Let's play?

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Lauren POV

Desci as escadas correndo e fui direto para a sala de visitas, precisava beber alguma coisa e não estava afim de encontrar minha mãe no escritório e discutir por causa daquela fedelha, de novo. Peguei uma das garrafas de whisky do bar, coloquei uma generosa dose em um dos copos da bancada e me servi. Caminhei até o móvel onde havia vários porta retratos, e analisava um a um, enquanto bebia calmamente minha bebida. Peguei a foto em que eu estava nas costas do meu pai, sorri de canto, aquele dia foi tão bom, meu time de softball havia ganhado o campeonato interescolar e ele levou minhas amigas e eu para comer pizza em comemoração, meu pai parecia um menino quando resolvia interagir comigo e minhas amigas. Outro meio sorriso, mas um gole no whisky e analisei mais umas fotos. Tinha uma que me chamou atenção, ela não estava ali quando fui embora pra Londres. Era eu e meu suposto noivo, Keaton Stromberg. Não sei onde estava com a cabeça que aceitei essa palhaçada da minha mãe, ainda mais estando de partida pra Londres. Sei que ela entrou em desespero depois que descobriu que Alexa era bem mais que uma amiga, – fechei a cara ao lembrar dela, eu ainda me vingaria dessa vadia – mas praticamente me obrigar a noivar com esse verme, era demais, só aceitei pq meu pai, a muito custo, me convenceu. Neguei com a cabeça, e tomei outro gole da bebida, não era hora de pensar nisso. Aposto que dona Clara já havia tratado de informar à Keaton que eu havia retornado, daí até ele pegar o primeiro vôo de NY até aqui, pra me bajular era só uma pequena questão tempo, pouco eu diria. Coloquei o porta retrato de volta no lugar, aquela foto me causava náuseas, mais até do que o dia em que ela foi tirada, afinal eu estava bêbada. Peguei outra, nessa eu estava com Dinah e Vero. Veronica Iglesias, minha melhor amiga desde que a conheci, Dinah também era uma das minhas melhores amigas, afinal a conheço desde que nasceu, mas a afinidade com a Vero era maior, e depois do fatídico último dia de aula naquele colégio maldito, eu mudei muito, e ela foi a única que ainda insistiu comigo, mesmo eu tendo me fechado e virado um poço de antipatia, ainda assim ela estava lá comigo, já a Dinah não, no meu primeiro ato de estupidez com ela, nós discutimos feio e a situação só piorou, quando fui embora ela nem sequer se despediu, preciso confessar que aquilo doeu. Guardei o porta retrato, entornei o resto do whisky e deixei o cômodo. Passei pela sala de entrada em direção à porta e esbarrei em Dinah.

- Não vai nos conceder a honra de sua doce e adorável presença no almoço, Jauregui? – seu tom estava carregado de sarcasmo. - Tio Mike não vai gostar de saber que a queridinha dele retornou sem avisar e ainda não vai ficar pro almoço.

- Primeiro, nenhum dos meus pais são irmãos de algum dos seus, então para de chamá-los assim! – ela pôs a mão no peito fingindo uma expressão de espanto. – Segundo, com o meu pai, me entendo eu! E terceiro, não sou obrigada a me sentar à mesa com aquela menina. Agora se me der licença, eu preciso visitar alguém importante. Passar bem Hansen. – Saí antes que ela pudesse responder algo.

Subi na moto que ainda estava em frente à garagem, peguei o celular e disquei um número, dois toques e aquela voz bastante conhecida soou do outro lado da linha.

- Vadia! A que devo a honra de sua ligação a essa hora da madrugada? – sua voz estava um pouco sonolenta.

- Credo Iglesias! Já é quase meio-dia, não me diga que você acabou de acordar. – ela bocejou do outro lado da linha. – Porra, você não perde esse hábito de acordar tarde nunca heim.

- Ah vai se foder Jauregui! – ai que saudade que eu tava desse amor todo. – Vai me falar porque ligou ou eu posso voltar a dormir? - ela resmungou.

- O bom e velho humor matinal de Veronica Iglesias, olha, preciso confessar que senti falta disso. Bom, liguei pra dizer que, como todo bom filho a casa torna, estou de volta à cidade. – ela ficou em silêncio depois soltou um grito que quase me deixou surda, tive que afastar o parelho do ouvido. – Calma caralho! Vai me deixar surda porra! Você ainda mora no mesmo lugar? – ela confirmou. - Ótimo! Estou indo aí.

Strange LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora