Apenas você, paige heyn.

𝗮𝘁𝗼 𝘂𝗺: chapter thirteen.

꒷ 𝗮𝘂𝘁𝗼𝗿𝗮 𝗽𝗼𝗶𝗻𝘁 𝗼𝗳 𝘃𝗶𝗲𝘄. 𖦹˙

O som de batidas insistentes na porta fez Estela abrir os olhos lentamente. O quarto ainda estava na penumbra, apenas um feixe de luz do sol da manhã atravessava as cortinas. Ela piscou algumas vezes, tentando lembrar onde estava, até que uma voz familiar a fez despertar de vez.

— ESTELA! Anda, preguiçosa, abre essa porta!

Rayssa.

Estela soltou um resmungo e se virou na cama, puxando o travesseiro para cima da cabeça.

— Vai embora... ainda é cedo.

— Cedo nada! Eu te avisei ontem que íamos sair! — Rayssa retrucou do outro lado da porta. — Anda logo, ou eu arrombo isso aqui.

Suspirando, Estela se arrastou para fora da cama, sentindo os músculos protestarem. Abriu a porta e encontrou Rayssa com um sorriso vitorioso, os braços cruzados e os óculos de sol pendurados na gola da blusa.

— Até que enfim! — Rayssa empurrou a porta e entrou sem cerimônia. — Vai, toma um banho e se arruma. O dia tá lindo, não dá pra perder.

— Você é um pesadelo. — Estela resmungou, coçando os olhos.

— Um pesadelo maravilhoso que veio te tirar dessa cama. Agora anda, eu espero.

Estela bufou, mas obedeceu. Caminhou até o banheiro e se jogou debaixo do chuveiro, deixando a água fria espantar o sono. Quando saiu, Rayssa já estava sentada na cama, mexendo no celular.

— Melhorou? — perguntou, sem tirar os olhos da tela.

— Um pouco. — Estela murmurou, pegando uma roupa confortável.

Optou por um short jeans e uma blusa leve, combinando com o calor carioca. Prendeu o cabelo em um coque alto e passou um pouco de protetor solar antes de se olhar no espelho. Não estava exatamente animada para sair tão cedo, mas Rayssa estava certa: o dia estava lindo demais para ficar trancada no hotel.

Quando terminou, se virou para a amiga.

— Pronto. Vamos?

Rayssa guardou o celular no bolso e sorriu.

— Isso que eu gosto de ver.

O Rio de Janeiro parecia ainda mais vibrante naquela manhã. O céu estava azul, sem nenhuma nuvem, e a cidade fervilhava com pessoas aproveitando o dia. Quando chegaram ao parque na Lagoa Rodrigo de Freitas, Estela sentiu o ar puro misturado ao cheiro de grama recém-cortada e comida vinda dos quiosques próximos.

— Agora sim — Rayssa abriu os braços, respirando fundo. — Esse lugar sempre me traz uma paz absurda.

Estela olhou ao redor. Casais caminhavam de mãos dadas, crianças corriam rindo, alguns turistas tiravam fotos, e esportistas se alongavam antes de correr pela pista ao redor da lagoa.

— Tá bem movimentado.

— Normal. Mas olha ali, tem um espaço ótimo pra gente sentar.

Rayssa a puxou para um gramado à sombra de uma árvore grande. Elas se sentaram e ficaram um tempo apenas observando a paisagem.

— Me diz, qual foi a coisa mais louca que aconteceu com você nos últimos anos? — Rayssa perguntou, apoiando-se nos braços para encarar Estela.

Estela pensou por um momento e riu.

— Acho que me apaixonar por Paige.

— Justo! — Rayssa gargalhou. — Mas fora isso?

— Hm… talvez aquela vez em que eu e Emily fugimos de casa pra ir num festival.