Capítulo 19

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     Antes do céu ficar claro, Dr. Alencar já estava quase terminando de se arrumar para ir ao trabalho. Hoje ele iria trabalhar no hospital regional da cidade, mas talvez teria que trabalhar até de madrugada.
O beijo que ele tinha dado em Cátia não saia de sua mente. Ele sempre foi mulherengo, mas não beijou uma pessoa com sua atual namorada dentro de casa.
Aquele beijo atordoava a sua mente.
Algumas pessoas já tinham acordado e Lurdes já estava preparando o café da manhã. Lurdes e Silvia tinha revesado, cada dia uma iria acordar mais cedo para preparar o café da manhã. Assim o combinado foi feito entre elas e até no momento tudo estava andando corretamente.
Lurdes estava terminando de fazer o suco.
Na mesa encontrava-se vários pães, biscoitos, bolos e pães de queijo. Não só isso como parar beber tinha café, suco e água. Aquela mesa estava do jeito que Dr. Alencar gostava e ele não podia parar para marcar lugar naquele lugar e Lurdes ficou muito grata por isso.
— Hoje eu tenho liberdade — ela pensou.
De pouco a pouco as pessoas foram se acomodando nas cadeiras para se deliciarem daquela linda mesa.
Elogios eram feitos de todo canto da mesa, mas as únicas que não abriam a boca para falar nada era Fernanda e Joana. Elas estava quietas e de cabeça baixa. Fernanda não estava conseguindo olhar para Lurdes e Cátia, e Joana estava de cabeça baixa porque ela encontrava-se muito cansada para limpar os quartos de todo mundo.
Graças aos elogios, Lurdes ficou muito querida dentro daquela mansão e de longe Joana e Fernanda ficavam surpreendida pela falsidade de Lurdes.
— Bom dia gente! — disse Marcelo chegando do trabalho.
Marcelo tinha passado a madrugada na festa em uma boate que o Dr. Alencar tinha dado novamente e pelo incrível que pareça ele não foi à festa de novo.
Todo mundo o cumprimentou.
— Cátia depois vá lá no meu quarto que estou precisando conversar contigo — disse Marcelo demonstrando raiva e se retirou andando firmemente.
Silvia já tinha acordado e estava na cozinha. Ela já tinha em mente o porquê da raiva de Marcelo e por dentro ela ria.
Desde quando Silvia viu Cátia, ela não gostou de Cátia. Ela sempre percebeu que Cátia tinha segundas inteções dentro daquela casa, ela sentiu pelo olhar de Cátia que ela não é uma mulher de confiança, mas pôde ter a certeza no dia anterior, quando viu Cátia e Lurdes abusando de Fernanda.
Após Cátia tomar o café da manhã ela se ajeita e vá para o quarto de Marcelo. Ao chegar no quarto ela depara com Marcelo sentado na beira da cama retirando a camisa.
— Oi amor, o que você queria?
— Amor? Amor? É isso mesmo que você disse? — Marcelo começou a falar alto — Você sabe o que é o amor?
— Claro que eu sei, amor é o sentimento que sinto por você.
Marcelo balança a cabeça negativamente e diz para ela:
— Você acha que sou trouxa né? Você acha que sou seu palhaço, sou seu cachorro?! — ele gritava — Vai tomar no centro do seu cu, sua desgraçada, cachorra, filha da puta. Como você pode fazer isso comigo?
Cátia não estava entendo, mas rapidamente lembrou do beijo que ela tinha dado no Dr. Alencar. Ela foi chegando perto de Marcelo para dá um abraço nele e deixar ele mimado. Mas Marcelo queria ela longe dele e a empurrou na cama.
— Saia de perto de mim, sua ordinária.
Marcelo estava descontrolado. Ele a amava, e ver Cátia beijando seu patrão pela câmera foi uma das coisas que ele nunca queria ter visto em sua vida.
Aproveitando que Cátia estava jogada na cama. Ele pega ela pelo pescoço e começa a surrar a cara dela na cama dizendo rídiculas e verdadeiras palavras para ela:
— Porque você fez isso? — ele gritou jogando ela novamente na cama, mas dessa vez foi com mais força.
— Para Marcelo, para — Cátia dizia tentando recuperar o ar que tinha perdido. Seu rosto estava muito vermelho, sua maquiagem estava toda borrada e seu cabelo estava muito bagunçado. Ela estava em estado de choque, ela nunca imaginou que Marcelo fosse capaz de fazer aquilo.
Se uma pessoa não batesse na porta, Marcelo teria batido mais em Cátia, ele teria a espancado, mas uma pessoa o atrapalhou batendo na porta.
Ao abrir a porta Marcelo depara com Joana pedindo permissão ao proprietário do quarto para que ela pudesse limpar e Marcelo a permitiu que limpasse e para facilitar a vida dela, ele se retirou de dentro e Cátia fez o mesmo.
Joana ficou assustada com o mostro que Cátia estava parecendo. Mesmo não sabendo o motivo, ela já tinha gostado de ver Cátia naquela situação, mas ao entrar dentro do quarto e ver o lençol da cama todo borrado de maquiagem sua alegria se desfez.
— Pelo visto as coisas estão ficando séria — ela pensou.

