Capítulo 3 - Caixas

24 1 0
                                    

Acordei às 6h00. Sim, em pleno sábado e eu já estou acordada. É claro que à uma hora dessas, mais ninguém estaria acordado. Me levantei da bicama de Soph. Coloquei seus chinelos, e sai sorrateiramente de seu quarto. Fui ao banheiro, escovei os dentes e lavei o rosto.

Aí você se pergunta, que escova você usou? Bem, quanto à isso, aqui na casa da Soph e até na do Rafa, eu tenho minha escova própria. Como frequento muito a casa deles, entramos nesse acordo: eu tenho uma escova na casa de cada um e eles tem um escova na minha casa. E não, a Soph não tem uma escova própria na casa do Rafa kkkkk.

Resolvi que já ia embora, não queria esperar todo mundo acordar pra poder sair. Então, só troquei de roupa, porque eu dormi com um pijama emprestado da Soph, coloquei minha sapatilha, e fui no banheiro arrumar o cabelo.

Quando acabei, liguei pro motorista me buscar.

Se passaram 15 minutos e ele chegou, e nesses 15 minutos eu escrevi um bilhete pra Soph e deixei lá no quarto dela, em cima da tela do celular:

"Soph, linda!
Eu acordei às 6h00 e fui embora. Desculpe não ter esperado você acordar pra me despedir, mas sei lá, eu precisava ir embora. Desculpe de novo.
Bem, quando acordar me liga, eu provavelmente, à esse horário, já saberei quando vou me mudar, e outros detalhes.

Beijos,
Manu <3"

++++++++++++

Cheguei em casa, e entrei bem devagar, na pontinha dos pés, pra não acordar ninguém.

A sala e parte da cozinha estavam cheias de caixas, e ao mesmo tempo estava tudo vazio. Minha mãe já (ou ainda) estava acordada, na cozinha, com um copo de água na mão, olhando pela janela. Ela olhou pra trás assim que percebeu minha presença, colocou o copo na mesa e veio até mim.

- Oh minha filha, onde foi na noite passada? Onde dormiu? Por que não me avisou? Eu fiquei tão, mas tão preocupada!

- Calma mãe. - disse sorrindo - só tenha calma, eu vou lhe contar o que aconteceu.

Assim, sentamos no balcão da cozinha, enquanto eu fazia um lanche, afinal não como desde ontem.
Enfim, quando acabei de lhe contar, eu perguntei:

- Quando vamos nos mudar?

- Amanhã. - respondeu ela apreensiva.

- O QUE? - eu praticamente gritei.

- Calma filha, vai ficar tudo bem. Não fique brava comigo.

- Não, eu não a culpo, não estou brava com você ou magoada. Eu sei que a culpa não é sua nem de ninguém que mora nessa casa. Se estamos nos mudando, tem um motivo. Se isso fará você e o papai felizes, eu também ficarei.

- Ô minha filhinha....

- Não, tudo bem. E as malas, quando vamos começar a arrumar?

- Ainda hoje.

Antes que eu respondesse, o telefone toca e eu corro pra atender.

- Alô?

- Oi meu bem... - Era o Rafa! Me esqueci completamente dele!

- Oi vida! Desculpa não ter voltado pra sua casa ontem... Aconteceram umas coisas que me impossibilitaram de voltar...

- O que houve? - perguntou, preocupado.

- Vem aqui pra casa, que aí eu te explico.

- Tô indo agora. Beijo, já já tô aí.

- Tchau, beijo vida.

Laços de CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora