No Reino das Sombras, o ar estava pesado, carregado de tensão. Os demônios se reuniam ao redor das fogueiras ancestrais, preparando-se para o que acreditavam ser uma batalha inevitável. Os murmúrios corriam entre os guerreiros, enquanto San, ao lado de Wooyoung, observava a movimentação com preocupação.
Hongjoong, de pé sobre uma rocha elevada, olhava fixamente para a multidão. Seus olhos, iluminados pela chama do Olhar dos Eternos, refletiam determinação. Sua voz ecoou poderosa, cortando o silêncio.
- Escutai, irmãos das sombras! O tempo da paz forçada chegou ao fim. Os humanos avançam sobre nossas terras, guiados pela ignorância e pela sede de poder. Mas não cedereis! Não permitiremos que profanem nosso lar com suas lâminas e medos infundados. Preparai-vos para a batalha, mas com sabedoria. Não buscamos destruição, mas proteção!
Um dos anciões se adiantou, apoiando-se em seu cajado adornado com runas antigas.
- Os humanos são teimosos e cegos ao que não compreendem. Porém, há aqueles entre nós que acreditam na convivência. E a profecia do Olhar dos Eternos já previu a chegada de alguém capaz de unir as raças. Talvez esta seja nossa única chance de reescrever a história.
San, observando o jovem Wooyoung, percebeu o olhar assustado do rapaz, que parecia não encontrar seu lugar naquele conflito iminente.
- Meu senhor, que faremos com os inocentes que estão entre nós? Wooyoung é humano, mas não é inimigo. Ele não merece ser tragado pelas chamas da guerra.
Hongjoong fixou seus olhos em Wooyoung, como se buscasse respostas nas profundezas de sua alma.
- Wooyoung será protegido. Ele carrega o coração puro que poucos humanos possuem. San, levaste-o sob tua proteção, e eu confio em ti. Leva-o para as cavernas de Eryndor. Lá, nenhum humano ousará entrar, e ele estará seguro.
Wooyoung, de olhos marejados, aproximou-se hesitante.
- Não desejo ser um fardo, mas também não posso voltar. Deixei para trás um lar destruído... não quero perder mais nada.
San segurou-lhe a mão com firmeza.
- Não és um fardo. És a luz que nos lembra que há esperança, mesmo em meio às trevas. Vem, vou te levar.
Hongjoong assentiu, mas antes que San e Wooyoung partissem, virou-se para a multidão uma última vez.
- Que os guardiões ancestrais nos guiem nesta noite sombria. Lembrai-vos, a força dos demônios não está apenas em suas garras ou feitiços, mas na união que mantemos. Protegei os inocentes, mas defendei nosso lar com tudo que tiverdes!
Os demônios rugiram em concordância, preparando-se para o que estava por vir, enquanto San e Wooyoung desapareciam nas sombras, rumo ao refúgio seguro. A guerra se aproximava, mas a esperança também florescia em meio às trevas.
As sombras das torres do Reino de Eryndor projetavam-se sobre as planícies, enquanto San e Wooyoung avançavam pelo caminho estreito que levava às cavernas protegidas. A escuridão envolvia a trilha, mas o brilho suave das runas antigas nas paredes os guiava.
San mantinha a mão firme sobre a espada em sua cintura, seus sentidos aguçados a cada movimento ao redor. Wooyoung, ao seu lado, estava visivelmente tenso, seus olhos inquietos percorrendo o ambiente.
- Não tema, Wooyoung. Estas terras são protegidas pelos espíritos ancestrais. Nenhum inimigo poderá nos alcançar aqui.
Wooyoung assentiu, mas sua voz trêmula quebrou o silêncio.
- San, por que Hongjoong confia tanto em ti? Não apenas como guerreiro, mas como protetor de alguém como eu?
San parou, virando-se para encarar Wooyoung. Sua expressão suavizou-se, e por um momento, ele pareceu vulnerável.
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𝔒 ℜ𝔢𝔦𝔫𝔬 𝔡𝔬𝔰 𝔇𝔢𝔪ô𝔫𝔦𝔬𝔰
FanfictionEm um reino dividido entre humanos e demônios, a linhagem real governa com mão de ferro, mantendo uma frágil paz entre os dois povos. No entanto, quando o príncipe herdeiro, um jovem destemido e idealista, cruza o caminho de um belo e enigmático dem...
