-Muito bem senhorita Katte, pode subir na carruagem.
-Tudo bem, já estou indo.
"Ao entrarmos na carruagem Rane olhou atentamente em meus olhos, parecia estar me testando vendo se eu dava alguma brecha, mais uma vez eu não consegui manter contato visual, me sinto incomodada por ele não parar de me encarar, mas eu farei de tudo pra não agir de forma estranha como às vezes faço, depois de tanto tempo de treino eu não tirei cometer esses erros como no passado."
-Então... Porque me encarando tanto? Acabará fazendo um buraco no meu rosto(sorrio).
-Não gostaria de explicar que meus motivos para ir com você não são tão superficiais como "puro orgulho" O príncipe não é apenas meu superior, mas também... Olha, eu não me importo se acha que é insolência da minha parte, mas ele é o mais próximo que eu tenho de um amigo e um irmão mais novo.
-E porquê está contando isso justamente pra mim? Eu não sou alguém que veio de fora a pouco tempo?
-Eu não sei, apenas senti que deveria falar isso pra você, se não se importar eu irei contar quando tudo começou.
-Por favor fique a vontade, tolo é aquele que não escuta as pessoas a sua volta.
* A muitas décadas atrás eu era uma criança feliz só eu e a minha mãe, éramos muito pobres mas não faltava amor em nossa casa, era uma casinha de madeira antiga, pequena mas confortável e aconchegante, ela fazia de tudo para que eu crescesse forte e saudável,
Nós brincávamos todos os dias, como se nunca tivéssemos sido tão felizes antes na vida, ela me amava e eu amava muito ela, em noites de frio e tempestades ela me colocava para dormir em sua cama e quando eu me machucava ela dava um beijo no machucado e fazia um curativo... eu faria de tudo pela minha mãe, eu daria o mundo pra ela se eu pudesse, de todas as pessoas desse mundo ela era a única que me amava e se importava comigo, meu pai era um homem ruim.ele fugiu quando eu ainda era um bebê então tudo o'que eu sei sobre ele é o'que ela me falava, ele fazia muitas dívidas de apostas e um dia ele simplesmente sumiu e nunca mais voltou, ela acha que provavelmente ele foi pego pra ser cobrado, mas nós nunca descobrimos a verdade nossa por mais que a ausência de um pai causasse problemas nós sempre achava-mos uma forma de resolver, como uma vez em que eu e minha mãe fomos abordados no mercado por alguns homens, minha mãe tinha uma beleza exuberante e eles sabiam muito bem disso, ela negou acompanhá-los mas a insistência deles em leva-la foi o pior, logicamente eu tentei impedi-los me pus na frente dela e olhei bem nos olhos dos homens falando que só levariam a minha mãe se me matassem primeiro, eles riram de mim como se deixassem da minha ingenuidade e fragilidade, nesse momento um amigo da minha mãe apareceu e afugentou os homens, só de pensar no quão fraco eu era e que não poderia fazer nada para impedi-los era frustrante...
*Apartir daí eu passei a "treinar" todos os dias eu fazia abdominais na frente de casa como se fosse mudar algumas coisa, pegava coisas pesadas sempre almententando a potência, eu não fazia ideia do que estava fazendo, só queria crescer o mais rápido possível pra ser útil pra única pessoa importante da minha vida, mas infelizmente meus esforços duraram pouco, nós estávamos brincando na porta de casa em um dia calmo e bonito, o céu estava azul com nuvens branquinhas, era um horário agradável pela manhã enquanto os passarinhos cantavam melodias alegres, quando "ele" apareceu, o rosto daquele homem nunca sai da minha cabeça mesmo depois de tantos anos, ele tinha sumido antes de eu nascer e voltou de repente como se buscasse por algo, eu não o reconheci de imediato, mas minha mãe olhou bem em seus olhos e falou seu nome "Aron" ele era alto e magro, e se curvava como se estivesse com medo, não sei oque minha mãe viu nele... ele estava com mais três homens bem maiores do que ele, enquanto me olhava com olhar de desprezo ele conversava com minha mãe, eu não pudim ouvir a conversa, ela me colocou pra dentro de casa, provavelmente pra não ouvir a conversa absurda deles, derrepente eu escuto os gritos da minha mãe e um estrondo, quando empurrei a porta eu vi ela jogada no chão.*
*Foi uma cena horrível, eu corri pro lado dela e tentei ajudá-la mas eles me puxaram e tentaram me levar pra longe dela, eu gritava e gritava o mais alto que conseguia, chamava pela minha mãe enquanto ela estava caída sem poder se mexer... confesso que ver aquela cena me deixou muitas marcas na minha memória, ela recobrava os sentidos aos poucos e tentava se levantar, ao me ver desesperado ela pegou um vaso antigo e jogou em um dos homens que a empurrou contra a mesa, com apenas alguns anos de idade eu pude ver a pior cena possível, minha mãe estava morta na minha frente, o sangue de sua cabeça esparramada no chão sem parar, enquanto isso aquele homem não conseguia nem olhar pra ela, ele apenas desviava o olhar como um rato, nesse momento meu mundo caiu.*
*A Partir daí eu não consegui pensar em mais nada, minha mente estava em branco como uma casca vazia, algumas horas antes eu estava brincando na rua com a minha mãe... mas agora estava desolado com ela morta bem na minha frente, não conseguia mais gritar e muito menos chorar, hoje em dia não posso sequer explicar o'que estava sentindo naquela época, eu não pude proteger a mulher que eu mais amava, a pessoa mais preciosa para mim, e então... eu parei de resistir.*
-Eu... Eu sinto muito mesmo por você ter passado por tudo isso, uma criança jamais deveria ter que viver algo assim...
