Capítulo vinte e oito

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George
    
        Meu pai olha para mim sem entender a minha jogada embora eu já tenha explicado. White foi muito convincente, enganou o meu pai, mas não me engana a mim. Não importa o que ele diga, o que o meu pai diga, eu não vou vender as minhas ações. E se eu fizer isso não será a ele.
       Talvez deva fazer uma reunião com os outros sócios e tentar comprar as ações deles também, assim posso ser o sócio majoritário, porque meu pai está cego pelo dinheiro do White e vai arruinar tudo. Se eu conseguir, Mark nunca irá recuperar a empresa e vai perceber que me subestimar foi um erro.
        Depois que ele tirou Lindsay de mim, despertou a minha fúria, se antes eu estava disposto a esmagar ele, agora mais ainda. Eu sei que ele foi atrás dela porque sabia como ela é importante para mim. E ele conseguiu, porque Mark sempre consegue tudo.
        — Eu espero que esteja feliz. — Diz meu pai. — White estava disposto a pagar muito dinheiro, espero que ele não desista da ideia por causa das suas brincadeiras.
        — Se está tão interessado nele, por que não propõe que ele invista na nossa nova empresa? Acho que será mais vantajoso. — Digo.
        — Nós não temos nome no mercado, a Dreieck tem, é mais fácil ele tentar nessa estúpida empresa, não acha?
        — O senhor sequer tentou.
        — O dinheiro das ações já seria de grande ajuda.
        — Iremos conseguir a qualquer custo, isso posso garantir.
        Ele suspira e levanta da sua cadeira para vir sentar ao meu lado no sofá. — Filho, entendo o que disse ontem. Que se Mark conseguir a empresa de volta e salvá-la pode continuar ganhando com as ações que tem aqui. Mas eu estive pensando e a empresa está péssima. Talvez seja o momento de desistir do Mark.
        — Claro que não. Por que o senhor quer desistir agora?
        — Quero me focar nos meus negócios. Mark nem quer saber de nós, ele nos odeia e se quiser ficar com a empresa falida, que fique. Não servirá de nada.
        — O senhor subestima demasiado aquele homem. — Levanto. — Sabe o que descobri quando pesquisei Christopher White? Outros nomes que parecem ser bastante próximos ao Mark. Conhece Dorian Aikyo? Dono das Skyline Construtoras e imobiliárias, ele é muito rico. Justin Wallace, filho de um ex-jogador de basquetebol e empresário muito rico, dono de um dos melhores restaurantes de São Francisco que não tem nem um ano? O senhor vê quanta influência ele tem?
        — E você também pode ter tudo isso se se focar em você e não nele. Eu também não gosto do Mark, mas temos que saber a hora de desistir e seguir em frente.
        — O senhor não gosta? A mim parece que gosta porque sempre o tratou muito bem nos últimos anos. — Aponto para ele.
        Eu sempre quis que ele mandasse Mark para um orfanato, que nos deixasse em paz, mas meu pai tinha sempre que garantir que estava "bem". Mark conseguia a atenção dos meus pais também, chamava atenção com a sua mudez dentro de casa, por ser "rebelde" com os meus pais não respondendo, essas pequenas coisas. Tudo o que eu queria é que ele não fosse o centro do universo.
        — Sempre foi para alcançar os meus objetivos. E eu deixei que ele fosse o seu brinquedo na escola, não deixei?
        — Eu ainda não terminei de brincar. Se o senhor quer desistir, desista, mas não me peça para fazer isso. — Digo.
        — Isso passou a ser obsessão, George. Cuidado!
        — Eu sei o que estou fazendo. Não se preocupe.
        — Não faça nada que se arrependa, George. Devia me ouvir.
        — Eu já disse que sei o que estou fazendo!
        Saio da sala do meu pai pronto para declarar guerra para Mark. Foi um erro ele tirar Lindsay de mim, agora estamos oficialmente numa guerra sanguinária. E não importa o que eu vou fazer, não irei perder.

Mark

      As coisas podem não ter corrido muito bem na compra de ações hoje, mas tenho que esperar que da próxima vez seja melhor, além disso estou feliz que terei um encontro de verdade com a minha namorada. Depois de um ano, eu consegui a mulher dos meus sonhos.
       Meu telefone apita e sorrio, já sabendo de quem deve ser a mensagem. Com certeza é daqueles fodidos que não me deixam em paz.

