Capítulo 11

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= Layla =

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= Layla =

          Ergui-me a cambalear e vi Roxanne em todo o seu esplendor: grande, elegante, pêlo negro e denso. Os olhos esverdeados fitavam Camila com raiva e ódio e esta estava tão assustada que eu temia que se descontrolasse e ferisse Roxanne acidentalmente. Corri para a frente dela e aproveitei para lhe gritar:

- Camila, teletransporta-nos!

- Mas eu não sei fazer isso!- foi a resposta, seguida por uma série de nomes que nunca ninguém me tinha chamado.

- Camila, concentra-te! Nunca viste a tua mãe fazê-lo?- perguntei, aos gritos, as minhas mãos a tentarem agarrar no pescoço de Roxanne para a imobilizar.

- Não, ela nunca o fez à minha frente!- respondeu, completamente histérica.

Pensei em todos os livros que tinha lido sobre feiticeiros. Como seres originais, os Goodwing sempre tinham querido saber tudo sobre os outros seres com quem coexistiam. Por isso, tinham recolhido informações e transformaram-nas em livros, livros esses que passavam de geração em geração e que emolduravam todas as paredes da minha casa. Sou uma leitora compulsiva e já os tinha lido todos. Era por isso que eu sabia exatamente como é que Roxanne se podia transformar sem ser Lua Cheia (os de sangue nobre podem fazê-lo e, sendo ela uma adolescente, não consegue controlar muito bem. Infelizmente, acho que ela não sabe isso. Enfim) e sabia exatamente como é que Camila se teletransportava.

- Camila, ouve-me!- gritei, dando um soco ao lobo enraivecido que me queria arrancar a cabeça- Consegues visualizar a floresta com clareza, certo?

- Claro.- respondeu ela- Brinquei lá muitas vezes com Vicky...

- Imagina que estás lá!- rebolei com Roxanne pela areia, dando-lhe uma estalada no focinho para ver se ela acalmava- Estás na tua parte preferida da floresta. Consegues ouvir o vento a bater nas árvores? A humidade da noite a cair -te para a caaaaara!- voei por cima da pobre feiticeira que, de olhos fechados, não via a minha cara antes de bater com ela no chão, engolindo pelo menos um quilo de areia.

- Consigo! Sei perfeitamente como é a mata ao entardecer, fugi para lá uma vez quando...

- Agora imagina que eu e a Roxanne estamos lá!- interrompi-a, tentando afastar-me das mandíbulas escancaradas da porra da loba.

- Eu... Eu...

- Imagina que eu estou pendurada na árvore mais alta que vires e Roxanne está deitada no chão, a observar a Lua.- inventei atabalhoadamente- Camila, tu consegues fazer isto, sabes que sim! É só imaginares.- a minha voz tremeu e uma lágrima solitária escapou-me dos olhos, o que fez Roxanne parar abruptamente de tentar morder-me- Pensa no presente. Imagina como se estivesses a viver exatamente isso e vai acontecer.- as palavras que não era minhas mas que faziam parte de mim ecoaram na praia e ninguém se mexia- Não vivas no passado. Vive o presente. Não temas o futuro. Vive os momentos.- um par de olhos azuis sorria-me na escuridão- O ontem foi mau e o amanhã pode não ser mas o hoje é o que tu quiseres que seja.- o último beijo e um adeus para sempre- Tu. É. Que. Decides.- fechei os olhos...

Ser Selvagem [primeira versão]Onde histórias criam vida. Descubra agora