Capítulo XI : imprevisto

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Mya

Na hora do almoço de hoje na escola uma garoto começou a gritar palavras de revolução no meio de todo mundo e foi detido por guardas. Agora sei que é melhor eu e Brandon ficarmos bem quietinhos nos nossos cantos. Quem sabe o que pode acontecer se nos pegarem dizendo uma coisa daquelas? Eu, pelo menos não arriscaria.

Às 17:30 eu vou me encontar com Brandon e Sophia na casa dela pata fezermos nossos trabalhos e então explicar a ela o que está havendo. Será que eu deveria contar a eles sobre o que aconteceu com Melissa ontem? Da crise de choros dela? Acho que é melhor não contar por enquanto.

Quando minha guardiã e tutora chega em casa um pouco atrasada, digo a ela sobre o menino de hoje na escola. Ela fica esquisita por um tempinho, mas então diz:

_É disso que eu estava falando, Mya. Você entende porque você tem que fingir que não sabe nada sobre isso? Você entende que eu digo isso pro seu bem?

_ Sim, agora eu entendo. Você tinha razão, Melissa.

_ Ainda bem._ Diz ela e sai para varrer a calçada que está cheia de folhas. Corro até ela pra dizer que vou a casa de Sophia hoje fazer um trabalho, mas não falo nada de que eu vou sair espalhando a noticia da propaganda pra não preocupa-la.

***

São mais ou menos 15:00 e eu não tenho nada pra fazer, por isso ligo a TV. Está passando um programa de culinária chato, mas que Melissa adora, portanto chamo ela pra assistir. Ela se senta no sofá e pede pra mim limpar o chão da cozinha por ela um pouquinho. Como eu não gosto do programa faço o que ela mandou.

Da cozinha, passando um pano no chão ouço o grito de Melissa e corro pra sala. Não há nada lá, porquê ela gritou? Então me dou conta do que é. Outra propaganda anti-Nova América. Não sei o porquê, mas Melissa tem pavor de tudo ligado a esse tipo de coisa.

Sento ao lado de minha guardiã e a abraço para acalma-la, mas não tiro os olhos da TV. A tela mostra uma típica cidade da Nova América, separada em quatro seções. Depois a imagem troca para pessoas na rua enfrentando policiais e guardas e embaixo de tudo pequenas letras mostram os nomes de algumas cidades.

_Essas é a nossa revolução, povo da Nova América. Sigam o exemplo dessas pessoas e venham para liberdade. Lutem por isso._ Diz aquela mesma voz da ultima vez. Sinto Melissa se contorcer em meus braços e a abraço mais, mas não adianta, ela está chorando freneticamente agora._ 21 cidades foram tomadas pelos rebeldes da América do Norte. Logo poderá ser a sua cidade. Estejam preparados.

As imagens agora moram cenas de enfrentamento de policiais e populares. A principio os policiais estão vencendo, mas então alguns soldados rebeldes chegam para ajudar. Parece uma guerra. Há pessoas feridas e mortas por todos os lugares, na calçada, na rua. Não apenas cidadãos, mas também policiais, guardas, soldados.

Não há muitas pessoas vivas quando tudo termina, porém os rebeldes venceram. A cidade está destruída e em alguns lugares existem focos de incêndio, casas totalmente destruídas, prédios caídos e em toda parte corpos sem vida. A tela novamente mostra a bandeira da Nova América queimando e dando lugar a uma outra com um leão e uma águia vermelhos. Algumas palavras de incentivo são ditas e então tudo fica preto.

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