Capítulo 16

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RAFAELLA

Acordei na manhã seguinte, ouvindo as vozes vindo de fora. Peguei meu telefone celular e me assustei com as horas. Nove e quinze. Olhei para o lado, enquanto me espreguiçava, e não vi Gizelly. Então despertei melhor, sentei na cama e procurei pela minha blusa do conjunto baby doll. Dormi sem ela por conta das massagens que recebi, e que por sinal, me relaxou inteira. Quando achei, vesti, levantei e fui em direção ao banheiro.

Sempre que há julgamento, no dia seguinte é folga para os promotores em ação. Hoje é dia de doutora Manoela e eu ficarmos em casa. E eu me programei para o dia de hoje. Diferente de sempre, a qual costumo acordar mais tarde e enrolar na cama, hoje separei o dia para me cuidar. A começar pelo salão de beleza logo após o almoço.

Terminei de fazer minha higiene e saí do quarto. Já estavam todos na mesa, inclusive a babá.

- Bom dia!- Chamei atenção de todos e eles me encararam, devolvendo o cumprimento.

- Dormiu muito em...- Lucca zombou.

- Igual você, irmão.- Dessa vez foi Alícia.

- Ainda não dormi tudo que eu precisava.- Brinquei de volta e me sentei ao lado da caçula, que ficou entre Gizelly e eu.

- Tem café fresquinho que a Gigi fez.- Madalena me ofereceu.

- Acho que vou nesse mesmo, preciso despertar.- Me servi de um pouco e encarei Gizelly, enquanto Madá e Gringa conversavam entre si. - Não vai ao escritório hoje?- Perguntei curiosa, estranhando ela ainda de pijama, quase às dez da manhã.

- Vou depois do almoço.-

- Não quer ficar em casa comigo?-

- Quero muito, mas preciso trabalhar em cima da minha defesa de amanhã. Não consegui fazer nada ontem.-

Meu coração apertou, ao lembrar dela trancada naquela cela por quase duas horas. E ela só queria defender sua cliente. Ergui meu braço e passei por trás de nossa filha, alcançando sua nuca exposta pelo coque, e fiz um carinho ali.

- Vou ao salão de beleza essa tarde, fazer as unhas e o cabelo para o fim de semana. Amanhã meu voo é às onze, só tenho hoje pra me cuidar.-

- Tudo bem! Vai comprar alguma coisa?-

- Vou atrás de um vestido depois, pra usar no leilão sábado. E talvez algumas coisinhas para as confraternizações.-

- Você disse que não ia participar, mudou de ideia?-

- Conversei com a doutora Manoela ontem e ela me convenceu.-

Trouxe meu braço de volta pra mesa e comecei a comer.

- Manda o valor total das compras para mim, eu dou à você.-

- Meu bem, não precisa.-

- Eu quero! Pode mandar. Ver mais algumas coisas e compra também, se interessar.-

- Vou ver então.-

Não demorou muito e Gringa levantou da mesa, chamando as crianças. Era hora da lição de casa. Eu disse pra ela ficar a vontade e seguir a rotina com eles. Para fingir que eu não estou por ali. Assim ela sempre fica mais confortável em minhas folgas. Eles se foram e Madá também saiu da mesa. Gizelly continuou, mesmo tendo terminado, me fazendo companhia. Um tempo depois terminei meu desjejum e levantamos. Agora conversávamos sobre o julgamento de ontem, enquanto desfazemos a mesa, e eu contava resumidamente como tudo ocorreu naquele tribunal.

- Teve sorte mesmo da juíza não ter prorrogado as sessões.- Ela disse, quando terminei meu resumo.

- Nossa, eu não estaria em casa hoje. E nem no final de semana... Imagina a exaustão.-

Minha Promotora 2Onde histórias criam vida. Descubra agora