A Caverna.

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A Caverna

Bem, como havia dito: minha história não tem um início, isso é porque eu não lembro como ela começou.

Lembro-me apenas de estar sentado em minha cama vendo a chuva cair pela janela e meu irmão: Josh, como sempre estava falando besteiras que de algum modo me faziam rir enquanto isso Margareth a minha outra irmã, estava pedindo um pônei de Natal, mas o problema é que ainda estávamos em janeiro.

-Crianças! A janta está na mesa - Avisou minha mãe educadamente.

Todos calaram a boca. Quando minha mãe falava alguma coisa era tipo uma ordem, porém eu conseguia driblar essa ordem quase sempre. Estava completamente sem fome após o angustiante dia que tive e ela não iria me obrigar a jantar, pelo menos era o que eu pensava.
Todos foram jantar e eu permaneci na minha cama, me deitei e fui tentar dormi quando de repente ela veio caminhando sorrateiramente pelo corredor, era fácil saber quando era ela que estava andando pela casa, algo comum estre nós dois é que ambos sofremos de insônia mas a diferença é que eu tenho que ficar deitado mesmo sem sono, porém ela ficava a noite toda andando pela casa.

-Mocinho, você não almoçou hoje e se você comer um pouco do meu macarrão cremoso? - perguntou minha mãe.

Eu não podia lhe dizer não, era o macarrão cremoso que minha avó fazia desde quando era pequeno e depois de muitas e muitas tentativas frustradas minha mãe também aprendeu, simplesmente era uma receita de família que eu adorava. Me levantei e fui até a sala de jantar, Steven o marido de minha mãe já estava sentado em uma das cadeiras em frente à mesa.

-Pai, corta a carne para mim ? - Disse Josh com seu jeitinho fofo de ser.
-Claro filho. - Disse meu padrasto.

Todos sentamos para jantar, mas eu continuava sem apetite e o macarrão cremoso não estava ajudando em nada, apesar de minha mãe sempre se esforçar o seu macarrão não ficava tão bom e o da minha avó e o dela permanecia sendo o melhor.

-Algum problema na escola filho? - Perguntou Steven.

Todos olharam para mim como se esperassem a resposta, claro que não iria falar a verdade.

-Não houve nada. - Respondi educadamente.

-Teve sim ! - Disse Josh se intrometendo no assunto.

Olhei com uma cara ameaçadora para Josh, a cara que sempre usava quando ele estava preste a falar algo que não devia.

-O que Josh ? - Perguntou minha mãe aparentemente preocupada.
-Nada não mãe. Respondeu Josh.

Sim, Josh não estava mentindo havia acontecido algo, ele tem apenas oito anos de idade porem é muito esperto para a idade que tem, mas mesmo assim continua sendo da mesma maneira muito inocente. Estudamos na mesma escola, não sou o tipo de garoto "popular" e ter um irmão mais novo na cola não ajuda muito, mas mesmo assim gosto muito dele e o considero como um irmão de sangue, porém nem sempre posso falar o mesmo sobre sua companhia.

Acabou o jantar, fomos para o nosso quarto.

-Josh, você não pode falar, você prometeu.

Relembrei ele sobre nosso acordo que havíamos feito, ele não contaria sobre o meu dia desagradável e eu não contaria para nossa mãe que ele havia trocado o lanche por jujubas.

-Mas você está tão tristinho, e eu não gosto de te ver assim. - observou Josh.
-Ei, ei não importa, seu pai e minha mãe não podem me ajudar com um coração partido.

-Porque você não fala "nossos pais"? É tão mais fácil.

-Porque é minha mãe e seu pai.

Aponte para o Desconhecido: O Duelo das Espadas Vermelhas. (Em Breve Trailer)Onde histórias criam vida. Descubra agora