Capítulo 12

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Senti um toque de leve nos meus ombros, virei devagar para saber quem era, quando vi me assustei. Era Dim. Eu estava com os olhos vermelhos, inchados, com a cara mais horrível do mundo, quando o vi voltei com a cara para meus livros e o ignorei.
Percebi que ele havia se abaixado na minha frente. Não sabia o que ele queria. Me fez chorar e do nada volta. Mas, ele nem teve culpa, eu que chorei do nada..as vezes me odeio, sou tão boba e dramática. Isso é insuportável! Bem, continuando, ficamos ali um tempo. Parecia uma eternidade, até que me arrumei, peguei minhas coisas e me levantei. Ele levantou logo em seguida, não fez nenhum movimento para me parar, mas mesmo assim hesitei.

-O que quer?
-Como ta?
-Te interessa?
-Me preocupei..
-E desde quando se preocupa comigo?
-Só vim ver como está, não precisa me dá patadas!
-Você não tem coração! Você é muito rude, você não se importa com ninguém, você é um monstro!

Conforme dizia as palavras, via que recolhia os ombros e abaixava a cabeça, mas não em forma de vergonha, e sim de raiva, ódio. Aliás, de onde ele tira tanta raiva? Seria algum trauma? Bem, se for pela falta dos pais na vida, está muito enganado, não tenho meus pais perto de mim, mas não sou revoltada.

Sai de lá, nem olhei pra trás, fui para casa feito uma bala em disparada. Cheguei em casa, fui para meu quarto e deitei na cama. E comecei a concersar comigo mesma:

-O que há comigo? Chorei por um garoto ter me empurrado, não a nada de mais nisso. Se bem que..eu senti uma pancada, mas não fisicamente, sei lá, fiquei muito triste..

Fiquei pensando com meus botões até que decido ir tomar banho para ver se me aliviava um pouco.

Voltei, me arrumei e fui dormir.

Acordei na manhã seguinte exausta. Não sei de que..mas beleza. Me arrumei e desci. Encontrei minha tia sentada na sala com uma cara enorme, com raiva.

-Hoje não é meu dia de sorte..

Fui para a cozinha, vi meu café e comecei a comer. Titia se levantou, veio em minha direção, olhou nos meus olhos e disse:

-Como você ousa...

Só de ouvir aquelas primeiras palavras eu gelei, tremi na base. Tive nem coragem de ouvir o resto e ja fui logo me desculpando:

-Eu sei que é errado me desculpa tia, eu não queria eu sei que eu nunca tinha feito isso, prometo que não mais fazer
-E não vai! 15 anos só se faz uma vez!!
-Perdão tia eu -parei de falar ao me dar conta do qe falava- 15 anos?

Sim, era meu aniversário, nem lembrava, nossa..

-Claro filha-disse me dando um beijo e abraço-pensava que eu estava falando oq?
-Nada! Obrigada tia mais preciso ir!

Saí de casa com o meu coração saindo pela boca. Achei que ela tinha descoberto sobre as cartas, não sabia nem o que ia falar. Não sabia se ia mentir ou se ia falar a verdade.

Cheguei na escola e vejo Sofia, Michael, Rafael e Leonardo, todos juntos, me aproximei e levei um baita susto.

-Feliz aniversário!!!- disseram todos juntos de uma vez
-Ahh -soltei um grito (o que foi? Impulso uai..)

Rimos todos juntos. De um por um foram me abraçando, me desejando parabéns e felicitações. Como já se esperava Sofia e Rafa foram os que mais se emocionaram. Foram para a sala e eu fui para a biblioteca, tinha de devolver o livro dos vamipros.Cheguei na sala e a Professora já estava lá, logo em seguida Dim chega, ofegante, com o rosto vermelho, como se estivesse correndo, mas estava um pouco pálido. É, eu tava preocupada..

Ele passou do meu lado e cochichou ainda ofegante:

-Me desculpe..eu não queria..

Quando ele falou isso, olhei para ele. Aquele olhar.nunca vou esquecer. Ele tinha uma mistura de medo com..com sei lá o que. Particularmente achei, pela personalidade, que ele fosse bem corajoso. Mas o olhar dele não dizia isso.

Percebi que durante a aula, ele não parava de me olhar, aquilo já tava me incomodando.Fomos para o auditório e no caminho saí da fila, pra tentar escapar? não queria falar com Dim,na verdade eu saí correndo. Cheguei perto dos armários e senti uma mão tampando a minha boca e meus olhos, não consegui ver quem era, até a pessoa falar:

-Espera, eu vou soltar a tua boca, mas não grita. -soltou minha boca e tirou a mão dos meus olhos.
-O que você quer?- disse assustada
-Quero te pedir desculpas
-Já pediu
-Mas você me desculpa?
-Eu preciso ir
-Bem, não parece, eu achei que tava tentando fugir
-Eu não...eu ia tomar água
-De qualquer modo..não vou deixar sair até me desculpar..do fundo do coração

Realmente. Ele não me deixou sair de lá. Ele tava me prendendo. Imagina: um garoto, uma garota, esse garoto prendendo a garota com a perna presa na dela. Esse garoto diz que não vai soltar ela. Do nada a respiração dos dois fica ofegante. Eles se aproximam...e...

Uma História A Ser ContadaOnde histórias criam vida. Descubra agora