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Mᴇ ʜᴇ ᴍᴇᴀ ʟᴀ̄ ʜᴇ ᴋᴜ̄ᴋᴜ̄ ɪ ᴋᴀ ᴍᴏᴇ⠀﹙𝓢 . 𝓯 : 𝗉𝖺𝗋𝖾𝖼𝖾 ⠀⠀𝗾𝘂𝗲⠀ ⠀ 𝘁𝗲𝗺⠀⠀ 𝖾𝗌𝗉𝗂𝗇𝗁𝗈𝗌⠀⠀ 𝗇𝖺 𝗰𝗮𝗺𝗮⠀⠀ 𝒥𝚘𝚛𝚐𝚎 & ℳ𝚊𝚝𝚎𝚞𝚜
⠀⠀⛱️ :: ambientação de Alagoas, pouco sotaque, história pequena, um leve/grande angst (eu não sei medir), pouca citação de música, mais uma história lírica do que romântica, etc. espero que gostem!
⠀⠀pedido : IsadoraMouraDoria⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀O céu de Penedo, com suas cores escurecidas ao cair da tarde, era testemunha de uma história entre aspas romântica que estava prestes a terminar.
Na varanda da casa colonial, Riku olhava para o rio São Francisco, o Velho Chico, que seguia seu curso sereno. Ele segurava um cigarro aceso entre os dedos, enquanto o cinzeiro, sobre a mesa de madeira, já transbordava de cinzas e bitucas. O que ocorria era dele talvez ter um piripaque depois de tantos cigarros fumados, ali, na sacada.
Mas, desde que Yanna havia partido, a casa parecia maior e muito mais vazia. O colchão que antes compartilhavam, agora parecia um campo de espinhos. Toda vez que tentava descansar, não conseguia, tinha que se levantar.
Cada noite era uma batalha perdida contra a saudade e cada madrugada roubava dele o que restava de paz. O cheiro dela ainda estava no travesseiro ao lado, mas o espaço vazio era um lembrete cruel de que ela tinha escolhido outro alguém.
── Que besteira... ── murmurou para si mesmo, tragando mais um cigarro enquanto o vento da beira do rio bagunçava seus cabelos, aqueles cabelos pretos que ela acariciava.
Riku já tinha passado dias e mais dias se remoendo e revirando as memórias. Lembrava das tardes ensolaradas com ela no mercado, comprando frutas e doces típicos. Dos passeios de barco pelo São Francisco, onde ela ria tão leve que parecia flutuar junto às águas. Lembrava-se também das noites de forró, quando seus corpos dançavam em sintonia, como se fossem feitos um para o outro, mas também lembrava dos beijos e das juras de amor, que era algo ainda surreal. Ter aquela mulher em seus braços.
Era surreal, porque agora, ela estava com outro.
Tiveram uma despedida, mas, Riku nunca soube que seria a última noite ao lado de sua amada, porque se soubesse, tinha tentado.
Com um suspiro pesado, ele levantou-se e voltou para dentro da casa. Em cima da mesa, o bilhete de embarque estava lá, como um ponto final em uma carta que ele não queria escrever. O avião das nove o levaria embora, longe de Yanna e das lembranças que o sufocavam.
O relógio marcava seis e meia da noite quando o rapaz saiu. Ele caminhava devagar pelas ruas de paralelepípedo da cidade. Os casarões históricos e as igrejas antigas pareciam tão imutáveis quanto sua dor. O vento trazia o cheiro do rio misturado ao perfume das flores que decoravam as janelas das casas, mas estranhamente aquele cheiro lhe remetia sua antiga amada.
No pequeno bar da esquina, parou para um último gole de cachaça. O dono, seu Zezinho, que o conhecia desde menino, o olhou com um misto de pena e curiosidade.
── Vai mesmo, Riku? ── perguntou, enquanto lhe servia a bebida.
── Vou sim, seu Zezinho. Não tem mais nada pra mim aqui.
O velho balançou a cabeça, compreensivo.
── Nem tudo que o rio leva, traz de volta. Mas ele nunca deixa de seguir em frente. Talvez tu precise aprender com ele. ── comentou, sorridente. Velhos e seus enigmas, era sempre assim.
O rapaz deu um sorriso triste, tomou a cachaça e deixou o dinheiro no balcão antes de sair.
Chegando ao cais, decidiu que precisava ver o rio mais uma vez antes de partir. Sentou-se na beira e jogou uma pedra na água, como fazia quando era criança. Ficou ali, perdido nos próprios pensamentos, até que o sino da igreja anunciou que era hora de ir.
No aeroporto, Riku então esperava pelo embarque, observando os casais que chegavam e partiam. Cada sorriso, cada abraço de despedida era uma faca cravada em seu peito.
Pouco antes de entrar no avião, viu Yanna, sua antiga amada. Ela estava do outro lado do salão, rindo com o novo namorado. Era um sorriso que ele conhecia bem, mas que agora pertencia a outro. O coração dele se apertou, mas seguiu em frente. Não podia mais se permitir ficar parado.
No assento da janela, já no avião, Riku olhou para baixo enquanto a cidade diminuía e desaparecia sob as nuvens. Lágrimas escorriam silenciosamente, mas ele nem tentou contê-las. Sabia que a dor fazia parte do processo, que os espinhos da vida às vezes nos fazem lembrar de quanto somos humanos.
Ao longe, o rio ainda serpenteava em direção ao mar, indiferente à sua partida. Riku jurou para si mesmo que, assim como o Velho Chico, ele também seguiria em frente. Mesmo que o caminho fosse difícil, ele precisava continuar.
E assim, o avião desapareceu no horizonte, levando consigo um homem que, entre lágrimas e a dor, estava pronto para recomeçar.
Por mais que sua antiga amada não fosse sair tão fácil de sua memória.
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⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀e, por favorzinho, não esqueçam daquela ⭐ para ajudar o autor, que mesmo não parecendo, ajuda muuuuuuito!!!
até à próxima!
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⠀⠀⠀⋕..⠀ 𓄼 brazuca e suas peças.. livro de imagines
Fanfiction⠀⠀ものがたり / 𝟣𝟤.𝟢𝟩.𝟤𝟦 / 𝓞𝘯𝘦𝓢𝘩𝘰𝘵𝘴 algumas histórias baseadas em músicas 𝗯𝗿𝗮𝘀𝗶𝗹𝗲𝗶𝗿𝗮𝘀 e algumas convivências alheias. brazuca e suas peças é um livro de imagines, onde alguns grupos ou artistas são colocados em nosso país e dança...