Coicidências

CAPÍTULO II

3. Um sonho

Guilherme, um jovem rapaz que, apesar de morar no sítio com seus pais e se dedicar aos trabalhos árduos da vida no campo, sonhava em um dia poder se mudar dali, pois não previa um futuro pra si naquele lugar. Aos vinte e cinco anos, cursou a escola primária em um colégio na zona rural de Passa vinte, onde sempre viveu com os pais. Após terminar os estudos, dedicou-se em cuidar do sítio de seus pais.
Levavam uma vida um pouco sofrida, embora tivessem algumas vacas, galinhas, porcos e uma lagoa onde criavam peixes, e destes tiravam o sustento da casa.
Aos domingos, Guilherme e seu pai recolhiam os ovos, leite,queijo e os peixes e iam para a cidade onde havia uma feira de produtos do campo por nome Feira da Roça. Ali Guilherme sempre encontrava os amigos onde conversavam e, quando fechavam a barraca, permanecia até anoitecer curtindo um forró.
Havia poucas jovens na cidade que pudessem chamar atenção, a não ser Manuella, a filha do Sr. Francisco, um comerciante da cidade que tinha fama de colocar medo em quem chegasse perto de sua filha. Com uma beleza deslumbrante, ela sempre estava ao lado do pai e não havia quem chegasse perto, bem que Guilherme já havia tentado. Seus pais eram amigos de infância e, mesmo com esse prodígio ainda era impossível que um dia eles pudessem se falar. Como era filha única, Sr. Francisco não abria mão de deixar sua filha sozinha com um rapaz.
Guilherme se lembra que, quando criança havia estudado com Manu, como ele mesmo a chamava. Quando Manuella foi para a quinta série, teve de mudar de colégio. Foi para a casa da avó, que morava em Angra dos Reis no litoral do estado do Rio de janeiro. O tempo passou e só voltaram a se ver quando ela retornou após ter terminado aos estudos.
Hoje apenas se olham, nada mais que isso, mas de vez em quando um sorriso enfeitam seus rostos.