𝐧𝐢𝐜𝐡𝐨𝐥𝐚𝐬 𝐜𝐡𝐚𝐯𝐞𝐳 - 𝙞𝙢𝙖𝙜𝙞𝙣𝙚𝙨 / 𝙤𝙣𝙚𝙨𝙝𝙤𝙩𝙨

𝐍𝐈𝐂𝐇𝐎𝐋𝐀𝐒 𝐀. 𝐂𝐇𝐀𝐕𝐄𝐙

"Duvide que as estrelas sejam fogo,
Duvide que o sol se mova,
Duvide da verdade, mas nunca duvide do meu amor." - William Shakespeare

Seu sonho de ser atriz sempre foi o pesadelo dos seus pais. Eles não conseguiam entender como alguém vindo de uma família humilde poderia se atrever a sonhar tão alto. Mas você, ainda menina, acreditava no poder dos sonhos. Acreditava que eles eram uma bússola, guiando você para algo maior.

Quando Nicholas Chavez apareceu em sua vida, ele trouxe ainda mais combustível para essa chama. Ele também queria ser ator, e vocês compartilhavam o mesmo desejo com uma intensidade que parecia ir além de qualquer obstáculo. Para ele, o caminho foi mais fácil. O talento inegável e o carisma que ele irradiava abriram portas rapidamente. Mas você nunca sentiu inveja. Pelo contrário, orgulhava-se de vê-lo crescer, de estar ao lado dele em cada passo da jornada.

Com o tempo, seu sonho de atuar deu lugar a uma nova paixão: a direção. Assistir Ryan Murphy comandando os sets, organizando cenas, guiando os atores, despertou algo em você que nem sabia que existia. A ideia de estar por trás das câmeras, controlando o caos criativo de um set, fazia seus olhos brilharem. E Nicholas, como sempre, foi o namorado perfeito. Ele incentivou sua nova paixão, até pedindo a Ryan que deixasse você acompanhar mais gravações, permitindo que estudasse o processo de perto. Foi um dos gestos mais românticos que ele já fez, e você amou ainda mais por isso.

Mas agora, sentada no chão do quarto, o rosto molhado de lágrimas e o coração em pedaços, você se perguntava onde foi que tudo começou a desmoronar.

Nicholas estava cada vez mais distante. O príncipe jovem de Hollywood, como a mídia o chamava, parecia cada vez menos presente no relacionamento que vocês construíram com tanto carinho. Nos últimos dias, a distância emocional entre vocês cresceu tanto que parecia insuportável. E a briga que vocês tiveram naquela noite foi o ápice.

A discussão foi por ciúmes, algo que você nunca quis alimentar, mas que tomou conta de você quando viu uma foto de Nicholas sorrindo ao lado de uma colega de trabalho em um evento. Não era a foto em si, mas o acúmulo de mensagens ignoradas, de telefonemas apressados, de noites em que ele chegava tarde demais. Era como se você estivesse desaparecendo do mundo dele.

Agora, o som das suas lágrimas preenchia o quarto. Estava tudo escuro, exceto pela luz fraca do abajur, que lançava sombras nas paredes. Você apertava os joelhos contra o peito, tentando se agarrar a si mesma, como se isso fosse suficiente para evitar que você se quebrasse ainda mais.

Do lado de fora, você ouviu passos. Nicholas.

Ele parou na porta, e por um momento, houve apenas silêncio. Então, ele bateu levemente.

"Amor... deixa eu entrar," ele pediu, a voz baixa, hesitante.

"Vai embora, Nicholas," você respondeu, tentando soar firme, mas a voz saiu fraca, traída pelo nó na sua garganta.

"Eu não vou. Não até a gente conversar."

"Eu não quero conversar."

"Por favor." Ele suspirou, e você pôde ouvi-lo encostar a testa na porta. "Eu sei que errei. Sei que te magoei. Mas, por favor, me deixa entrar. Me deixa consertar isso."

Você ficou em silêncio, o coração dividido entre o desejo de continuar afastada e a vontade de ouvir o que ele tinha a dizer. Lentamente, você se levantou, os passos pesados, e destrancou a porta.

Nicholas entrou, o rosto carregando a mesma tristeza que você sentia. Ele fechou a porta atrás de si e ficou parado por um momento, como se estivesse tentando encontrar as palavras certas.