       Os malvadões

       Dorian: Espero que não tenha planos para amanhã. Iremos esmagar o Villaggio e esfregar a nossa vitória naquela cara italiana irritante.
       Eu: Ainda não decidi. Tenho que pensar no assunto.
       Justin: Estou louco para conhecer esse Villaggio pessoalmente.
       Eu: Você não perde nada.
       Chris: Presumo que não precise de mim, Dorian.
       Dorian: Claro que sim. O terceiro elemento, lembra?
       Justin: À propósito, você anda muito ausente, Rosberg.
        Dorian: Verdade. Mais até que os casados do grupo. Não tem nada para contar?
        Eu: Vocês notaram? É que eu tenho uma namorada agora.
        Chris: Bem, depois de você ficar ao lado dela durante esses, quem não se apaixonaria?
        Dorian: Verdade. Eu pegava.
        Eu: Vão se foder, eu tenho um jantar especial daqui a pouco.
         Justin: Parece que conseguiu ficar com a donzela.
         Eu: Sim, eu consegui. E a vitória tem um gosto extremamente delicioso.
         Justin: Minha mente é bastante poluída ou você quis dizer num outro sentido?
         Dorian: Hahahaha, caralho, pensei a mesma coisa, Justin.
         Eu: Vão se foder.
         Chris: Eu sou a pessoa mais normal desse grupo.
         Dorian: Nem fodendo. É o Mark com certeza.
         Justin: Com certeza. Mas costumava ser eu. Alguém me corrompeu.
        Chris: Foi o Dorian com certeza.
        Dorian: Eu sou um anjo.
        Eu: Eu não quero me distrair. Tenho que me arrumar para o meu encontro. Até depois, seus fodidos do caralho.
        Chris: Vai se arrumar, donzela.

        Rio e vou subir os degraus, mas a campainha toca, obrigando-me a descer para abrir a porta. Espreito no olho mágico e deixo George entrar. A nossa relação é estranha, nós nos odiamos, mas sempre quero ouvir o que tem a dizer, principalmente se desconfia de mim.
         — Não se preocupe, não vim lutar com você. — Passa por mim e procura por alguma coisa, talvez os rastros da minha namorada.
         Poderia esfregar na cara dele que estamos juntos e que ontem tivemos uma noite incrível, que ela disse que eu faço as coisas na cama como nenhum outro homem faz, mas eu não sou como ele. Ele não precisa saber, eu tenho a Lindsay e isso é o que importa.
          — Veio dizer que sou inútil e que sou um perdedor? — pergunto.
          — Vim dizer que eu sei o que você está fazendo.
          — Eu faço muita coisa, tenta ser mais específico? — cruzo os braços.
          — Você é amiguinho do Henri White. Ele vai comprar as ações para você e não para ele.
         — Você não tem transtorno de personalidade paranoide?
         — Não adianta mentir, e eu não vou permitir que você consiga o que quer. Já convoquei uma reunião com os outros sócios, assim que comprar as ações deles, afasto o meu pai e tomo eu as decisões da empresa. Se você for esperto vai vender as suas ações para mim.
         Agora que olho para ele, suas atitudes, o ódio nos seus olhos, percebo que há muito mais. Ele está obcecado em se vingar por tudo o que aconteceu nas nossas vidas? Sinceramente não entendo. É porque eu nasci rico e ele não? É porque eu fiquei com a Lindsay? Ele está fora de controle.
         — Qual é o seu problema, George? Eu achava que era ódio por mim, mas agora percebo que está doente. Você é doente e precisa de ajuda!
         — Sou doente por te odiar e querer ganhar?
         Não acredito em cada palavra que sai da sua boca. — Ganhar? Isso não é a porra de um jogo, George! — meu tom aumenta.
         — Você acha? Pois eu acho que é o meu jogo. Eu nunca vou vender as minhas ações, mesmo que implore de joelhos ou desista da Lindsay.
         — Saia daqui e vai procurar ajuda!
         — Não precisa se alterar. Eu apenas vim dizer que não vou desistir, que nunca vou deixar você vencer. — Ele insiste com isso de ganhar.
         — Vai embora antes que eu acabe com você. — Caminho até a porta e abro para que ele saia. Quanto mais fala, mais me irrita. Ele precisa se tratar.
         — Eu vou. Até breve, primo. Espero que durma bem.
         Quando ele passa por mim e sai, atiro a porta com raiva e vou sentar no sofá para tentar me acalmar. Não posso ficar assim, vou me encontrar com Lindsay daqui a pouco. Por que George tem se encontrar sempre um jeito de me deixar frustrado? Estou cansado disso. Tenho que tomar uma atitude.
        

DESASTRE [SERÁ RETIRADO DIA 20/02]Onde histórias criam vida. Descubra agora