Capítulo 51

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Eu já estava cansada de esperar! Já era quase meia noite e continuava sem notícias.

— Parentes de Miguel Backer? – um médico perguntou se aproximando.

— Aqui! – me aproximei dele. — Eu sou a filha! Ele está bem?

— Fique tranquila, ele passa bem! – suspirei aliviada. — Foi só um susto.

— Posso ver ele?

— Daqui a pouco. Seu pai não acordará ainda, mas fique sossegada. Graças aos primeiros socorros prestados tudo ocorreu bem. Ele está saíndo da sala de exames e já será levado para o quarto. – sorri aliviada. — Com licença! – se afastou.

— Eu disse que ia ficar tudo bem. – Brian diz.

— Sim, você disse. – concordei sorrindo. — Obrigada por me passar confiança, mesmo que meu lado da medicina dissesse que está tudo bem o meu lado de filha sozinha estava morrendo de medo e entrando em pânico. – ele me puxou para um abraço. Isso é tão bom. Como eu pude querer estragar isso?

— É compreensível, se fosse comigo eu estaria do mesmo jeito.

— Fiquei sabendo que seria pior. – ele me encara e seguro o riso.

— Aquela criança linguaruda! – esbravejou encarando a irmã basicamente desmaiada nos bancos.

— Uma hora eu iria descobrir, não a culpe.

— Com lincença! – uma enfermeira nos interrompe. — Você é a acompanhante de Miguel Backer?

— Sim, aconteceu alguma coisa?

— Você já pode ver seu pai! Por favor, me siga.

— Pode ir, eu vou ficar com a Samantha. – Brian diz.

— Tá bom. – segui a enfermeira, entrando no corredor dos quartos. Ela abre a porta de um deles e eu entrei logo após ela, e vi meu pai. Me aproximei de sua cama e ele dormia tranquilamente. Havia um pequeno curativo na cabeça e nas mãos.

— Ele vai dormir a noite toda. – diz a enfermeira checando o soro.

— Por causa dos remédios. – constatei passando levemente as mãos pelo rosto dele.

— Não precisa se preocupar, foi só um susto.

— O olhando assim eu percebi que foi mesmo um susto. Mas na situação que eu o encontrei eu quase entrei em pânico.

— Compreensível.

— Mas graças as minhas sagradas aulas de medicina eu soube me controlar. Meu professor estaria orgulhoso.

— Você é médica? – perguntou curiosa.

— Estou no caminho, ainda chegarei lá.

— E vai! – sorriu.

— Espero que dessa vez ele tenha aprendido a lição. – murmuro a mim mesma. — Ele vai ficar aqui por muito tempo?

— Acredito que em dois dias ele tenha alta, vamos esperá-lo acordar e refazer mais alguns exames. Se ele se sentir bem o suficiente, iremos dar alta a ele. Mas acredito que dois dias serão suficientes para a recuperação dele.

— Isso é bom. Espero que ele fique bem logo.

— Não se preocupe, ele está em boas mãos. Prometo cuidar direitinho dele!

— Não quero te dar trabalho!

— Esse é exatamente o meu trabalho. – riu. — Não se preocupe.

— Obrigada, nem sei como agradecer. Qual é o seu nome?

— Helena, Heloisa Helena mas prefiro Helena! – explicou e eu sorri.

— O nome da minha mãe era Heloísa, ela morreu a algum tempo atrás.

— Sinto muito por ela! Mas, e seu nome?

— É Anna. – olhei para meu pai. — Acho melhor deixar ele descansar, qualquer coisa é só me ligar. O meu número está na ficha!

— Pode deixar! – sorriu. Dei um beijo em meu pai e sai do quarto. Estou caminhando até a sala de espera e vejo que Brian e Samantha parecem discutir.

— Tudo bem por aqui? – perguntei ao me aproximar.

— Sim! – Brian respondeu.

— Não! – Samantha retrucou mal humorada.

— Fica quieta! – diz irritado mas depois me olhou e sorriu. — E então Anna, como está seu pai?

— Está bem, está dormindo por causa dos remédios e só vai acordar amanhã.

— Que bom. – diz ainda sorrindo.

— Fico feliz pelo seu pai Anna, agora vamos comer! – Samantha diz.

— Não começa, a gente não vai agora!

— O que esta acontecendo? – perguntei perdida.

— Ela quer ir McDonalds agora, são onze da noite!

— Eu conheço um lugar que fica aberto a noite toda, seu idiota!

— Conhece como?

— Existe internet, nunca ou viu falar? Nela você encontra muitas coisas. – ela diz com sarcasmo.

— Mas está muito tarde! – ele argumenta.

— Eu estou com fome! Fome! – Brian revira os olhos.

— Chega gente! – intervi. — Vamos logo a esse tal lugar e depois para casa, sem discussões.

— Anna eu te amo! – ela me abraçou. — Acho que vou morar para sempre com você!

— Vai! Fica puxando o saco dela, agora quero ver aturar ela! – Brian diz.

— Cala a boca, invejoso! Eu vou ter comida, você não. – ele revira os olhos e assim saímos do hospital.

Será que algum dia existirá um Campbell fácil de lidar?

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