-Senhor Rane, posso ver o quão forte você é.
-Você acha? Pra mim eu não sou tão forte assim.
-Eu não falo da força física(aponto pra sua testa tentando não desviar o olhar).
Estou falando dessa força aqui, mesmo depois de tudo isso você ainda consegue se levantar e seguir em frente.-Sim, mas não consegui sozinho, tive ajuda dos meus companheiros, do príncipe... E da minha mãe.
-Se não se i.portae eu gostaria de continuar conhecendo mais sobre você.
-Se é oque deseja eu irei lhe contar.
*O chefe havia visto oque aconteceu e oque eu fiz, seu nome era "Sare" ele tinha minha altura mas era mais forte fisicamente, era grande mas possuía um enorme coração, ele apenas sentou do meu lado e limpou o sangue em minhas mãos, nós temos o lema de roubas sem matar a menos que seja extremamente necessário, ele me disse que não importa o que eu tenha feito ali, nenhum dos meus companheiros ficaria com raiva de mim e eles nunca me abandonariam, não irei mentir, ouvir aquelas palavras me deram um grande alívio, nunca pensei que me sentiria bem em não estar sozinho, o chefe me falou que eu deveria parar de pensar nisso pois apenas me faria perder a rasão, e eu acho que se ele não tivesse aparecido naquela hora eu teria me matado logo em seguida por não aguentar, afinal foi a primeira vez que eu matei alguém.*
* Depois dali nós nos juntamos aos nossos companheiros, estava escuro e acampamos na floresta depois de pegar suprimentos, estava uma noite calma e tranquila, enquanto escutava o som dos grilos e corujas nos senta vamos ao redor da fogueira contando histórias sobre nossa aventuras, estava tudo muito bom pra um dia tão caótico, eu estava tentando me livrar daquele sensação incomoda e dos pensamentos negativos, pensando que finalmente tinha me libertado, vários dos meus companheiros eram parte das crianças que foram sequestradas, claro que em meio as batalhas alguns deles morreram, mas aqueles que sobreviveram se tornaram mais próximos e mais fortes, então estávamos sempre conversando e fazendo piadas pra descontrair, mesmo com nossos traumas não podíamos nos deixar vencer pela escuridão, sempre seguimos nosso lema ao pé da letra "companheiros não abandonam uns aos outros, companheiros sempre se mantém unidos até o fim" parece algo bobo mas sempre nos ajudou a continuar em frente, todos nós ficamos a noite toda conversando sem pensar no amanhã, mas aí algo aconteceu por puro descuido. *
* No dia seguinte nosso chefe resolveu atacar uma caravana viajante de um duque que se negava a diminuir os impostos da população, muitos morriam de fome por não ter oque comer, mas mesmo assim ele não mudava de ideia, então decidimos agir. Nós fizemos uma emboscada perto do rio que rondava a floresta, era um lugar denso e cheio de árvores dificilmente eles nos veriam, fomos nos aproximando aos poucos separados e escondidos como predadores caçando sua presa, nos chefe mandava sinais diferentes pra cada um mostrando oque devíamos fazer, o plano era assusta-los e faze-los adentrarem mais ainda na floresta e aí pegá-los nas nossas armadilhas, estava tudo indo bem até que eu senti algo se aproximando, então derrepente uma espada atravessa entre meus ombros, por pouco não me acerta, era um dos soldados do duque, como poderia ter mais deles? Nós estudamos várias vezes sobre o local e a quantidade de soldados, eles sabiam que estava-mos ali? Mas como isso foi possível?*
*Só tinha um motivo pra isso, ao ver as expressões dos meus companheiros notei que todos pensaram a mensa coisa "fomos traídos" depois de tantos anos juntos como poderíamos trair uns aos outros? Foi por dinheiro? Algo tão trivial assim poderia custar a vida das pessoas que passaram a os de suas vidas juntas? Sim, poderia sim. É claro, como eu poderia pensar que as nossas vidas seriam mais importantes que uma bolada de dinheiro? Eu pude ver claramente a resposta disso, meus companheiros caindo um a um em menos de minutos, vários deles lutaram juntos pra derrubar os soldados inimigos ama eram de mais, eu fiz o possível, ia de um lado para o outro ajudando aqueles que ainda estavam vivos, mas não foi o suficiente...*
