Prólogo

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              A rapariga sentada na berma da estrada defronte da única escola secundária da cidade era demasiado bela para ser verdade, sendo por isso alvo dos olhares de todos os que ali passavam

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              A rapariga sentada na berma da estrada defronte da única escola secundária da cidade era demasiado bela para ser verdade, sendo por isso alvo dos olhares de todos os que ali passavam. Os cabelos dourados caíam-lhe pelas costas em ondas suaves, numa cascata de ouro puro e brilhante. Os olhos, da mesma cor do cabelo, fitavam o chão de modo pensativo. O rosto elegante não mostrava qualquer emoção e a pele demasiado branca contrastava e muito com a sua roupa: calças justas pretas, top preto, casaco de algodão preto e all stars da mesma cor do resto da indumentária. Uns fones pretos saíam-lhe do bolso do casaco e escondiam-se no meio dos seus longos e abundantes cabelos. O único aspeto menos bonito da rapariga era o sorriso que, embora exibisse dentes muito brancos e perfeitos, tinha os caninos ligeiramente maiores que o normal mas ela não se importava. Diziam-lhe quem era, quem verdadeiramente era: uma vampira, especial e diferente dos outros vampiros mas ainda assim vampira.

              Por uma qualquer razão estranha, o Mercedez prateado que acabara de estacionar perto do portão da escola captou a atenção da vampira. Não, não era o carro em si mas sim quem de lá saiu: uma rapariga, de olhos negros e cabelos da mesma cor, que saíra do carro apressadamente sem se despedir do condutor e que tentava passar despercebida. A vampira semicerrou os olhos e cheirou o ar, incrédula com o que ali se passava: o odor a queimado impregnara o ar quando a rapariga saíra do carro, um odor caraterístico de apenas um tipo de ser. Seria possível que aquela rapariga fosse, nada mais nada menos que uma feiticeira?

               Curiosa, a vampira seguiu-a, um sorriso divertido a bailar-lhe no rosto. Foi aí que sentiu outro odor único, diferente do habitual cheiro a sangue e a calor que emanava dos humanos. Aquele era o cheiro da noite, da terra molhada. O cheiro dos lobisomens. De boca aberta, a vampira procurou a origem do cheiro, rodopiando sobre si própria. Por fim, encontrou-a, a sair da secretaria: duas raparigas conversavam alegremente ao mesmo tempo que se dirigiam para a sala de aula. O cheiro vinha das duas, embora fosse mais forte na mais alta. Era, de facto, muito alta e tinha um porte nobre, fitando quem passava com um brilho altivo nos olhos castanhos alaranjados. O cabelo castanho claro cheio de caracóis caía-lhe para os olhos e ela não fazia qualquer gesto para o tirar. Os sorrisos que mandava à amiga também lobisomem, uma ruiva baixinha de olhos verdes sorridentes, eram superficiais e forçados. Ambas acabaram por desaparecer da vista da vampira.

               Completamente atordoada, a vampira desatou a rir. A seu ver, aquele ano iria ser bastante interessante, comparado com os anteriores. Muito interessante e provavelmente muito divertido.
E ela mal podia esperar que ele começasse.

E ela mal podia esperar que ele começasse

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Ser Selvagem [primeira versão]Onde histórias criam vida. Descubra agora