I am Flora - Bruce Yamada {O telefone preto}

Papai Está Zangado

" As vezes a gente só precise de alguém de vez enquanto"

Se passaram uma semana depois do episódio passado, com o decorrer do tempo acabei me desprendendo um pouco mais em relação a Bruce, conversamos sobre a vida dele lá fora, e as vezes ele perguntava um pouco sobre mim, sempre digo que não tem muito oque falar, pois nunca sai da rotina desde que me entendo por gente, e eu evito ao máximo falar da minha relação com o meu pai e sobre os meninos, todo dia eu levava todas as refeições pra ele, bom, eu levava a minha também, não sentava mais na mesa pra comer com meu pai, a compania de Bruce era mais confortável e tranquila, me destraia da agonia que eu sentia diariamente por pensar demais e também, pelo fato de não ter nada pra fazer.

- Você tá ficando muito lá embaixo - Fala o meu sentado no sofá lendo um jornal, eu estava ajeitando minhas rosas, pensei em levá-las lá pra baixo pra dar um pouco de cor naquele ambiente frio.

- É.....algum problema? - Pergunto ainda da cozinha, eu estava meio que de costas para ele.

- Não se meta nisso - Ele fala mas agora, o tom de sua voz parece um pouco diferente, ele tava irritado? Paro oque estava fazendo e dou um leve suspiro, não sei se deveria falar alguma coisa ou ser grossa falando o óbvio.

Pego os jarros e me direciono pra sair do local, antes mesmo que eu cruzasse a porta ele me interrompe.

- Flora, não seja entrometida - eu paro de andar, ele fala como se tivesse me avisando algo, oque ele queria insinuar com isso? Pensamentos intrusivos invadem a minha mente, mas eu volto a me direcionar para o porão.

AUTORA POV'S

Flora abre a porta do porão, dessa vez ela encontra Bruce sentado na cama olhando para o chão, o garoto se pegava perdendo em seus pensamentos, por mais que ele não queira admitir, ele tá começando a ficar com medo, e ele não gosta disso.

- Oi, eu trouxe uma coisinha - A voz de Flora foi como um "despertador" para Bruce, os pensamentos desligaram assim que ele a escutou, ele olhou para ela esperando que ela chegasse um pouco mais perto - Bom, como esse quarto não é nem um pouco agradável, eu trouxe rosas - ela estende na frente de Bruce o vaso cheio de terra com as rosas por cima, o garoto não fala nada só a olha.

Ele ficou empressionado com o fato de ela parecer uma garotinha tentando animá-lo, era um gesto muito meigo, já Flora começa a se questionar se ele não havia gostado, já que ele não tinha dito nada, a vergonha invade os pensamentos e ela se pergunta se tinha sido boboca demais trazendo rosas pra alegrar um menino que claramente vai achar isso uma bobagem, já que nada o alegraria mais do que só sair daqui, ela recua o vaso e desvia o olhar completamente envergonhada. Até que ela escuta uma risadinha abafada.

- Que gentil da sua parte Flora - Ele levanta e estende a os braços para pegar - Posso ? - Ele fala enquanto pega o jarro de seus braços, é claro, com cuidado, Bruce preza ser cauteloso a encostar nela já que não sabe se ela ficaria confortável.

Depois ele vai pro fundo do quarto onde o sol bate, e posiciona as rosas ali mesmo.

- Obrigado - Fala o garoto ajeitando as flores ainda virado de costas pra menina, ela sentiu um alívio por não ter feito nada de errado. Ela se senta no colchão e depois Bruce também se senta.

- Gosta de rosas? - Fala o garoto quebrando o silêncio entre eles.

- Sim, na verdade são as únicas flores que eu conheço - Apesar de conhecer-lá muito pouco, Bruce se sente mal por Flora, ter uma vida em que não se sabe de quase nada e que não pode viver e experimentar quase nada de divertido que uma criança experimentou, e que um adolescente deveria experimentar, é um tanto deprimente.