* Vi vários deles terem suas cabeças arrancadas por espadas, membros dilacerados, junto com o sangue espalhado pela área, outros eram atingidos por progeteis de magia vindos dos soldados, antes dávamos um jeito de sobreviver mas eram tantos que não tínhamos salvação, enquanto isso acontecia pude ver de longe o rosto do duque olhando pra gente como se todo mundo ali fossem ratos sendo mortos por gatos ferozes, ele parecia se sentir tão superior com tudo aquilo, eu só consegui lembrar do rosto do meu pai, a cena foi tão parecida que me assustou, eu paralisei por um momentos mas logo recuperei os sentidos, com uma rajada de vento todos os restantes foram jogados pra longe e eu bati com tudo em uma árvore, logo em seguida desmaiei, quando fui acordando, eu continuei com os olhos entreabertos, estavam todos mortos tirando eu e meu chefe, nos dois estávamos tão feridos que mal podíamos nos mexer, sem demora os guardas capturaram ele e o levaram pra longe, pro julgamento e logo depois a execução, e eu fiquei ali sozinho e tomado pela dor da perda de meus companheiros, mais uma vez eu não fui capaz de salvar aqueles que eu amava... E outra vez eu fui inútil, algumas horas se passaram e eu pude apenas esperar pela morte com aquele corpo fraco e machucado, derrepente ouvi o trotar de cavalos, ao longe aos poucos uma figura deslumbrante foi aparecendo, cada vez mais perto, a luz do por do sol refletia na rua armadura prateada, era ele, o Príncipe Wolff, ele parecia tão deslumbrante em meio a todos aquele caos.*
* "Eu vi parte do que aconteceu, infelizmente não pude impedir a morte dos seus companheiros" eu simplesmente lhe disse pra me matar já que eu não tinha mais nada a perder, não tinha maís porque viver, foi então que ele me disse " então viva por mim, seja aquele que irá ficar do meu lado até o final de nossa jornada, você é forte, eu preciso de você", ele estendeu sua mão para mim,l... sinceramente eu fiquei perplexo, porquê alguém da realeza iria querer um relés plebeu como eu como subordinado? Ainda mais como soldado, mas ouvir aquelas palavras... Ouvir alguém falar que precisava de mim mexeu comigo, será que eu iria correr o risco de tentar proteger mais alguém? Depois de tantas falhas eu não queria tentar isso outra vez, se eu me afeiçoasse a ele como reagiria ao ver sua morte? Que garantia teria que não cometeria o mesmo erro outra vez? Eu editei em segurar a sua mão, então ele me disse " não tenha medo do fulturo, isso oque aconteceu não foi culpa sua, você passou por muita coisa meu amigo mas você precisa olhar pro presente, deixe que eu me preocupo com o nosso futuro, apenas seja minhas asas" aquelas palavras estavam ressoando na minha cabeça e então me deu um branco, ele exalava tanta confiança, pela primeira vez na vida minha mente não pensou em literalmente nada, e como um reflexo eu estendi meu braço e alcancei a sua mão, foi assim que minha história com o príncipe começou*.
-Nossa... Eu não esperava por nada disso, pelo visto sua vida sempre foi muito agitada senhor Rane, e Ele realmente parece o tipo de pessoa que falaria algo assim.
-(acena com a cabeça) eu nunca contei pra ele que matei aquele homem, mas no fundo eu sinto que ele sabe disso mas não quis me falar, ele sempre foi assim, gentil com todos mas nunca teve algum que ele realmente quisesse proteger, mas você... Com você é diferente, ele quer manter você segura ainda que isso custe a segurança dele, depois que você saiu da sala ele insistiu pra ir junto, mas eu não deixei, eu fico feliz que ele tenha achado alguém assim, ama triste que você irá desaparecer da vida dele, mas saiba de uma coisa, se ele jurou que vai se reencontrar com você de novo é porque ele realmente não vai desistir até conseguir isso, ou então ele morrerá tentando.
-Eu... Oque eu mais queria era que ele pudesse seguir em frente sem mim, nós ficamos tão pouco tempo junto e ele foi o primeiro amigo que eu tive que realmente me entendeu e que me tratava de igual para igual sem diferenças, mas vejo que é inevitável, eu quero poder revê-lo tanto quanto ele , não quero ir, mas também não quero ficar... É um dilema terrível, minha família espera por mim, não posso deixa-los, muito menos fico feliz em ir em bora, mas garanto que quando chegar o dia em que o ver novamente nós iremos desfrutar de belas e longas conversas, eu garanto que irei guarda a história da sua vida em meu coração até o momento da minha morte (aceno com a cabeça).
-Fico feliz em ouvir isso senhorita, parece que meu medo de ve-lo envelhecer sozinho ou com alguém desagradável não irá se realizar.
"Depois dessas palavras Rane apenas se virou para a janela e ficou olhando a paisagem, ele as encarava como se quisesse acabar logo com tudo isso, e eu apenas me aconcheguei e adormeci no banco da carruagem esperando para ver oque vai acontecer comigo assim que entrarmos na floresta das almas.
CONTINUA...
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Kat and Wolff
FantasíaKat é uma garota comum que não costuma gostar de coisas novas na sua rotina,foi adotada quando ainda era um bebê, mas nunca se importou em saber mais sobre o seu passado, certo dia ela passa por uma porta mágica em direção a sua própria história, ve...