8. AMIGO DE INFÂNCIA

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Fiquei encarando aquele lobo do tamanho de um cavalo querendo me atacar

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Fiquei encarando aquele lobo do tamanho de um cavalo querendo me atacar. Não tinha medo dele, mas também não era tão arrogante para ignorar o aviso de Carlisle de que não deveria subestimar os metamorfos.

— Black, se acalma — pediu Edward. — Podemos explicar a presença dela... — O lobo rosnou mais alto. — Sim, é ela, mas é uma história muito longa para contar aqui e agora. Se quiser, podemos contar na reunião de amanhã e apresentar Bella para toda a alcateia.

Ele ficou calado enquanto ouvia os pensamentos do lobo, e depois falou para nós:

— Os rapazes da patrulha captaram um cheiro de vampiro na fronteira da tribo. Eles o perseguiram até as montanhas a oeste, mas ele pulou na água e desapareceu. Magro, alto, cabelos castanho-claros e usava uma capa preta com capuz. Havia um medalhão no pescoço dele. É familiar?

Um choque me percorreu ao ouvir aquela descrição. O que Demetri estava fazendo no território quileute? Por que ele se deixou ser visto? Não era típico dele se expor dessa maneira, ainda mais comigo infiltrada no território dos Cullen.

Eu falaria com ele por mensagem depois, mas naquele momento havia um pensamento insistente na minha cabeça. Desde que ouvi Carlisle falando o nome “Black” na clareira, eu sentia como se estivesse tentando me lembrar de alguma coisa que estava distante demais para ser alcançada.

E quando Edward chamou aquele lobo de Black, essa sensação veio mais forte, como um ser vivo cavando para sair. Quem era ele? Por que esse nome era familiar, como se tivesse feito parte da minha vida humana?

Enquanto nos encarávamos na floresta aos primeiros raios solares, uma lembrança surgiu. Era distante, embaçada, e doía tentar ver nitidamente, mas eu era criança, talvez com uns nove anos, e estava sentada em uma praia, fazendo o que pareciam tortas de lama e entregando nas mãos de um garoto um pouco mais novo, de pele escura e longos cabelos negros.

Pisquei e outra lembrança veio, dessa vez eu era adolescente e um garoto alto de cabelos compridos, cujo rosto eu não conseguia distinguir, me abraçava apertado, dizendo que sentiria falta dos meus dois pés esquerdos e da minha falta de noção.

Então um nome ecoou na minha mente: Jacob Black, filho do melhor amigo do meu pai. Nós brincávamos juntos quando crianças, íamos ao cinema e em piqueniques quando adolescentes, e quando eu parti para a faculdade, trocávamos e-mails e mensagens de texto pelo celular, sempre acompanhando a vida um do outro, até a primeira namorada dele.

Jake, meu melhor amigo desde a infância até o fatídico dia em que minha humanidade foi arrancada de mim.

Com uma respiração afiada, interrompi o que Edward estava falando quando perguntei ao lobo:

— Você conhece Jacob Black? — O lobo rosnou para mim. — Você... você é filho ou neto dele? Costumávamos ser melhores amigos, sabe? Até eu ser... — Engoli o veneno que se acumulava em minha garganta e suspirei. Odiava a sensação de querer chorar, era estranho não ter lágrimas e ficar com aquela dor no peito. — Ele está bem? Jake está feliz?

Mais Quente Que o Sol (Jasper + Bella)Onde histórias criam vida. Descubra agora