Blue era apenas uma jovem cheia de sonhos até ser forçada a se casar com Matt Smith, o herdeiro de uma poderosa família mafiosa. Lançada em um casamento frio e distante, ela luta para preservar sua identidade em um ambiente controlado por regras e o...
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𝚀𝚞𝚊𝚗𝚝𝚒𝚍𝚊𝚍𝚎 𝚍𝚎 𝚙𝚊𝚕𝚊𝚟𝚛𝚊𝚜: 𝟺,𝟺𝟹𝟹 𝙲𝚊𝚙𝚒𝚝𝚞𝚕𝚘 𝟷𝟿
"Mas que merda?"
Essa é a primeira coisa que Matt pensa ao se afastar, apoiando as mãos na bancada atrás do corpo.
O que acaba de acontecer?
Ele a vê virando a porta da cozinha, o cabelo claro voando atrás dela, e Matt, em um impulso automático, se afasta da bancada, caminha até a porta e a vê sumir pelo corredor extenso. Ele fica paralisado ali, revendo cada palavra, cada movimento, como se pudesse encontrar algum detalhe que justificasse o olhar assustado dela, a voz carregada de medo e a súplica para que ele a soltasse.
Ele havia sido tão invasivo?
Matt passa a mão no cabelo. Ele não queria assustá-la. Ele nem sequer sabia mais o porquê havia ido atrás dela daquela forma, mas não era aquilo que ele queria: deixá-la tão apavorada. Ele dá uma risada com esse pensamento. Desde quando ele, Matt Smith, se importava tanto com isso? Desde quando a ideia de Blue ter medo dele causava esse desconforto?
Era só medo. Por que isso o afetava tanto? Matt era acostumado com olhares assim – o mundo era cruel, e ele fazia parte disso. Mas o dela... o dela parecia errado. Como se, por um momento, ele fosse o vilão da história.
Ele se apoia na porta, ainda olhando para o corredor, seu corpo exigindo que ele caminhasse, que fosse até ela, que batesse na sua porta, mas o que ele faria? Pedir desculpas? Ele não pedia desculpas, nunca. Desculpas não eram comuns em sua rotina, não no mundo que ele conhecia. Pedir desculpas era admitir fraqueza, e fraqueza era algo que ele não podia se permitir sentir.
Mas por que ele sente a necessidade sufocante de pedir desculpas?
Ele passa a mão no cabelo outra vez, parando a mão no rosto, suspirando. Blue é realmente um enigma, e Matt não sabe lidar com a falta de respostas que ela constantemente o obriga a enfrentar. O moreno põe as mãos nos bolsos da calça e dá meia volta, caminhando em direção ao seu quarto, lugar do qual ele nunca deveria ter saído, e se tranca ali, sozinho na companhia da sua própria solidão, com a mente constantemente ocupada pela loira e por seus lábios rosados.
Por alguns momentos, Matt se perde naquele pensamento. A forma como ela mordia os lábios sempre que ficava inquieta ou nervosa, como eles eram incrivelmente rosados e convidativos... Não, isso não. O moreno fecha os olhos, afastando aquela imagem da sua mente, lutando contra as ideias que aquelas lembranças lhe causam, da forma como seus corpos ficam próximos demais, ou como o perfume dela — Matt nunca prestava atenção em perfumes — mas havia muitas coisas que a loira o fazia fazer pela primeira vez. Notar seu perfume era um deles. Blue tinha um perfume que ficava impregnado em seus pensamentos, uma fragrância igual a ela, doce e gentil, com um toque fresco de flores. Não era invasivo, mas marcante, como ela. Era discreto, mas impossível de ignorar, e havia sido isso que o fizera ficar tão perto, aprisionado entre ele e a bancada, o maldito perfume. Mesmo ali, a metros de distância, ele ainda podia sentir o cheiro do perfume dela fresco em sua memória.