-Não sinta, você não teve nada a ver, depois disso tudo eu fiquei mais forte.
*Eles me levaram e me jogaram dentro de uma carroça cheia de outras crianças, todas elas com seus próprios traumas e suas desilusões, suas faces sujas e magras só mostravam o quanto elas sofreram antes de chegar ali, algumas tentavam conversar pra não se sentirem tão sozinhas, outras choravam o máximo que podiam, duas delas estavam na mesma situação que eu, olhando pro nada sem esboçar a menor reação diante de tudo aquilo.
Quando estávamos chegando ao local da venda um grupo de homens pararam a carroça e começaram a nos atacar, os responsáveis pela carroça tentaram contra atacar mas foi em vão, eram três homens contra cinco, não tinham nem chances de vencerem, os homens mataram um por um e começaram a buscar por dinheiro e bens materiais, eles abriram a carroça e nós viram lá sentados como gado, então pediram para que todos nós saíssemos e nos colocaram em fila um ao lado do outro, aqueles homens eram mercenários, mas suas crenças eram diferentes da grande maioria, eles buscavam roubar dos ricos para ajudar os pobres, eles decidiram cuidar de todos nós, eu não fazia ideia fique estaria por vir a partir desse momento.*
*Nós as crianças começamos a treinar com os mercenários, todos os dias sem falta, precisávamos aprender a nos defender de outros bandidos e da guarda real, por anos vivemos assim fugindo de lugar em lugar buscando ajudar os mais fracos e roubando dos mais fortes, mas um dia as coisas mudaram para mim, nós estávamos em um distrito comercial do reino, tinham muitas lojas e em uma delas eu o vi... Aquele homem, o homem que destruiu a minha vida, se não fosse por ele eu estaria hoje com a minha mãe trabalha do em alguma mercearia perto de casa, nos ainda seríamos felizes, eu dei de cara a cara com meu progenitor, só de olhar na cara dele me dava ânsia e uma vontade inigualável de esmurrar a cara dele até ele implorar por perdão, enquanto ele se distanciava das lojas eu me aproximava dele aos poucos, quando chegou em um lugar longe das pessoas eu o puxei para um beco e o fiz desmaiar com um golpe na nuca.*
*Quando ele acordou estava longe da civilização, não tinha ninguém pra não atrapalhar, eu o pressionei no chão e dei um murro na cara dele, ele parecia não entender oque estava acontecendo, eu olhei diretamente naqueles olhos nojentos e profundos, eu revelei que era o mesmo menino que ele abandonou com a mãe que depois deixou pra morrer, diferente daquela época ele não mostrava desprezo e sim medo... Eu era mais alto que ele e mais forte, ver aquele rato tremendo de medo enquanto olhava pra mim foi satisfatório mas não o suficiente, ele implorou por perdão, falou que estava arrependido e que ele precisava fazer isso pelo bem da vida dele mas eu não o escutei, soquei ele tantas vezes que seu rosto ficou desfigurado, seus frutos de dor e agonia soavam como músicas em meus ouvidos, seu sangue escorria de minhas mãos enquanto eu buscava tirar proveito de sua dor, chegou um momento em que ele não soltava mais nenhum grito, nem sequer grunhidos de dor, ele estava morto, eu finalmente havia matado o monstro que me atormentava todo esse tempo, mesmo que encontrassem ele seu rosto estava irreconhecível, difícilmente descobririam, eu estava inquieto, aquilo tudo deveria ter acalmando minha em te e coração mas não fez... Eu não estava satisfeito, eu lembrei da minha mãe e de que expressos ela faria se soubesse que fiz isso, esses pensamentos me correriam como alfinetes na minha cabeça, eu estava enlouquecendo.*
CONTINUA...
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Kat and Wolff
ФэнтезиKat é uma garota comum que não costuma gostar de coisas novas na sua rotina,foi adotada quando ainda era um bebê, mas nunca se importou em saber mais sobre o seu passado, certo dia ela passa por uma porta mágica em direção a sua própria história, ve...