Capítulo 2

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[ESSE CAPÍTULO NÃO FOI REVISADO PROFISSIONALMENTE]


 O sol já estava esquentando e Lurdes não tirava as cenas do filme que ela assistiu nessa madrugada da cabeça.

 Lurdes é aquele tipo de mãe protetora. Ela nunca deixou Joana passar nenhum aperto, nunca deixou Joana trabalhar e sempre resolveu os problemas de sua amada filha. Lurdes vive só para ela, e como recompensa recebe o grande amor de Joana.

 Uma vez Joana disse pra Lurdes que estava indo para boate com sua amiga Jéssica. Lurdes não aprovou a ideia e fez de tudo para dá um jeito de ir atrás dela. Quando Joana menos esperava encontrou sua mãe com uma roupa linda dançando perto dos outro. Aquilo era hilário, muitas pessoas fizeram amizade com Joana graças a sua mãe e depois disso uma das únicas coisas que Joana podia fazer é ir para boate sozinha — era quase impossível Joana ir á alguma festa.
 — Bom dia Senhora Estraga Prazeres — Joana cumprimentou sua mãe que estava terminando de preparar um café.
 Lurdes não gostou da brincadeira. Para ela brincadeira tem suas horas e de manhã não seria uma boa hora para brincar.
 — Bom dia — diz ela.
 Sentando-se à mesa Joana diz:
 — Mas que desanimo é esse? Hoje é sábado, se arrume que daqui a pouco iremos fazer uma caminhada. Vamos agitar o corpo.
 Joana é aquele tipo de filha que gosta de resolver os problemas das pessoas, seus conselhos são ótimos e às vezes é a solução para todos os problemas. Mas quando tratava de sua mãe ela poupava os conselhos e preferia que ela refletisse. Uma curta conversa já era o basta para descobrir o problema de sua mãe.
 — Não sei não Joana. Acordei muito cedo e estou morrendo de sono.
 — Por isso mesmo, você tem que dá uma sacudida em seu corpo para mandar o sono embora — Joana tenta animar sua mãe — Vamos terminar de tomar o café da manhã e nos preparar. Hoje vamos ultrapassar o limite, iremos caminhar trinta minutos a mais que caminhamos.
 Tudo que Lurdes fez é ficar calada. Ela não estava gostando da ideia.

