Minha voz ecoava pelo quarto todo, no mesmo tempo que o som que eu fazia na minha amada Fender.
- Licença. - ouvi uma batida na porta e a voz de Sue ganhou minha atenção. - Posso entrar? - ela enfiou a cabeça para dentro.
Revirei os olhos.
- Já tá dentro. - respondi e ela riu.
- Ok. Só quero dar tchau. - ela falou.
Andou até onde eu estava e deu-me um beijo no topo da cabeça.
- Vou viajar em nome da empresa. Por favor tentem não se matar.
- É só ele ficar longe de mim. - dei de ombros pegando minha guitarra novamente. Dedilhei.
- Não gosta mais do violão? - perguntou.
- Deixa quieto. - falei lembrando que da última vez que eu o vi, eu o joguei no sótão.
Ela riu baixinho.
- Certo. Se cuide. - ela falou e eu assenti normalmente. - Te adoro. - falou.
Peguei meu fone e voltei a tocar.
(...)
Que fome!
Desci as escadas e fui para a cozinha. Abri a geladeira, olhei e puxei algo que tinha em uma daquelas latas, peguei pão, queijo e presunto. Deixei tudo no balcão e no armário peguei um pacote de um salgadinho qualquer, voltei e peguei o pão passando margarina e gelatina que achei por lá mesmo, coloquei o queijo e o presunto. Passei maionese e esmigalhei os salgadinhos por cima, por último, joguei a coisa da lata, acho que era queijo.
Provei e estava bom pra porra. Mas também com a fome que eu tava, comia até merda se dissessem que era chocolate.
Peguei a lata e coloquei na boca apertando e provando o gosto de queijo.
- Isso não é nada higiênico.
Ouvi Charlie falar.
- Não perguntei nada. - falei de boca cheia.
- Que seja. Isabella, lembra-se do jantar que falei que ia comigo? - perguntou bebendo água.
- Que que tem? - perguntei dando uma mordida em meu lanche.
- Ele foi adiado por uns dias, seria hoje, mas agora só será na próxima semana. Segunda-feira. - disse.
Cuspi a porra do suco fora.
- Caralho! Ficou maluco, Charlie? Isso são só três dias antes! - balbuciei.
- Eu sei. Hoje é sexta, não é? Pois então, na segunda é o jantar. Tenha vergonha na cara e se vista adequadamente. Mandarei Janine lhe comprar um vestido. - ele falou e ia saindo.
- Já disse que não vou nessa porra! - esbravejei.
- Pois eu digo que vai! Não me faça lhe mandar para um colégio interno. - ele disse tentando soar ameaçador.
Triste sonho.
- Realize seu sonho e me mande para uma hospício! - cuspi as palavras e subi as escadas correndo.
Quero mais é que ele se foda!
Me joguei na cama e até pensei em sair para algum lugar, só que caí na inconsciência antes disso.
(...)
Mas que porra de luz!
Por que tudo não podia ser sempre escuro? Sabe, assim o caralho da luz não tinha como me incomodar. Peguei o travesseiro e empurrei contra a cara, desejado dormir de novo.
![](https://img.wattpad.com/cover/44283259-288-k430178.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Mauricinho e a Roqueira
RandomELA é uma garota marrenta, rebelde, autoritária, prepotente, roqueira, skatista, musicista e tem uma personalidade muito forte. ELE é um garoto mimadinho, romântico, certinho, capitão do time de basquete, é "O" cara mais popular, mais disputado e m...