Para onde vamos!

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Dylan

O silêncio do quarto era opressor, quebrado apenas pelo som ritmado do monitor cardíaco. As paredes de pedra do castelo, que sempre pareciam intransponíveis, agora pareciam mais frias e sufocantes do que nunca. Ela estava ali, deitada, pálida e imóvel, como se tivesse sido esculpida em mármore. Mas não era a fragilidade que me perturbava. Era o que ela havia feito.

Hades havia se jogado na linha de fogo por mim. Uma mulher que eu mal conhecia, que tinha todo o direito de me odiar pelo caos em que sua vida havia se transformado, escolheu arriscar tudo para salvar minha vida. Por quê?

Estávamos sob ataque. O cerco de Petrovik foi devastador. Ele sabia onde atacar, sabia como desmontar cada um dos nossos pontos de defesa, como se tivesse esperado anos por aquele momento. E provavelmente esperou. Perdemos muitos homens antes de conseguirmos conter o avanço. No final, conseguimos empurrar os desgraçados para fora dos portões, mas Petrovik escapou. Como sempre. Ele era como uma sombra. E sombras não sangram.

O castelo estava um caos. Corpos espalhados, sangue manchando os corredores que antes eu considerava seguros. Mas nada disso importava. Não mais.

Eu tinha Hades no meu colo, inconsciente, o sangue dela escorrendo pelos meus dedos. Ela estava tão quieta que por um momento achei que tivesse ido embora. Só o som fraco da respiração dela me segurava. Não sei como cheguei até o médico, não me lembro de nada além de gritar por ajuda.

Agora, dois dias se passaram. Estou aqui, sentado ao lado dela, enquanto o resto do castelo é reconstruído. Meus homens dizem que devo descansar, que preciso pensar em um plano para rastrear Petrovik. Mas como posso sair daqui?

Quando finalmente consegui um momento para respirar, tomei o telefone em mãos. A conexão direta com Ryan estava marcada com um único toque. Não era um número qualquer. Era a linha que me ligava ao meu irmão mais velho, que não apenas sobrevivera, mas florescera como uma força implacável na Itália. Ryan Greyson não era um homem nas sombras; ele era o rei absoluto da máfia italiana o REI DE COPAS!

- Dylan? - A voz dele soa firme do outro lado, mas percebo uma ponta de preocupação. - O que aconteceu?

- Petrovik. Ele atacou o castelo... tivemos perdas. - Minha voz falha. Odeio isso. Não deveria soar assim, tão... vulnerável.

Do outro lado da linha, houve um silêncio que soava mais ameaçador do que qualquer explosão.

- E ele escapou?

- Escapou. - Admitir isso me irritava mais do que qualquer coisa.

Ryan soltou uma risada seca, mas havia fogo nela.

- Deixe-me adivinhar. Ele tentou te matar.

- Tentou. Quase conseguiu. - Fechei os olhos, sentindo a lembrança daquele momento como uma faca em minha mente.

- E você? Está bem?

- Estou . Mas Hades a filha do Dedrov... Ela... - Engulo seco, a palavra parece pesada demais para sair. - Ela salvou minha vida, Ryan. Se colocou na frente de uma maldita bala.

Há um silêncio do outro lado. Ryan, sempre tão rápido com respostas, parece sem palavras.

- Essa mulher... Hades... . Não consigo decidir se é corajosa ou insana.

- Talvez seja os dois. Mas ela está... - Engoli em seco. - Ainda está desacordada. Não sei se vai acordar.

- Ela vai ficar bem.- ele afirma finalmente.

Olho para ela. Para os tubos, para a palidez que consome o rosto antes vibrante. Quero mentir, quero dizer que sim, que ela vai acordar, que vai abrir os olhos e insistir que não deveria me preocupar.

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⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

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Os medos de Dylan - Livro DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora