Histórias Divergentes

Annabelle

Quando volto para casa tenho o meu corpo todo a tremer.

- Tu tens noção do que fizeste!!!??? – grita a minha mãe quando abro a porta.

Permaneci calada.

- Mãe, calma.... – diz Jonn

-Não me digas para me acalmar! – Vira-se para mim de novo - Onde estiveste?!

- Na escola.

- Depois de ouvir a vossa conversinha, achas que acredito nisso!

-Mãe, é verdade! – afirma o meu irmão. – Eu via na escola.

- E não me disseste nada! – faz uma pausa- Temos de ter uma conversa.

-Mãe, ouve aquela conversa.... Interpretaste mal... - digo com receio.

-Então agora, sou burra!

- Não mãe....

-Vamos ao que interessa: Tu queres ou não ser Erudita?

Sabia a resposta àquela pergunta, apesar disso menti.

-Sim... quero – tremo que nem varas verdes, mas tento esconde-lo para a minha mãe não desconfiar.

- Então, porque é que o teu irmão disse aquilo?

-Mãe – Jonn também está nervoso – devo ter percebido mal e enervei-me – ele está a proteger-me.

A mãe solta um suspiro, sai e bate com a porta.

- Obrigada

-Ainda temos de acabar aquela conversa.... Sei que mentiste à mãe.

- Não, eu disse a verdade!

- Sei que não és nenhuma Cândida.

- OK. – verifico se a mãe se foi embora de vez – Eu não quero ser Erudita.

- Então queres ser o quê? – Jonn parece preocupado.

- O que o teste de aptidão disser que eu sou...

- E se o teste disser que és Erudita?

- Isso não vai acontecer....

-Porquê?

- Porque não me sinto Erudita, sei que não é o que quero ser.

- Como é que sabes?

- Simplesmente sei, OK?

- Isso não tem lógica!

- Vês é disto que estou a falar! Os Eruditos só pensam em lógica! Há coisas neste mundo que não têm explicação!

- Esse é o nosso trabalho, descobrir a explicação dessas coisas.

Solto um suspiro.

-Bem, mas agora quero dizer-te que te vou apoiar. – diz o meu irmão.

- A sério?! – fico aliviada

- Claro, sou teu irmão... Esse é o meu trabalho.