Capítulo IXX : mais funcionários

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Mya

Já estava decidido, eu iria sair deste lugar ainda hoje.

Brandon, Sophia e eu tivemos uma pequena briga por causa disso, mas está tudo acertado. Resolvi minhas diferenças com eles e eles entenderam meu ponto de vista, pelo menos eu acho que entenderam.

Esses dois sempre se preocupam demais comigo. Eu já disse a eles que sei me cuidar, mas eles não largam do meu pé. Ainda mais agora que eu estou indo embora pra provavelmente nunca mais voltar. E eu entendo a preocupação deles. Se fosse com um deles ao invés de mim, eu ficaria do mesmo jeito, mas eles têm que aceitar.

_ Bom, agora que já decidimos que eu tenho que ir, é só esperar pelas 20:00 para eu ir pra casa de Nancy e fugir, finalmente.

_ Mya, eu,... Eu só queria dizer que você vai fazer muita falta, tá?_Diz Sophia._ Vamos sentir muitas saudades de você._Ela começa a chorar e me abraça muito forte. Eu a abraço também e começo a chorar de emoção. É estranho pensar em minha vida sem meus dois melhores amigos.

_ É, e eu queria dizer que, apesar de tudo, apesar da distância, apesar do tempo, eu ainda vou te amar. Sempre.

Brandon vem até mim e se junta ao abraço meu e de Sophia. Agora estamos todos entrelaçados, com lagrimas nos olhos e um aperto nos corações, mas estamos juntos, de um modo impossível de acontecer de novo. Sophia se solta de meus braços e Brandon aproveita para me beijar.

O beijo dele é algo quase inexplicável. É doce e ao mesmo tempo cheio de amargura. É firme, mas posso sentir o medo e a ansiedade dele. É como se fosse o primeiro e o último beijo que damos nas nossas vidas, mas apesar de tudo, é maravilhoso ter essa sensação de novo.

Nos desprendemos um do outro e ficamos livres e ofegantes. Sophia aparece de algum lugar com os olhos vermelhos e me beija na bochecha, carinhosamente.

_ Eu amos vocês. E espero que compreendam que isso é tão difícil pra mim quanto pra vocês. Eu não queria partir desse jeito, mas é preciso para a minha segurança e a de vocês. É ruim para mim ter que fugir com a ideia de nunca mais vê-los, e eu sei que é ruim para vocês também, mas eu não tenho escolha.

_ Espera aí,_ Fala Sophia e e sai da sala para seu quarto._ Eu tenho uma coisa pra você._ Grita ela do quarto e volta as pressas com uma embrulho na mão._ Aqui, abra.

Pego o embrulho de papel e o abro com cuidado. Dentro dele há uma pequena caixa de madeira pintada de branco com ornamentos em forma de flores. Forço a fechadura e ela se abre um tempo depois.

Dentro da caixinha há alguns pedaços de pano, seda suponho, e entre os panos um lindo colar dourado. Olho para Sophia e ela explica:

_ Era da minha tutora. Ela me deu a alguns anos. Ela disse que era da avó dela, e que antes desse sistema ser adotado, ela passou esse colar de geração em geração até chegar a minha tutora._Sophia pega o colar da minha mão e o abre. Não era um colar, e sim um medalhão. Sophia mostra duas fotos dentro da jóia. Uma das fotos é dela, a outra de uma mulher muito bonita que eu não conheço.

_ Quem é essa?_ Pergunto, curiosa.

_ É a mãe da minha tutora, pelo menos é o que ela disse. E olhe bem. É de ouro puro. Deve valer uma fortuna. E agora é seu.

_ O que? Não, Sophia. Não posso aceitar isso.

_ Por que não?

_ Está na sua familia a gerações e, como você mesma disse, deve valer uma fortuna.

_ E é por isso que eu estou te dando ele. Agora você é da minha família.

_ Muito obrigada, Sophia._ Digo abraçando-a._ Significa muito pra mim.

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