Mya
Depois da conversa com a diretora nem sei mais o que fazer. Tudo parece tão confuso na minha mente, como se eu estivesse num sonho maluco.
O portão da escola está aberto. Passo por ele e automaticamente vou em direção a minha casa. Mas tem alguma coisa diferente no ar. Não sei como, mas sinto que está vai ser a última vez que eu vou fazer essa trajetória para casa. Olho para tudo com carinho, tentando absorver o maximo de informações e imagens que eu conseguir sobre essas ruas, essas calcadas e essas casas.
Lá está minha residência. Uma casa média e branca. Branca como a neve quando se mistura com a terra e fica com um tom meio sujo. Essa casa já deve ter abrigado quantas pessoas antes de mim? Quantas historias se passaram nela?
Tiro do bolso da calça a chave e entro no lugar. A atmosfera aqui é a mesma que lá fora. Com pesar no coração me despeço da casa, visitando cada cômodo uma última vez antes de partir.
Antes de sair arrumo minhas malas com roupas e pertences pessoais. Tudo o que eu preciso está aqui, nessa bolsa. O resto ficará para trás para sempre, assim como a escola, meus amigos, meu tutor... MEU TUTOR. O quê ele vai pensar quando chegar aqui e não houver ninguém em casa? Qual será sua reação quando assimilar isso com a visão de minha espionagem? O que vai deduzir disso?
Bom, não importa. Quando chegar eu vou estar bem longe. Longe o bastante para que nada me aconteça. Mas e os seus amigos? E se o seu erro for descontado neles? E Melissa? Como ficam essas pessoas?
Droga, não tinha pensado nisso. Como vou proteger as pessoas que amo estando longe delas? Como vou ter a certeza de que elas estão seguras?
Tenho que dar um jeito nisso. Tenho que dar um jeito de não levantar suspeitas para nenhum deles. Mas como? Se o tutor deduzir que eu fugi, provavelmente ja vai saber o porquê e meus amigos correrão risco caso ele conte alguma coisa a alguém.
Já sei. Só o que eu tenho a fazer é fazer com que ele fique de bico calado. Vou escrever uma carta dizendo o quão importante é para mim que ele permaneça mudo quanto a esses assuntos.
Corro ao meu quarto e pego um papel e uma canetra. Com as mãos trêmulas, escrevo:
Caro Marcos.
Isso que estou a escrever para ti é de extrema importância. Ninguém além de você pode ler esta carta, por isso a deixarei em seu quarda-roupa, o dos tutores.
Quando achar essa carta, você deve ler ela o mais rápido possível e depois queima-la, por que não quero que haja nenhuma prova de que esse pedaço de papel jamais existiu.
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CONFUSION
Science FictionNum futuro onde as pessoas não tem liberdade de escolhas e são exploradas pela Capital que as governa surgirá alguém que pode mudar tudo. A verdade será descoberta, segredos serão revelados e mistérios serão desvendados. A capital terá de lutar cont...