4 Solution

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A quarta solução foi difícil de encontra-la, ainda mais com Louis no quarto ao lado, que era da minha irmã antes da mesma ir para a universidade.

Minha mãe, sendo boa como sempre foi, aceitou Louis de braços abertos. E no dia seguinte ela nos acompanhou até a casa do menor para pegar suas coisas.

Seus pais nem pareciam se importar. Louis faria 18 daqui a um mês, e eu tinha medo de que quando ele fosse de maior saísse da minha vida. Mas talvez seja só um pensamento bobo, que foi espantado pelas batidas em minha porta.

- Entre - Disse me sentando na cama. Chovia bastante lá fora, e a madrugada parecia estar bem mais fria do que costume.

Eu não conseguia dormir, e pelo jeito o corpo que entrou em meu quarto que deduzi ser Louis, também não.

- Me desculpe... Estava sem sono, e com tédio - Ele disse baixo, parado no meio do quarto. - P-Posso ficar aqui?

-Claro, também estou sem sono e com tédio. - Sorri sem graça, coçando os olhos, indo acender o abajur.

-Não acenda - Ele pediu, meio nervoso se aproximando mais. Assenti meio incerto e me deitando na cama de volta. Senti a cama se afundar e logo Louis estava deitado ao meu lado, mas com o corpo na direção oposta. - Esta pensando em que?

- Em você - Confessei, ficando um pouco rubro. - E em uma solução.
- Eu acho que sei uma - Ele diz baixinho, e eu sinto como sua voz está perto do meu ouvido, me causando arrepios.

- E qual seria? - Perguntei, totalmente curioso.

- Um ombro amigo? Eu realmente preciso de um - Confessou baixinho, provavelmente mordendo os labios. E eu mordi os meus só com o pensamento.

- Oh... Eu fico honrado - Sorri, me sentindo um pouco nervoso - Me fale o que quiser, sou um bom ouvinte, eu acho.

Louis soltou uma risada baixa, logo ficando em silêncio. Percebi sua respiração ficar mais pesada, queria questiona-lo, mas esperei.

- Fui abandonado em um orfanato com poucas semanas de vida - Confessou, e eu senti a angústia em sua voz. - Minha mãe adotiva não conseguia ter filhos, então resolveu me adotar, mas poucos meses depois ela conseguiu engravidar.

Ambos suspiramos, e eu podia perceber que Louis chorava de forma silenciosa.

- Eu nunca odiei minha mãe biológica, afinal ninguém sabe o motivo por ela ter me deixado. - Senti ele dar de ombros, logo continuando - E eu amava minha mãe adotiva, afinal ela me adotou. E parecia que eles me amava de volta, mas então fomos crescendo. Sabia que meus pais me colocaram na escola atrasado para que eu ficasse na mesma sala que Logan, para cuidar dele?.

- Eu já imaginava, afinal você vai fazer 18 - Sussurrei, minha voz se misturando com o som da chuva.

-Yea - ele fungou, logo soltando um riso fraco - Eu nunca a questionei sobre isso, apenas aceitei como sempre. E quando eu fiz dez anos eles me contaram que eu era adotado.

- Como se sentiu? - virei um pouco a cabeça, quase roçando meus lábios em sua bochecha.

- Sinceramente? - assenti - Normal.

Fiquei surpreso, esperando que ele continuasse.

- Eu tinha uma família que me "amava". E eu os amei ainda mais ao saber que eles me escolheram para ser seu filho. Então comecei me tornar o "garoto exemplar".

Ri da sua voz debochada e engraçada.

- Enquanto eu virava um ótimo aluno e uma ótimo pessoa, meu irmão virava o oposto. Tudo que eu mais queria era dar orgulho aos meus pais, mas parecia que eles não gostavam de saber que o filho de adoção era melhor que o próprio filho de sangue.

Smile, Louis.Onde histórias criam vida. Descubra agora