Estou no ônibus novamente, novidade neh?
Mas parece que só aqui posso escrever, em nenhum lugar tenho paz, nenhum lugar é tão acolhedor como o meu lugar no ônibus, não sei o que fazer ou para onde correr.
Coloco uma música bem alta, mais precisamente um metal, alguns olham atravessado, outros fingem não ouvir. É engraçado como as pessoas tem preconceitos toscos, agora se fosse um lixo funk tocando, seria a coisa mais normal do mundo.
Olho para o céu azul, o por do sol, uma cena linda. Os morros iluminados pelos últimos raios de sol. A escuridão vem chegando, como um convite para sair ver a lua. Se tivesse tempo de parar, se conseguisse olhar para o céu, mas não posso tenho que andar como louca de bicicleta. Como dizem tenho mais sorte que juízo, sou recordista em quase fazer merda de bike, mas sempre um milagre acontece e não acontece nada grave.
Olhar em volta e ver muitos dormindo, revolta saber que há tanta beleza sendo desprezada, não aproveitada, não admirada.
É como se eu e ela fossemos uma só, se entendendo pela incompreensão, como se não houvesse beleza nas coisas simples, como se nada disso vale a pena.
Eu sou como o por do sol, com sua beleza incompreendida que traz a escuridão, chamo a atenção onde vou. Não sei ficar na minha, se fico em silêncio, se prepara pois uma tempestade está por vir.
As vezes me perco no caminho de casa, não por não saber como chegar, mas por apreciar sua beleza, sem julgar. As vezes as piores coisas podem ser as mais belas é só saber observar.
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Uma garota
Teen FictionDiário de uma garota que tem todos os medos e dramas amplificados