                                                         ***

 O sol estava quente e Lurdes estava fervendo. Seu rosto estava todo suado, pela sua blusa branca dava para ver a cor de seu sutiã e seu coração estava batendo descontroladamente. Sua visão estava um pouco embaçada e o óculo de sol que ela estava usando não estava ajudando muito.
 Ela não estava bem, ela nunca foi de cansar quando estava caminhando. Principalmente quando caminhava um pequeno trecho como elas estão caminhando.
 — Joana... — Lurdes á chamava.
 Joana estava com o fone de ouvidos no ultimo volume, não escutava nada que sua mãe dizia. A música eletrônica estava fazendo com que ela se esquecesse do mundo.
 Lurdes á chama novamente e ela não responde.
 Irritada com a falta de atenção da filha, Lurdes resolve arrancar o fone dos ouvidos dela.
 — Ta louca é? — Joana pergunta.
 — Pare de fazer gracinha. Eu não estou me sentindo bem.
 Sem parar de caminhar elas vão conversando até que Lurdes resolve deixar Joana caminhar sozinha e volta para casa.
 Isso foi quase um milagre. Lurdes nunca deixou Joana caminha sozinha. Segundo ela algum carro podia atropelá-la ou alguém podia sequestrá-la.
 Sem tirar a preocupação da mente Lurdes volta para casa de ônibus. Ela estava com medo de desmaiar no meio da rua. Pelo que ela entendia de saúde a sua pressão estava abaixando.
Joana continuou a caminhada e desta vez retirou o fone de ouvidos. Apesar de não ter nenhum problema, ela começa a pensar neles. Na verdade o único problema que Joana tem é ter perdido os pais muito cedo, fora isso Lurdes não deixou nenhum atingir a sua vida.
 Às vezes pensar demais gera problemas indesejáveis.
 Os pensamentos de Joana estavam passando dos limites, ela estava leve, praticamente não sentia seu corpo, mas estava lembrando de seu passado. E não estava conseguindo tirar a noite que perdeu seus pais da mente. Ela não sabia se caminhava ou parava um pouco para limpar as bochechas que estava minando suor e ao mesmo tempo sendo regada por suas lagrimas.
 BIIII BIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII...
 Um carro estava parado em sua frente, presta a atropelá-la.
 Ela quase desmaia. Suas pernas estavam bambas como bambu verde, seu coração batia descontroladamente e sua garganta estava apertada.
 Joana volta para o mundo com o som da buzina do carro. Sua mãe tem seus motivos para não deixar  Joana sozinha. Ela sempre pensa demais e acaba esquecendo dos perigos que o mundo tem  "Esqueça dos livros que você lê e acorde para a realidade Joana. O mundo não é um conto de fadas" sempre dizia sua mãe.
 Ela estava sem reação.
 — Joana....
 Uma pessoas que ela não reconhecia a voz gritava do outro lado da rua.
 Joana para ao escutar alguém chamando seu nome, mas não sabe de onde a voz vinha.
 — Menina tu é doida? — dizia uma pessoa atrás dela.
 Joana fica surpresa ao ver quem era.
 — Fernanda, quanto tempo — ela dizia enquanto a abraçava.
 Fernanda é amiga de escola de Joana. As duas estudaram o ensino médio juntas, aprontaram muito e fazia muito tempo que elas não encontravam. A amizade das duas era invejada por todas as meninas do colégio. Fernanda tem câncer e na sua terceira sessão de treinamento seu cabelo começou a cair, mas Joana ajudou a amiga raspando o cabelo, para demonstrar para todo mundo que não ter cabelo não te faz diferente, ainda mais quando você tem um sério problema de saúde. Quando as duas chegaram à escola sem os cabelos a escola toda ficou admirada pela atitude de Joana. Depois do dia que Joana e Fernanda foram admiradas pelos funcionários da escola e por quase todos os meninos, as meninas começaram a inventar apelidos para elas. Foi só ai que elas concluíram que o laço de amizade delas era invejado por todos.
 Depois de um longo abraço bem molhado, porque Joana estava toda suada elas começam a conversar.
 — Quanto tempo que não te vejo em amiga.
 — Você sumiu sua maluca. O que anda fazendo?
 — Eu ando assim; sem olhar para os lados fazendo com que um carro quase me mate. — Joana ironiza — E você, o que anda fazendo?
 As duas começam a rir e vão andando para uma sorveteria que tinha ali perto.
 — Eu estou na melhor fase da vida. Estou namorando com um homem que me banca pra tudo, ele não me deixa trabalhar e direto manda seu motorista entregar alguns presente pra mim.
 — Sério?
 Fernanda olha para Joana e afirma balançando a cabeça.
 — Mas você está fogo em. Qual é o nome desse homem? — Joana pergunta.
 — Ele pede pra não falar pra ninguém e nunca me disse o porque, mas vou te contar porque confio em você e pretendo que você não conte pra ninguém.
 — E quando eu já vacilei com você?
 — Nunca, mas vamos pedir uma tigela de sorvete primeiro.
 As duas sentam nas cadeiras vermelhas e confortáveis da sorveteria e se acomodaram até uma atendente atendê-las.
 Enquanto Fernanda realizava o pedido Joana admirava a amiga, ela estava mais feliz do que antes e parece ter ganhado mais quilos.
 Assim que elas terminaram de fazer o pedido o celular de Fernanda toca e ela sinaliza com o dedo para Joana ficar calada.
Joana obedece.
 "Uhun, pode deixar, eu vou sim, posso chamar minha amiga? Ta bom, beijos, vou pra começar me arrumar agora" Só isso que Fernanda disse no celular.
 — Amiga foi até bom te encontrar, mas vou ter que ir.
 — Mas já? — Joana perguntava.
 — Tenho, o meu amor vai realizar uma festa hoje e ele pediu pra você ir.
 — Eu não vou poder ir, esqueceu que Lurdes não deixa sair sem ela?
 Fernanda tinha se esquecido de Lurdes.
Uma vez as duas tinham uma festa de quinze anos para ir e Lurdes não deixou Joana se quer receber o convite. Lurdes dizia que nessas festas havia muita droga e nunca se esqueceu da vez que colocaram droga em sua bebida.
 — Eu converso com ela. Eu passo na sua casa hoje ás nove da noite, fique produzida porque a noite vai ser nossa.
 Joana sabia que não vai poder ir e do mesmo jeito diz:
 — Está bem, mas quem é o seu boy magia?
 Fernanda começa a rir.
 — Fique tranquila que hoje à noite você vai saber tudo sobre ele.
 As duas vão até o balcão e pede para cancelar o pedido e mentiram falando que tinha acontecido um grave acidente com um parente dela nesse momento.
 Elas são ouvidas e o cancelamento do pedido foi feito.
 Joana despede da amiga e vira a esquina voltando para sua caminhada, mas dessa vez ela iria para casa.
 Fernanda foi andando até o seu carro e acompanha Joana:
 — Vem, entra. Vou te levar pra casa.
 Joana correu para o carro.
 As duas conversaram muito dentro do carro, deram muitas gargalhadas, lembraram-se da época da escola e choraram um pouco.
 O combinado das duas não tinha sido desfeito e em nenhum momento Fernanda falou de seu namorado. Isso estava incomodando Joana, ela é muito curiosa e odeia quando as pessoas ficam fazendo suspense.
 — Até hoje á noite amiga — Fernanda despedia.

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