***

Já estava ficando de noite e todo mundo já tinha terminado seu trabalho, exceto Marcelo que trabalha quase o dia inteiro.
O clima da mansão não estava um dos melhores. Todo mundo já estava sentindo a fúria que percorria no corpo de cada pessoa que ali dentro morava. E uma das pessoas que estava sabendo de tudo que rolava era Silvia. Ela sabia de toda briga e traição que ali dentro rodiava e ela estava em tempo de se explodir de tanto ficar guardando aquilo só para ela.
Depois de pensar tanto com quem desabafar aquilo tudo, Silvia decide chamar Joana para compartilhar um pouco que ela sabia que estava acontecendo dentro da mansão.
— Joana querida, você pode ir no barzinho comigo? — Silvia chamava Joana.
Joana estava no jardim e rapidamente ela aceitou o convite.
Enquanto elas estavam terminando de se arrumar, Marcelo estava as visualizando pelas câmeras e ele chamou Lurdes para que perseguisse elas. Ele estava com medo de Silvia contar alguma coisa para Joana.
— Vamos Joana, já estou pronta — chamava Silvia.
— Também estou, vamos!
As duas foram caminhando até o bar mais próximo da mansão. Atrás delas Lurdes caminhava fazendo de tudo para que elas não percebesse.
Toda hora Joana olhava para trás para ver se alguém estava seguindo-as porque naquele horários muita gente gosta de roubar, principalmente de mulheres.
Chegando ao bar, Silvia pede uma cerveja e Joana não bebe nada.
O bar não era todo produzido na decoração. Ele era pequeno, sujo e tinha muitos velhos bebendo muita cachaça ali.
— Então Joana — começou Silvia — Faz tempo que estou vendo algumas coisas dentro daquela casa que não estão me fazendo bem.
Joana não respondeu e Silvia continuou.
— Sabe aquela namorada do Marcelo?
— A Cátia? — perguntou Joana.
— Sim, ela mesma. Eu sei que ela é sua amiga, mas vou ter que te dizer isso — Silvia fez uma pausa — Ela é muito falsa. Já vi ela aprontando muitas coisas ali dentro.
Joana respirou fundo e perguntou o que Silvia tinha visto.
— Ela e Lurdes estavam abusando de Fernanda no corredo. Eu já vi ela beijando o chefe — Silvia respondeu.
Os olhos de Joana quase pularam para fora. Ela nunca imaginou que Cátia ficaria com Dr. Alencar. Aquilo fez com que ela sentisse pena de Fernanda.
As duas conversaram até meia noite e meia. Silvia tinha desabafado muito e ela já estava um pouco tonta devido ao efeito do álcool. Joana teve que ir segurando no ombro de Silvia e atrás dela Lurdes andava devagar.
Lurdes tinha entendido quase tudo que ela tinham conversado, ela tinha conseguido ler os lábios das duas.
Chegando uma esquina antes da mansão um carro preto parou perto de Joana e Silvia.
— Oi meninas, tudo bem?
— Oi — disse Joana um pouco rude.
O homem estava pedindo informação de uma rua e Cátia chegou perto da janela para informá-lo
Quando Cátia colocou a mão na porta e o rosto perto da janela ela deparou com um revolver na mão do homem
— Entra sem fazer escandalo se não irei matar você e sua amiga.
O coração de Silvia ficou acelerado, rapidamente o efeito do álcool tinha ido embora e seu corpo deu conta que tudo aquilo estava acontecendo de verdade.
Silvia não obedeceu o homem e saiu correndo chamando Joana para correr junto, mas quando elas viraram a esquina um homem de terno preto segurou o braço de Silvia e outro desceu do carro a arrastando e jogando-a no banco de trás do carro.
Joana ficou assustada, ela não pôde ajudar Silvia e continuou correndo até começar a socar o portão desesperadamente para que o porteiro abrisse.
O portão visualizou o quão desesperada Joana se encontrava, ela estava chorando e tremendo bastante. Ele chegou perto dela e perguntou aonde estava Silvia.
— Pegaram Silvia — ela começou a gritar — pegaram ela Joaquim, não, ela não — Joana gritava e chorava ao mesmo tempo.
Com muita dificuldade ela entrou dentro da mansão e falou para todos que um carro preto parou perto delas querendo sequestrar Silvia, mas Silvia e ela correram e quando chegaram em uma esquina um homem de preto tinha pegado-a.
Para Joana foi muito difícil contar e ela não conseguia parar de chorar.


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