Capítulo 13 (Aposta das garotas parte 1)

322 23 1
                                    

Minha voz ecoava pelo quarto todo, no mesmo tempo que o som que eu fazia na minha amada Fender.

- Licença. - ouvi uma batida na porta e a voz de Sue ganhou minha atenção. - Posso entrar? - ela enfiou a cabeça para dentro.

Revirei os olhos.

- Já tá dentro. - respondi e ela riu.

- Ok. Só quero dar tchau. - ela falou.

Andou até onde eu estava e deu-me um beijo no topo da cabeça.

- Vou viajar em nome da empresa. Por favor tentem não se matar.

- É só ele ficar longe de mim. - dei de ombros pegando minha guitarra novamente. Dedilhei.

- Não gosta mais do violão? - perguntou.

- Deixa quieto. - falei lembrando que da última vez que eu o vi, eu o joguei no sótão.

Ela riu baixinho.

- Certo. Se cuide. - ela falou e eu assenti normalmente. - Te adoro. - falou.

Peguei meu fone e voltei a tocar.

(...)

Que fome!

Desci as escadas e fui para a cozinha. Abri a geladeira, olhei e puxei algo que tinha em uma daquelas latas, peguei pão, queijo e presunto. Deixei tudo no balcão e no armário peguei um pacote de um salgadinho qualquer, voltei e peguei o pão passando margarina e gelatina que achei por lá mesmo, coloquei o queijo e o presunto. Passei maionese e esmigalhei os salgadinhos por cima, por último, joguei a coisa da lata, acho que era queijo.

Provei e estava bom pra porra. Mas também com a fome que eu tava, comia até merda se dissessem que era chocolate.

Peguei a lata e coloquei na boca apertando e provando o gosto de queijo.

- Isso não é nada higiênico.

Ouvi Charlie falar.

- Não perguntei nada. - falei de boca cheia.

- Que seja. Isabella, lembra-se do jantar que falei que ia comigo? - perguntou bebendo água.

- Que que tem? - perguntei dando uma mordida em meu lanche.

- Ele foi adiado por uns dias, seria hoje, mas agora só será na próxima semana. Segunda-feira. - disse.

Cuspi a porra do suco fora.

- Caralho! Ficou maluco, Charlie? Isso são só três dias antes! - balbuciei.

- Eu sei. Hoje é sexta, não é? Pois então, na segunda é o jantar. Tenha vergonha na cara e se vista adequadamente. Mandarei Janine lhe comprar um vestido. - ele falou e ia saindo.

- Já disse que não vou nessa porra! - esbravejei.

- Pois eu digo que vai! Não me faça lhe mandar para um colégio interno. - ele disse tentando soar ameaçador.

Triste sonho.

- Realize seu sonho e me mande para uma hospício! - cuspi as palavras e subi as escadas correndo.

Quero mais é que ele se foda!

Me joguei na cama e até pensei em sair para algum lugar, só que caí na inconsciência antes disso.

(...)

Mas que porra de luz!

Por que tudo não podia ser sempre escuro? Sabe, assim o caralho da luz não tinha como me incomodar. Peguei o travesseiro e empurrei contra a cara, desejado dormir de novo.

O Mauricinho e a RoqueiraOnde histórias criam vida. Descubra agora