Capítulo 14

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Júlia e eu passamos o resto do dia conversando. Ela me passou alguns conteúdos sobre as aulas, para que eu estudasse e quando voltasse para faculdade não ficasse perdida. A noite chegou e Júlia foi embora. Tentei convencer ela a ficar, mas ela tinha muitas coisas a fazer. Resolvi ir fazer o jantar. Quando já estou terminando escuto o barulho da porta e acredito que seja meu pai.

— Pai? É você? – grito ainda na cozinha lavando algumas louças que eu já tinha usado.

— Oi filha! – me viro para olha-lo e vejo uma mulher junto a ele. Morena, alta e de belos olhos verdes. E bem jovem. Acredito ter uns anos a mais que eu.

— Por que não me disse que teríamos visita? – pergunto secando as mãos.

— Porque eu queria te fazer uma surpresa! – ele diz e encara a mulher sorrindo. Os olhei confusa.

— Surpresa?

— Sim, Anna essa é a Vanessa. Minha namorada!

Casa. Calda. Vaca. Calçada.
Ele disse algo assim, certo? Foi qualquer coisa menos Namorada. Correto?

— Olá querida, é um prazer! – a mulher diz se aproximando de mim me abraçando – Não se preocupe comigo ok? Farei de tudo pra ser uma mãe pra você!

— Vamos com calma. – digo me afastando dela. – Para começar, mãe eu só tive uma e não terei outra. – ela fica sem graça – Para prosseguir, eu quero falar com você pai. E para terminar, prazer Vanessa. – digo séria.

— Para o escritório! Eu já volto meu amor! – lhe dá um selinho e seguimos em direção ao escritório – Não precisava ter falado daquela maneira com ela!

— Pai, como assim namorada? – ignorei seu protesto.

— Eu comecei a gostar dela e começamos um namoro.

— Desde quando?

— Desde um pouco antes de descobrir da Britanie.

— Então quer dizer que você também traiu ela?

— Ela me traiu primeiro! – argumentou.

— Pai ela bem mais nova que você.

— Anna, para o amor não existe idade.

— E se for por dinheiro?

— Você já parou para pensar que pode estar a julgando sem conhecer? Ela é uma ótima mulher e não disse aquilo por mal!

— Você disse o mesmo sobre a Britanie e veja só onde viemos parar! – ele nada diz. Passei as mãos pelo rosto em frustração.

— Eu a conheço bem, não tem o que se preocupar. – lhe encarei.

— Se você quebrar a cara, o problema vai ser todo seu, entendeu? Eu estou cansada, você já está me fazendo casar com alguém que não gosto e nem conheço por causa dessa sua fixação em amar gente errada, se ela for uma vaca eu não vou me virar nos trinta para limpar as merdas que você mesmo procura fazer! – ele abre a boca em choque.

— Para que tanta agressividade?

— Pergunta para essa coisa que você tem ai chamado coração! – bufei irritada. 

Parei para pensar e realmente eu posso estar julgando sem conhecê-la, mas com Britanie foi assim. Eu não fui com a cara dela desde o início e meu pai dizia que eu estava sendo injusta. Resolvi ser legal com ela e no que foi que deu? Nos deixou falidos.

— Eu posso tentar me dar bem com ela, mas já digo que vou lavar minhas mãos com você. Estou dando um voto de confiança. – digo incerta.

— Dê uma chance para ela. Você vai ver, ela é uma ótima mulher. – diz sorrindo.

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