12_ Amém.

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Maria Luiza

Bernardo estava um pouco mais descontraído, mais solto e foi aí que decidimos ir embora, Vinícius ficou pela festa, já que ele pretendia foder alguma menina.

- Eu vou levar o carro. - puxei sorrateiramente as chaves do seu bolso.

- Maria Luiza... - disse em alerta.

- Bernardo... - devolvi no mesmo tom - Você está alcoolizado e eu devo prezar pela sua segurança, chefinho - pisquei pra ele entrando no lado do motorista. Observei ele dar a volta se apoiando no carro, ele estava zonzo graças ao efeito da bebida. Bernardo abriu a porta, se sentando no banco, observei ele colocar o sinto de segurança e me olhar com os olhos meio avermelhados.

- Se você bater meu preciso carrinho. Eu... - fiz gestos pra que ele continuasse a falar. Essa minha curiosidade ainda vai me matar. - Eu vou beijar a sua boca - pisquei os olhos processando.

Ele não disse isso mesmo né ?

- Bernardo, você está meio bêbado, eu aconselho você a ficar caladinho, amor. - olhei de relance pra ele que me encarava e depois rodei a chave, ligando o carro.

Sai do estacionamento e segui pelas ruas movimentadas de Madrid.

- Obrigada, Maria Luiza - olhei pra ele rapidinho sem entender, checando se ele não estava delirando.

- Pelo o que ? - questionei confusa. Eu sentia seu olhar queimar na lateral do meu rosto.

- Por me fazer vivo. - sorri sem conseguir dizer uma única palavra. Bernardo sofreu muito, assim como eu, mas a nossa diferença é que eu descontava minhas frustrações em bebidas, drogas, festas e sexo, já ele, procurava ficar sozinho.

Ambos tínhamos problemas e éramos quebrados, essa era a minha única certeza.

O caminho foi silencioso, eu podia sentir nossos neurônios queimando, de tanto pensar.

- Chegamos - disse ao estacionar o carro na garagem de casa após quase quarenta minutos dirigindo. Olhei para o Bernardo que está a dormindo igual a um bebê. Olhinhos fechados, boca levemente entreaberta e a bochecha um pouco corada por conta do álcool.

Eu facilmente diria que o Bernardo é a própria personificação de um anjo na terra.

Aproximei meus dedinhos nervosos do seu resto, na intenção de fazer um carinho.

Que porra eu tô fazendo ?

Pisquei, recuando.

- Bernardo ? - chamei por ele que mexeu a cabeça, mas ainda não abriu os olhos - Bernardo.. - chamei mais alto, agora balançando seu braço. Seus olhos se abriram em confusão. - Chegamos. - respondi, prevendo sua dúvida. Desprendi o sinto de segurança, abri a porta e dei a volta no carro. Logicamente eu não deixei Bernardo beber muito, apenas o suficiente pra ver ele conversando com três mulheres diferentes e por incrível que pareça, ele deu um fora em todas, mas ainda sim, a bebida ajudou ele a ficar mais relaxado.

Bernardo abriu a porta e me encarou.

- Se eu não estivesse visto as bebidas sendo feitas, eu diria facilmente que você me drogou, Maria Luiza - sorri inocente.

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