"Tulips" – Sylvia PlathAgora eu tenho tulipas,
Os tulipas são vermelhos,
Os tulipas são amarelos.Eu sou a mulher distante da vida,
Abandonada por todas as minhas emoções,
Eu estou flutuando,
Longe da dor,
O vazio é uma serenidade fria.O hospital é minha casa agora,
O som das tulipas é minha companhia,
E eu sou simplesmente um corpo,
Que perdeu o sentido da vida,
A única coisa que resta é a morte,
E eu ainda sou viva,
E tento descobrir o que isso significa.A noite estava acolhedora, com a luz suave da lua entrando pela janela e o vento frio sussurrando lá fora. Adélia estava em seu quarto, deitada na cama, tentando descansar, mas a paz parecia distante. Ela sabia que Jacey estava na sala, dormindo no sofá, e algo em seu instinto a dizia que ele não estava bem. Ele já havia mostrado sinais de angústia nos dias anteriores, mas ela não sabia o quanto seu sofrimento o estava consumindo.
Foi quando, no meio da noite, ela ouviu os murmúrios distantes, baixos e inquietos, que logo se intensificaram em um grito abafado. Jacey estava tendo um pesadelo. Seus movimentos eram desordenados e sua respiração acelerada. O rosto de Jacey estava torcido pela dor do sonho, e os gemidos que escapavam de seus lábios eram suficientes para partir o coração de Adélia.
Ela se levantou rapidamente e caminhou até a sala, onde ele estava. O sofá estava desarrumado, e ele parecia completamente perdido no tormento do pesadelo. Ela o observou por um momento, incapaz de se mover, até que ele acordou abruptamente, os olhos abertos, mas vazios de compreensão. Ele olhou para ela, confuso, e com uma voz trêmula disse:
"Eu... não lembro... não sei o que aconteceu..."
E, como se não pudesse mais conter, lágrimas começaram a escorrer de seus olhos. Elas desceram silenciosas, carregadas de dor e desespero, e Adélia sentiu cada uma delas como se fosse uma lâmina cortando seu coração. Sem uma palavra, ela sentiu uma onda de compaixão e um desejo intenso de consolá-lo. Era irônico como aquele homem, que um dia lhe parecia tão distante, agora ocupava um lugar tão importante em seu coração.
Sem hesitar, ela se aproximou de Jacey e o envolveu em um abraço. Um abraço quente, profundo, como se, por um breve momento, as posições se invertessem — ela, a luz que ele tanto precisava, e ele, a lua que refletia sua escuridão. O abraço foi o silêncio mais eloquente que já trocaram, uma troca de consolo sem palavras, apenas a força do toque.
Depois de alguns momentos, Adélia, com a voz suave, mas cheia de uma força silenciosa, disse: "Quando o medo tentava me consumir, eu repetia para mim mesma: 'A cada passo que dou, sou mais inteira. A cada respiração, sou mais forte.'"
Jacey a olhou, os olhos ainda marejados, mas agora com uma suavidade diferente. Ele repetiu, como se fosse uma promessa, e ao fazê-lo, algo mudou. Quando ele levantou o rosto e seus olhos se encontraram com os de Adélia, o mundo ao redor parecia desaparecer. Ele a olhou profundamente, e, naquele instante, algo irrompeu dentro dele.Sem pensar, Jacey a beijou. O beijo foi impulsivo, cheio de desejo reprimido e necessidade. O toque de seus lábios foi feroz, quente, e Adélia sentiu como se fosse consumida por ele. Ela não sabia o que estava acontecendo, não compreendia a intensidade daquilo, mas retribuiu o beijo com a mesma força, com uma entrega inesperada. Tudo o que ela sentia era a ardência do momento, o som dos beijos e os gemidos suaves que escapavam de seus lábios.
Jacey, tomado pelo fervor, a agarrou e a conduziu para o quarto. Seus corpos estavam entrelaçados, e as roupas caíam pelo caminho. Quando ela foi colocada na cama, não havia espaço para hesitação. O desejo deles era palpável, e o olhar de Jacey sobre ela foi algo que a desarmou completamente. Ele a observava com uma intensidade que ela nunca tinha visto antes, como se estivesse maravilhado com sua presença. "Linda... linda... linda..." ele sussurrou, e as palavras reverberaram em seu peito.
E então, a noite seguiu seu curso, sem palavras, apenas o calor do toque, os beijos e a paixão que se desenrolava entre eles. Tudo parecia se perder naquele momento, onde o medo se dissipava e a dor se transformava em algo avassaladoramente novo e visceral.
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Para meu, menininho.
RomanceAdélia nunca teve uma vida boa, na verdade sua infância foi terrível, maltratada e humilhada pela suas condições ela se trancou para o mundo e para todos em sua voltar.Até que em uma noite de nevasca, era um simples caminho de volta para sua casa ma...