Capítulo 8

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= Layla =

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= Layla =

- Então mas eu não vou para casa hoje?!- perguntei, aborrecida.

- Menina Layla...-começou o Doutor Francisco, que achava-me uma anedota ambulante mas foi imediatamente interrompido pela minha querida mãe, completamente exasperada com a minha pessoa.

- Layla Elizabeth Goodwing, tu vais ficar sossegada! E se for preciso passas aqui a noite!

- Mas mãe eu estou bem!- olhei para ela, tentando referir o facto "vampira" sem que o médico se apercebesse.

- Não me interessa!

- Senhora Goodwing, só falta sabermos o resultado dos raios-X que estão a demorar um pouco e precisamos medir tensão da sua filha outra vez.

- Mas para quê Doutor?? Já lhe disse e a minha mãe também que eu tenho um coração fraco desde que nasci e nunca me aconteceu nada!

- Não vou deixar a Menina ir para casa sem ter a certeza absoluta.- o médico cruzou os braços, mostrando-se firme.

- Faça o que precisa de fazer.-suspirou a minha mãe, torcendo as mãos nervosamente.

- Ótimo. Enquanto esperemos pelas radiografias, vou buscar o papel que precisa assinar para levar a sua filha para casa.- olhou para mim e espetou o indicador na minha direção- Mas ainda não se vai embora!

    Resmunguei de modo imperceptível todos os nomes que me lembrei. A minha mãe limitava-se a abanar a cabeça, acabando por se sentar na beira da cama desconfortável onde me tinham feito prisioneira.

- Onde está o pai?- perguntei, delicadamente.

- A trabalhar.- disse ela, amargamente- Disse-lhe o que te aconteceu mas ele desvalorizou o assunto por causa de te curares e isso.- apanhou o cabelo gigantesco do mesmo tom do meu num coque mal feito, as mãos a tremer ligeiramente.

- Ele tem razão e tu sabes disso.- ela encolheu os ombros.

- Sim mas não deixo de me preocupar.- fitou a tatuagem que me tapava o pulso esquerdo, aquela que eu fizera com 15 anos e que significava demasiado para mim- Sabes que, apesar de ela nunca ter regressado, contínuo a preocupar-me com a tua irmã.

    Fechei os olhos, recordando por momentos o rosto de Nikky, a minha irmã mais velha. Desde que ela fizera 18 anos, há cinco anos atrás, que nenhum de nós lhe pusera a vista em cima. Infelizmente, a escolha acidental que Nikky fizera nesse dia também não ajudara. Os meus pais tinham escolhido o sangue animal no seu próprio aniversário e Nikky também era suposto seguir pelo mesmo caminho mas as coisas nunca são como nós queremos. Nikky fora tão descuidada... Uma gota do sangue errado e tudo mudara. Assim que isso acontecera, Nikky fugira sem sequer dar explicações.

- Desculpa, querida, desculpa, não devia...

- Está tudo bem, mãe.- interrompi, olhando-a nos olhos cor de ouro- Está tudo bem.

Ser Selvagem [primeira versão]Onde histórias criam vida. Descubra agora