Renan Point Of View
Encostado na grade da quadra, eu descia uma das mãos para a bunda de Clara, a apertando durante um beijando; o paredão de som ao nosso lado tocava uma música tão alta quanto eu naquele momento.
- Eu tenho que ficar com as meninas - ela selou meus lábios, pondo a mão em meu peito para separar o beijo.
- Você fica com elas todo dia - disse arfando, segurando agora a sua cintura com as duas mãos.
- Não sou vagabunda não, Caveira, mas se você insistir - ela sorriu.
- Não sou homem de insistir.
Ela revirou os olhos, empurrando meu ombro para que eu desse passagem.
- Me poupa, Caveira.
Gargalhei, por causa da bebida e a deixei ir, secando a sua bunda - Clara tem uma buceta gostosa 'pra' caralho e é uma companhia 'maneira', mas o estresse da vida pessoal estava me afastando da vontade de manter uma conversa furada com ela - Ela poderia só me dar.
Voltei para o centro da quadra, onde Bomba e Thiago estavam; Jota e Nando estavam com as meninas, mas era praticamente como se os três estivessem, porque Thiago não tirava os olhos de Carol.
- Graças a Deus que cê chegou, cara, tô falando sozinho faz mó cota - Bomba virou a cabeça para mim, apontando com ela para o Thiago.
- Percebi.
- Cês acreditam que ela acabou tudo comigo?
- Tudo o que? Vocês nunca tiveram nada.
- E você disse que ela era gorda - tive que segurar uma risada sincera.
- O que continua não sendo novidade.
- Cala a boca, Caveira - ele finalmente tirou os olhos dela.
- O que foi? Mudou de ideia depois que perdeu?
- Como que muda de ideia se ela é gorda mesmo?
- Gorda ou não, eu curtia ela, merda.
- Homem arrependido é outra coisa - Bomba disse e eu ri.
- Arrependido merda nenhuma, isso é falta de buceta.
- E por que cê não tá comendo uma sua buceta em vez de estar se metendo na minha vida?
- A buceta que eu quero tá me sufocando.
- Tá broxa? - Thiago riu e eu soquei o braço de Bomba.
- Tá exigindo demais.
- Não era você que prestava? - Thiago começou a gargalhar de vez e eu revirei os olhos.
- Eu presto, mas porra, comi ela pela primeira vez vai fazer uma semana.
- Não era você que queria ela a mó cota?
- Mulher é que nem perfume: você escolhe pelo frasco, cheira primeiro e depois compra.
- Babacão - Bomba deu um gole no drink em sua mão.
- Então não quer mais?
- Quero, pô, mas ela primeiro precisa entender que às coisas vão acontecendo com calma.
- Você vai comendo a buceta dela até decidir se quer - Thiago riu.
- Tá querendo te dar - apontei - Não para de dar risada das merdas que você fala.
- Ah, vai tomar no cú - Thiago voltou a cabeça para Carol e eu o segui.
- O Jota e a Tay pelo visto é para valer mesmo - Bomba comentou.
- Não entendo como tem coragem.
- Eu rio das merdas que vocês falam, mas não tenho nada contra. Como é na cama com eles não é da minha conta.
Thiago bebeu da sua bebida - não entendo dessas coisas, mas não vou deixar de ser amigo dele não, o Jota é maneiro.
Cruzei os braços - mas cês acham que é mulher?
- Mesmo se fosse homem - Bomba e eu passamos o olhar para o Thiago e ele virou o rosto para nós dóis - Que foi?
Bomba coçou a sombrancelha, voltando a minha pergunta - é foda essa questão de mulher, ela não tá fazendo mal pra ninguém, né?
- Todo mundo aqui sabe que é homem, vocês só não estão querendo ofender o Jota.
- Acho que isso ofenderia mais ela do que ele - franzi o cenho para Thiago.
- Não tô entendendo você hoje, cara. Primeiro disse que a Carol não é gorda...
- Não disse isso - me interrompeu - Ela é gorda mesmo, mas eu acabei curtindo ela. Foram dois meses de convivência. Eu tô arrependido de ter falado sobre isso da forma que falei, só isso.
Passei o olhar para Bomba, que bebia quieto - E você?
- O que o Jota faz com o cú dele não é da minha conta.
- Hoje vocês estão um saco.
- Na hora de brincar a gente brinca, mas você perguntou sério, a gente respondeu sério.
Voltei o olhar para o grupo - E o Nando ali?
- Em falar em Nando, cê acreditou nele?
Passei o olhar para o Thiago e ele para mim - sim - Menti, pondo as mãos no bolso - só está sendo foda de aceitar que a Jully me traiu, principalmente porque a gente não mantém mais contato e a minha memória dela é de uma mina do caralho.
- Mas o que que tem o Nando ali? - Thiago aproveitou a pergunta para mudar de assunto.
- Se assumiu? Só anda com mulher agora.
- E desde quando isso é sinal de que alguém é gay? - riu - Sorte dele, queria eu.
- Ah não ser que ele queira a Clara, não tem motivo para ele estar ali.
- Cê não disse que acreditou nele?
- Acreditei, isso não significa que eu não vou ficar esperto.
- Se ele estiver de olho na Carol eu quebro a cara dele.
- Fica quieto, Thiago, que ninguém vai querer a sua ratimbum.
Bomba precisou segurar a risada, Thiago me encarou com uma expressão raivosa, ergui os braços.
- Tô zoando, irmão, calma - riu.
- Sua sorte é que cê é meu melhor amigo e me ajuda pra caralho, mas não abusa.
- Tava zoando, cara, relaxa.
Bomba bebeu do seu corpo.
- E você, não tá querendo ninguém?
- O contrário - franzi o cenho - Ninguém que tá me querendo.
Thiago riu, dando um gole na bebida. Neguei com a cabeça, voltando o olhar para Nando ao longe.