Agarrou meus cabelos e os puxou para cima. Ergui meu rosto a contra gosto. Abri meus olhos para encarar o filho da puta. Não disfarcei o meu nojo, muito menos minha vontade de matá-lo. Ele sorriu, achando graça com isso tudo. Trouxe a mão até o meu rosto e deu dois tapinhas. Riu pelo nariz antes de me soltar.

— Sei o quanto esteve solitária desde que Samael partiu — buscou uma chave no bolso. — mas não se preocupe. Aqui, você vai ter muuitaa companhia, senhora.

Seu companheiro, Cain, entrou na sala. Agarez foi até ele, entregou a chave e disse algo que não escutei, depois, saiu.

Cain veio até mim. Se agachou do meu lado.

— Ágatha, né? — sorriu.

Sua mão tocou o meu peito. O apertou. Virei o rosto. Meu rosto se contorceu em nojo.

𝕯𝖊𝖒𝖔𝖓í𝖆𝖈𝖔 - 𝕯𝖆𝖗𝖐 𝕽𝖔𝖒𝖆𝖓𝖈𝖊 (+18) [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora