Corrompendo Você

10_ Eu adoro jogar.

Maria Luiza

Já havia se passado uma semana desde a noite mais catastrófica da minha vida.

Eu nunca senti tanta vergonha, Jesus Cristinho sabe.

Bernardo nem olhava na minha cara direito e eu só conseguia me lembrar de quando estávamos no banheiro e eu toquei no seu pau, que a propósito, era enorme.

Puta merda, eu abusei do meu chefe.

Minha vontade era de pedir um milhão de desculpas diferentes pra ele, mas eu simplesmente, não conseguia, eu só queria poder enfiar minha cabeça em um buraco e viver com ela lá, pra sempre.

Outro fato importante daquela terrível noite foram suas palavras:

"Você não está em condições no momento e eu, bom, eu nunca toquei em nenhuma mulher."

Ok, se existir algum Santo chamado  Bernardo, com certeza, é o meu Bernardo.

Eu nunca, nem se eu fosse vidente, poderia imaginar que o Bernardo seria  virgem, o que me deixa extremamente feliz ter conseguido lembrar desse episódio importante daquela noite.

Agora faz sentido toda a sua vergonha quando eu falava algo fora do normal.

Bernardo é puro, intocável e eu iria adorar corromper todo aquele anjo dos olhos azuis.

Hoje ele tem um evento beneficente, normalmente ele costuma ir. As únicas ocasiões em que meu chefe aparece, realmente querendo aparecer, é quando se trata de algo que vai ajudar outra pessoa, mas até agora ele não disse nada pra mim, se eu devo acompanhá-lo como das outras vezes ou não.

- Malu querida, venha almoçar! - chamou Margareth. Pausei a música que ecoava pela academia e desliguei a esteira.

O que ? Ser gostosa custa caro.

E sim, o Bernardo tem uma mansão, com direito a sauna, academia, hidromassagem e outras coisas, fora a parte externa, onde o condomínio oferece outras atividades, como quadra, campo, parquinho, área gourmet e outros.

Sequei meu rosto com a toalhinha tirando um pouco do suor e deixe pendurada no gancho. Sai da academia seguindo direto para cozinha, onde lavei as mãos na pia antes de me servir.

Bernardo já estava lá, sentado com sua comida posta, mas pelo o que pude notar de relance ele não tinha mexido no seu prato. Me servi e sentei na mesa, de frente pra ele.

- Estava te esperando - soltou do nada. Encarei ele rapidamente sem entender - Tudo bem ? - perguntou provavelmente por conta da minha cara de merda.

- Sim - respondi simples enchendo o garfo de comida e colocando na boca. Seus olhos analisavam cada movimento meu.

- Você vai comigo hoje no evento ? - perguntou, agora mexendo no seu prato, mas com seus olhos fixos em mim.

- Você não disse nada, pensei que não quisesse que eu fosse - dei de ombros.

- Você sempre vai comigo, Maria Luiza - justificou, me fazendo olhá-lo - Por que hoje seria diferente ? - arqueou suas sobrancelhas

- Não sei - abaixei minha cabeça - Podemos comer ? - pedi, incomodada com seu olhar sobre mim.

Não obtive nenhuma resposta, apenas o som do garfo tocando no prato e assim o almoço seguiu.

[...]

- Malu, o que você vai fazer nesse cabelo ? - me olhei no espelho, intercalando o olhar entre a Mirela, Lia e a cabeleira Hanna.

- Que tal... - pensei, apoiando a mão de baixo do queixo - Um vermelho ? - observei a reação de cada uma das meninas. Soltei uma risada sem aguentar.