Por traz da máscara de durona existe uma menina que se importa, ela sente, tenta compreender o que tem em volta, tenta não estragar tudo dessa vez. Não sou de me gabar ou fingir que não ligo, se digo que gosto é porque gosto.
Sinto dificuldade para respirar, o ar parece escasso, ou ele está muito poluído para respirar direito, me pergunto onde as pessoas vão com tanta pressa. Não param para olhar em volta, ver o céu azul, os morros verdes e belos. A cidade cresce a cada dia, e o trânsito está cada vez mais caótico, nada parece real. Hoje é apenas rostos sem nome, vizinhos que não se conhecem, não sabem nada uns dos outros, na verdade sabem apenas o que vêem nas redes sociais. Não existe mais amizade entre as pessoas de perto, meus melhores amigos moram a muitos kms de distância. Esta cidade costumava ser pequena e acolhedora, todo mundo conhecia todo mundo, hoje conhecemos nossas caixinhas brilhantes, os namoros acontecem 80% no virtual e 20% no real.
Sabe as vezes eu fico preocupada, se minha geração está assim, as mais novas começaram mais cedo ainda, a geração dos meus filhos será como?
Se fico um dia sem Internet fico mal, imagina sem luz, aí a vida acabou. As vezes procuro por crianças subindo em árvores, correndo na rua, brincando de bets, stop, esconde-esconde, pegar pega ou apostando corrida de bicicleta. Isso era tão comum de se ver, mas hoje não vejo mais isso, o iPhone está na mão das crianças. E olha que nem faz muito tempo essa mudança toda, pois eu tenho apenas 18 anos.
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Uma garota
Fiksi RemajaDiário de uma garota que tem todos os medos e dramas amplificados