09_ Puta que pariu.

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Bernardo Martínez

- Maria Luiza - chamei ela que estava mole escorada em mim.

- Me leva pra casa - choramingou. Nunca imaginei ter que lidar com gente bêbada, principalmente, lidar com ela bêbada.

Puxei a Maria Luiza, segurando a mesma no meu colo sem dificuldade alguma. Ela se aninhou, escorando sua cabeça no meu peito.

Tão pequena.

Comecei a passar pelas pessoas que estavam pela pista, tomando todo o cuidado do mundo para que nenhum desatento batesse no corpo da mulher no meu colo. Consegui chegar ao lado de fora da festa escutando a Maria Luiza reclamar palavras desconexas.

Destravei o carro abrindo a porta do passageiro, colocando-a com cuidado no banco. Quando soltei seu corpo, sua pequena mãozinha segurou meu braço.

- Não vai embora - sussurrou.

- Eu só vou ir para o lado do motorista, princesa - inclinei meu corpo tirando seu enorme cabelo com mexas loiras do seu rosto, depois fechei a porta, entrando no carro pelo outro lado em seguida.

Prendi o sinto nela e depois em mim, dei partida no carro saindo daquele lugar.

Odiava barulho.

Odiava sair de casa.

Odiei ver a forma como os homens comiam  a Maria Luiza com o olhar enquanto ela dançava.

Odiei ver que desde o primeiro momento em que pisamos naquela boate, os homens só olhavam para ela.

Eu me corroía por dentro em pensar que alguém poderia chegar e tocar em seu corpo pequeno e farto de curvas, então sem pensar muito, me aproximei de si, enquanto ela dançava  deixando todos, inclusive a mim, alucinados.

- Bernardo - chamou manhosa. Prendi minha vista nela que estava encolhida deita no banco. - Eu queria transar - afirmou, me fazendo engasgar.

Caralho, como lidar com essa mulher? Pra ajudar, bêbada, ainda.

- Dorme princesa, já estamos chegando e você vai poder descansar - fiz carinho no rostinho pequeno dela. Toda ela era pequena.

E eu ainda consigo sentir o calor da sua bunda roçando contra o meu pau.

Nunca senti algo parecido antes. Nunca alguma mulher ficou tão próximo assim de mim.

E o pior, ou melhor, não sei ainda ao certo, eu não fiquei desconfortável.

Continuei meu trajeto queimando meus neurônios pensando na mulher deitada no banco ao meu lado.

Quando o currículo da Maria Luiza chegou ao meu email, há dois anos atrás, eu pedi que investigassem a vida dela imediatamente, ou seja, eu sabia de tudo o que ela havia passado, inclusive sobre o Marcos e quando descobri sobre esses detalhes sombrios de sua vida, decidi que iria protegê-la e que precisava tê-la próximo de mim.

Maria Luiza é a luz que eu nunca tive. Ela é comunicativa, sincera, objetiva, explosiva, amável, delicada, bondosa e apesar de todas as coisas que aconteceram em sua vida, ela é viva.

Ela é única.

Ela é a própria encarnação da perfeição.

Os portões de casa se abriram e eu estacionei de qualquer jeito. Olhei para onde Maria Luiza estava, notando que a mesma dormia tranquilamente.

- Cosa mi hai fatto, ragazzina?

Desci do carro, indo até o outro lado e abri a porta.

- Precisa de ajuda senhor ? - olhei pro lado, vendo o segurança Rogério se aproximar. Neguei agradecendo o mesmo que se afastou.

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