Rainha dos piratas

Uma Promessa de Cinquenta Anos

Eu engasgo com o soluço que irrompe de mim. Todo aquele tempo atrás na Reverse Mountain, das pessoas que Laboon está esperando, apenas um permanece, e agora ele está diante de mim como um esqueleto. Eu quero contar a ele tudo sobre nosso encontro com aquela baleia preciosa. Aquele Laboon ainda está esperando por Brook e o resto da tripulação da qual ele já fez parte. Mas todas as palavras estão presas na minha garganta enquanto as lágrimas caem em cascata pelo meu rosto.

"Ele ainda era um filhote de baleia na época, e não podíamos levá-lo conosco em uma viagem tão perigosa. Acredito que ele já estaria muito grande agora!"

"Seu amigo é uma baleia !?" Franky questiona.

"É isso mesmo", Brook olha para nós e então olha para cima como se estivesse vendo todas as memórias no céu. "Não consigo me livrar da sensação de que ele ainda pensa em nós. Ele pode até acreditar que voltaremos, tocando nossa música alegre de sempre. Não acho que ele nos perdoará por morrermos tão irresponsavelmente, mas depois de coagi-lo a concordar com um pacto tão egoísta, um que acabamos sendo incapazes de cumprir, neste lugar distante, não posso simplesmente morrer esperando ser perdoado! Porque quando um homem promete voltar, ELE DEVE VOLTAR!"

Respiro fundo para me acalmar, sentindo um calor se espalhando pelo meu coração. Uma promessa é algo que nunca vou esquecer, e o fato de Brook ter se determinado a manter uma promessa cinquenta anos depois me faz gostar dele ainda mais.

"Eu realmente preciso ir agora", Brook começa a andar novamente. "Entre e suba as escadas, então a escada maior o levará de volta para sua nave." Ele não espera por nossa resposta e segue para qualquer destino que tenha em mente.

Franky, Robin e eu olhamos um para o outro, e então corremos em direção ao prédio para onde estávamos indo antes que uma aranha gigante nos interrompesse. Subimos as escadas, seguindo a direção que nos foi dada para voltar para onde o Sunny ainda deveria estar emaranhado na teia de aranha. Franky está lutando para conter seus soluços agora, mas eu não o culpo. Ele seria um desastre ainda pior se soubesse a história completa de como conhecemos Laboon todas aquelas semanas atrás.

"Franky", Robin bufa.

"O quê!?" Franky estala. "Eu não estou chorando! Não olhe para mim!" Ele esconde o rosto no antebraço.

"Não há nada de errado em chorar", sorrio suavemente. "É bom ter emoções."

"Por que você perguntou isso a ele?", pergunta Robin.

"Cale a boca! Porque eu queria!" Franky engasga em meio aos soluços. "De qualquer forma, vamos logo! Nossa, eu realmente amo aquele esqueleto agora! Você não encontra caras como ele todo dia!"

"É por isso que Luffy quer que ele se junte a nós!" Eu rio.

Robin ri baixinho: "Concordo."

Há algo sobre correr com Robin e Franky de cada lado que me faz sentir energizada. Mesmo sabendo que três dos nossos meninos tiveram suas sombras tiradas deles, que estamos indo contra um Senhor da Guerra do Mar, que ainda temos muitas lutas para travar, posso sentir a energia crescendo dentro de mim. Meu vínculo com Robin só continua a se fortalecer, e Franky realmente cresceu em mim cada vez que ele me chamou de Lil Sis. Também há algo reconfortante sobre eles serem adultos quando eu nunca fui capaz de ter muitas figuras adultas a quem recorrer. Mesmo com tudo que deu errado hoje, não consigo evitar o sorriso que se espalhou pelo meu rosto.

O gemido mais alto que sacode as paredes me tira dos meus pensamentos. Não tem como esse barulho não ter vindo de um zumbi. No momento, nosso destino muda enquanto todos concordamos para descobrir o que diabos fez aquele barulho.